domingo, 7 de outubro de 2018

bolsonaro, antropofagia e a cisão da identidade brasiLeira




a crueldade desse processo eleitoral, sob certo sentido,  reside na aproximação entre católicos e evangélicos e suas diferenças

em termos de mitos doutrinadores :: todos seríamos mais felizes caso essa cisão não houvesse
historicamente ocorrido :: lembram do episódio do chute na santa (um bispo da universal alvejou uma imagem

de nossa senhora aparecida), em 1995? :: pois é :: o começo dessa tensão explícita que hoje vivemos
se encontra mais ou menos por ali :: a grande questão é saber se a natureza antropofágica do bRasil,

no sentido de uma maior facilidade para a assimilação de diferenças, voltará a vingar, para nos livrar

do que já demonstra ser uma grave fratura na identidade nacional  :: essa natureza em prol da
miscigenação, aliás em muito

contestada, e apontada como mito falacioso, aprumou a bRasilidade hoje conhecida, e que ainda sustenta

nossa identidade, mesmo que de modo menos eficiente :: o solavanco atualmente vivenciado compreende um processo difícil

e doloroso, além de emocionante e dramático :: na verdade, a  existência do coiso-bozonaro empresta
tons épicos a esse momento da história :: e, diante da epicidade, não nos resta outra alternativa

que não seja a de se admirar, antes de qualquer coisa, com o vulto grandioso do destino, da história, do devir, de deUs,



do que seja... ::  acredito que a nacionalidade bRasileira poderá aprontar algo novo para o mundo, a partir desta nossa guerra interna, entre católicos e evangélicos,

e que ocorre até mesmo de maneira branda ::  cisões assim, em outras paragens, chegam a resultar em milhares de mortes... :: no caso do bRasil,

tamanha tensão, que assumiu uma dimensão inédita e importante nos últimos quato anos, nem de perto

se chega a essa situação :: meu palpite é que uma nova nação surgirá desse processo, certamente fortalecida

e revigorada, não cindida, mas autora de uma nova grande façanha antropofágica, como aquela
que amalgamou por aqui europeus, indígenas e africanos  :: rezo para isso, acredito nessa

possibilidade, no mito da pátria cordial, o que não implica
aceitar o fascismo, muito pelo contrário ::  a saída para a crise é o estudo do processo civilizatório

bRasileiro, sua consideração arrojada, conforme novos critérios de cientificidade, que levem em conta

o quanto os elementos culturais africanos e indígenas devem ser levados a sério, revelando a evidÊncia

de sua importÂncia para o próprio futuro da humanidade :: considerando sua melhor solução cultural no que diz respeito

ao antagonismo natural entre masculino e feminino :: somente assim conseguiremos serenar
os ânimos da pátria conflagrada :: não há como retomar a antiga identidade, já bastante contestada

justamente por sua revolucionária visão, sem a incorporação da populosa legião neopentecostal :: lutar contra os evengélicos é promover uma espécie guerra santa absolutamente




inviável :: no entanto, o neopentecostalismo precisa ser docilizado, para que pare de grunhir, latir
ladrar, diante dos mistérios insondáveis envolvidos na miscigenação brasileira, sua potÊncia poética

pacificadora, que envolve o reconhecimento da diversidade, baseada sobretudo em uma nova visão
sobre a sexualidade humana :: todos os deuses cantam e procriam por aqui, não existindo "pecado


do lado de baixo de equador", como se diz na canção popular :: aos poucos, essa compreensão
pode ir se clarificando, gerando novos parÂmetros de sociabilidade, onde tudo é mais gostoso

e menos proibido, com base na inteligência, na sagacidade, no amor e na arte :: edir macedo que
se cuide? :: não, mas que se prepapre, pois "nada será como antes, amanhã" ::

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