santo
orgasmo de elocubrações magníficas, que salta de jato, me fazendo esquecer o
cárcere :: vou nele
a cavalo,
bem alto e potente, escrevendo a ponte, a cavalo, a passagem para uma nova
coisa, que é
uma concha,
meu apetite bem espremido aconchegado, minha cabeça de menino, ali, na noiva ::
tudo
é flora e a
noite floresce, experimento todos os fundamentos da mulher, sua fundura, seu
músculo
escamado,
sua doação de energia branca que refaz minha perfeita realização :: eu
precisava de ti,
menina, ao
meu lado, encenando, no escurecer, na hora da polícia e da insatisfação ::
estou agora bem
velhinho, e
meu estertor ainda é quente, e aqueces, furiosa, meu ser sábio e experiente :: engulo
iogurte,
e domino as
vertigens que a linguagem me proporciona :: são teus raios :: o homem que de ti
foge não
domina teus
meios, tem medo de tuas unhas, labirintos de línguas, tuas mãos de tesoura, tem
medo das tuas âncoras de tecedeira :: explode
a
rivalidade entre os homens, para ver quem te come, quem cozinha e ama em tua
toca, aconchegado
em teu
útero, teu codinome secreto, a comida que dás, escondida, sob a forma de
elucidação para
o dia a dia
:: estou bem louco, porque és secreta, dentro dessa boceta, uma mulher em
chamas :: se
freuD te
encontrou, eu te quero, com todos os teus seios, com a música dos beatles, na
colina :: sou
teu
passarinho
secreto, amainador da favela :: se freuD te encontrou, há um desespero, que me
mantém
desperto,
um estertor sempre efêmero, a conduzir o espaço, um escorregar de frutas no pé,
algumas dessas frutas, com violência :: nessa grande
escola da
vida, no pátio em que me organizas filósofo, a partir de tuas bonificadas
trilhas de suor
e
santificação, eu escrevo, eu organizo :: eu escrevo, eu organizo :: eu tenho
orgasmos, e minha
gira de
caboclo é uma pregação :: mão no pé, chão de milton nascimento :: e escrevo ::
ó mulher,
porque me
manténs tão escravo, tão aproximado ao povo? :: me deixas em meio à confusão,
para que
eu fique
confuso :: à noite, eu vejo fantástico, na geração do mantra sagrado do povo,
que o constrói :
ó mulher,
com mil estrelas na face, escreves o destino da nação e migro para uma dolorida
condição
de classe,
onde sou cometa a te servir, a atender a teus desejos DE MÃE :: nunca tenho
nada, a não ser
esses
carinhos da escrita, que se esvaem, e a energia do teu carinho me aquece :: já
não mais me organizo
sobre a
face da terra, tudo está montado, e gozo, e meu orgasmo é o meu homem-ninho ::
o homem
a sabedoria
dos lábios de mel no olho, repercute a semeia, e domina todas as mulheres, as
empreende
em leitos
que esguicham sonoros uivos, experimenta da santa orgia na confecção de todos
os traços
das
literaturas, na elaboração dos diademas :: e a beleza eterna feminina ergue seu
gládio, sua feição eterna de puta,
querendo
todos os pensamentos do grande sábio, a irromper em todas as portas, aos
domingos,
na alegria
dos churrascos e dos voos genitais com a bola, e o povo ovula com maestria,
prepara uma
nova
semana, uma
nova elegia À forma letal e contagiosa de estar sempre vivo, e as palavras
serão sempre
meninas, a
me consolar, fazendo danças, a me consolar, que me levam para o alto do quarto,
onde
dois seios
condizem com o demônio sagrado e enfurecido, que todos os dias me desassossega
e me
conduz
para o
quarto :: seios de deus, sagrada vagina, gemas para minha imaginação menina, a
colorir meus
sapatos de
fauno :: sou apresentado a ela, que, como dEus, é maravilhosamente múltipla ::
um sânscrito
em meu
quarto, uma sala de como-ir, a mesma que inventou guimarães rosa, e eu já não
padeço ::
engulo
banana, engulo tapioca, e uma mó antiga me transforma em gente antiga, gigante
de ébano,
e o começo
do sexo com a língua me incendeia :: eu sou o início da porra toda, eu sou a
mais fina gente
sem
elegância, eu regurgito todos os males, e ressuscito ::
:::++ escriTo em vinte e quAtro de maio de dois mil e quinZe ::++
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