quarta-feira, 26 de outubro de 2016

eu sou alguém que diz isso: o bRasil é precioso e inteligente graças a seus políticos corruptos,
sua direita assassina, o juiz moro em conluio com os norte-americanos :: ninguém mais diz
isso, porque isso é “foda”, como diria Caetano, e é muito difícil de aceitar que o embate
étnico-social no Brasil seja um trágico destino a nos burilar :: vem novo ciclo de horrores :: vem ele,
como em uma inevitável onda de hormônios, como na menstruação saGrada de oxum, e como
no coração sangrado de xangô, para acordar a alma de nossos capoeiristas legionários
com a brandura da guerra entre nossos arquétipos :: que se observe os movimentos da
capoeira :: quando o povo escravo perdeu o medo e deslumbrou e surpreendeu todo mundo
em acrobacias inteligentes? :: quando entendeu que seu único destino era lutar, sem muxoxos,
sem lamentações diante da imensidão de nossa desgraça :: nesse vôo do espírito nos especializamos,
e é dele que brota a cultura brasileira enquanto divindade oculTa, a construir nosso bem
e nosso mal, a executar um justiça francamenTe bela e fatídiCa :: aqui estamos nóS com
bolsonaRos, os que nos recriAm e nos exiGem imensa capaciDade de perdÃo :: ++

domingo, 23 de outubro de 2016

++ quero ser genTE


a forma da fruta
corresponde
a um pedaço
de prazer, conteúdo
dourado, significado oculto ::
ser gente
é ser
escolhido
para
o padecimento
em meio
à generosidade
da oferta
natural,
pois
revela-se
proibido
o jardim
das delícias ::
mais precisamente,
a contenção
do desejo,
da posse,
da invasão,
deve
fazer
florescer
o ardor
pequeno
da doação ::
pouca
gente
quer doar ::
maior
parte das
gentes
quer
receber ::
e eu,
calmo,
contrito,
em voações
sobre
como
o amor
deve
crescer ::
penso
numa
colméia,
ou numa
igreja,
onde
só há
contribuição ::
o esforço
da contribuição,
o padecimento
da contribuição ::
a forma
prazerosamente
humana
da contribuição ::
quero ser
gente
que dá,
e isso
é ser
grande,
intelectualmente,
como
milton santos
ou Paulo
freIre ::
cora
coRalina ou
Darcy
ribEiro ::
genTe
que se
transformA
em árvorE ::
uma árvoRE
com
seus
frutos ::
eu e
minha
comPanheira ::
quero
ser árvore
grande
e fosforescer,
ampliar
conceitos,
distribuir
fartuRas,
em termos
de coroegrafias,
musicografias,
pictografias,
dons
para o enternecimento ::
distribuir
entendimenTos ::
todos os
seu povos
e leites,
alimentos,
contenidos
e nitratos ::
subsídios
e substraTos
para
a transformação ::
residir
numa
maloCA,
e oferecer
minha
malemolência
bem
temperada
ao submundo
americano,
aos
desvalidos
de san Pablo,
ou san vicenTe ::
quero
esquecer
que sou
pequeno ::
quero
ser

genTe ::

sábado, 15 de outubro de 2016

++ "feliz dia do profeSsor" ((livremenTe inspirado no "jokerman", de bob dylAn)) ::

saio por aí como o tentáculo de uma razão absurda, ou melhor, de uma razão treinada pelo
absurdo :: 
vejo krishna com sua tromba de elefante :: e sei o segredo :: o segredo é conformar-se
à glória do abismo :: 
lá estão todos os homens em queda pura, maturando, em meio a formas exuberantes e sem piedade :: 
avisto o sentido único da vida, que é suficiente para explodir
meus olhos :: uso uma venda nos olhos, uma faixa de dEus me proteja, sempre aprumada, evidentemente,
face às explosões, por algum sangue :: e nesse versículo candante de visões infinitas, estremeço, e olho para dentro,
sempre para dentro, pois o clarão dos fogos são um perturbador sinal, me queimando
a claridade da vida :: já não sei quem eu sou, se sacrificador ou sacrifício, se Hitler ou Gandhi,
pois meus ancestrais humanos no último século foram ambas as coisas :: é uma difícil possessão
quando a sabedoria me toma de assombro :: os contenedores do conhecimento me dificultam
os caminhos, prejudicam o acesso dos que estudam até mim, pois toda essa vertigem me tornou
um pouco violento na busca de algum didatismo :: fui alvejado e perseguido :: agora, me retraio, estudo mais ainda
e pinto :: tomo a cada dia menos vinho para suportar as rajadas de vento que, sempre furiosas,
desolam meu profundo estar nesse complexo despenhadeiro :: dedico a mim mesmo, no ínterim desse
brinde secreto e alvissareiro, “feliz dia do professor”, e brinco :: brinco como supus que poderia
brincar com todos os meus alunos :: brinco a partir do resultado de secretas iluminações,
que obtenho :: que obtenho, obtenho e obtenho :: que obtenho com uma víscera escondida, estranha a toda a anatomia de conhecimento
que possibilitam nossas escolas comuns :: sou um escavador por ofício :: e, se agora, por aqui
me encontro, facilmente identificável como um ser impossível de ser acolhido e amado ((a não ser por
apenas curtos lapsos de tempo)), entendo que sonho :: que sonho e somente sonho :: e que ficarei por aqui
sonhando, um secreto estudo que faço sobre como evitar que o senhor mal, o frenesi fascista
que se faz presente entre nós, se multiplique e perdure :: porque o momento indica sendas
de sua petrificação, por meio da amplificação do racismo e da misoginia :: e isso tudo me preocupa

muito :: muito, muito e muito :: ++

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

beleZA

há um impulso de beleza, vivo, que restabelece a cada momento, o esplendor do continente sul-americano
:: e se restabelecem as visões sobre como todos devemos 

nos relacionar com nossa pobreza continental,
do tamanho do continente :: há uma visão fascista, e o curioso é que essa visão transforma os descendentes mais
diretos de negros e índios em um nov

o cristo cruci
ficado, pela força imensa de seu sofrimento ::
parece até existir um acordo, como se fossem combinados os papéis :: agora, vocês brancos, efetivamente cristãos,



fazem o papel de roma, para subjugar os subjugados :: uma reencenação, lembrando o mito, como se faz

todos os anos, na paixão de cristo durante a páscoa :: mas uma reencenação feita pela própria história :: nos esforcemos
na constatação dessa evidência :: 

domingo, 9 de outubro de 2016

colégiO ++

oi, habite-se :: fique atento, rume ao poder de seu visionário amor :: habitar o bRasil é ver isso,
é ver-se p

or dentro ::
 os estados,
as porções,
nações estrelas ::nelas, as habitaçõ
es, está o nosso rumo, bem gentil e brasileiro, cheio de afagos ::
estou cheio de empla

stos, e cheio d
e amor até 


mesmo por são paulo :: as casas brasileiras são caieiras,
bibocas, tudo muito simpático :: quem escolhe caminhar entre


 espinhos vislumbra o caminho :: só
mães gentis, posso revelar alfândegas, dicionários :: tu


do vira lenda :: a construção poética da cidade, tão intrusa
em meus sonhos :: o senhor r


adar que me conduz, espelhos, são 

paulo :: rad
ar sonoro ::tudo é poético, tudo lobo,
outra cultura :: aqui, os sonhos vivem! ::

sábado, 8 de outubro de 2016

escreveu darcy riBeiro, sobre os sertanejos de canuDos, liderados pelo Conselheiro: "Venceram sempre, até a derrota total, porque nenhuma paz era possível entre quem lutava para refazer o mundo em nome dos valores mais sagrados e as forças armadas que cumpriam seu papel de manter esse mundo tal qual é, ajudadas nesse empenho por todas as forças da sociedade global". (RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil, São Paulo : Companhia das Letras, 2006)

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

++ pela volta da democRacia no bRasil - ou, a fuga do senSo comum ::

estou sempre correndo do super senso comum, aquelas coisas que ampliam uma forma corriqueira

de ser, como se não houvesse vínculo da vida cotidiana com outras realidades, menos evidentes ::

a hora, agora, de bloqueio da democracia no bRasil, demonstra um vencimento dessa luta entre normalidade cultural e seu contraponto pelas
pessoas que entendem a vida como forma simples, nunca complexa :: o senso comum nos empapa

de sua fraqueza de ânimo :: vamos encher os supermercados e assistir aos filmes que acabam sempre
do mesmo bom e velho jeito :: só isso :: nada mais, nada além? :: não, nada além :: a vida é 

isso ::
o problema, muitas vezes, é que a quebra de bloqueios mentais, assim, coletivos, demanda

forças
de desorganização perceptiva que precisam ser grandemente evocadas :: foi o que aconteceu, 
penso, quando da revolução contracultural na década de 1960, pela união de drogas e estética


psicodélica, em um grande rito de derrubada dele, o
pensamento comum pequeno burguês, com todas as

suas válvulas inofensi
vas de escape perante as dificuldades e frustrações da vida :: mas a virada

contracultural virou estética também inofensiva, pois, depois d
e um tempo, sossegaram-se as forças

de revolução, como é natural que aconteça, caso contrário a desorganização do mundo se torna


insustentável :: meu pai não gostava d
e meu cabelo comprido e de minhas calças desbotadas ::
mas o mundo de meu pai demonstrou-se tão ridículo e até mesmo pérfido, que continuo de 

mãos dadas
com a revolução, e sempre num sentido anticomercial, antimercadológico :: num sentido 
realmente
marginal, correndo por fora, escutando a 
virulência das fontes das correntes libertárias :: até

que,
agora, meu rito individual de selvageria e coleção de poemas selvagens torna-se uma necessidade


coletiva, posto que os vigaristas conquistaram novamente uma terrível hegemonia :: e eu digo:
vamos conectar nossos sentime
ntos ao tempo sólido do sagrado saber humano, lugar de 

origem
de todas as nossas conquistas :: agucemos nossa sensibilidade :: desenvolvamos nossos
caracteres

de artistas :: fujamos, definitivamente fujamos, do s
enso comum :: e, por fim, aproveitemos o imenso

impulso legado pela geração co
ntracultural anterior, onde se inclui o refinamento de nossa capacidade

de comunicação e compartilhamento, at
ravés da internet :: há vozes que nos chamam :: para alguns,


inclusive, há vozes que nos obrigam a tomar atitudes concretas em favor da volta da democracia

no bRasil ::

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

força, hadDad






a lenta transformação do bRasil está em fernando haddAd, o ex-ministro e ex-prefeito, doutor
em

filosofia, que vai agora perdurar como novo ícone da esquerda :: o pensamento acadêmico floreia

o espaço, pedindo licença para sair da marginalidade :: afinal de contas, como tirar do papel o que nossos

intelectuais conseguem entrever como futuro de bonança para a coletividade? :: a esperança não passou ::

não :: essa, nunca morre :: mas como não se ferir com a dificuldade que têm, a ética e a inteligência, para se

manterem de pé, em um país como o nosso? :: particularmente, me firo com o caso de haddad, pois

sua inteligência a recobrir o sonho de uma cidade humanizada foi soterrada pelo destempero infinito

do sertão brasileiro, sua parcela grotesca, que ambiciona, acima de tudo e até mesmo exclusivamente,

destituir a beleza de um virtual empoderamento :: a razão que destitui hadDad, evidentemente,
é a mesma do

golpe :: como lidar com esses agourentos? :: como espantar seu mau-lhado? :: como não se deixar abater pelo

imenso repúdio de são paulo a tudo que é menos pobre e mais edificante? :: somente acreditando que

os algozes, eles mesmos, é que nos solidificam, nos tornando destros pela habilidade que adquirimos de nos

desviarmos de suas torpezas :: o bRasil É o descalabRO :: e a vitória por sobre as forças que saem desse imenso

abismo de horrores e falta de sensibilidade faz a diferença na hora da ação e da reflexÃo, na hora de construir e

reconstruir a força transformadora disso que entendemos por "esquerda" ::
#forçahaddad