sexta-feira, 28 de abril de 2023

○○ amuletos e proteções :: santíssimas

vontades de prever

+++ tudo,
de melhorar
tudo,

○● conforme
o vestido
ou os
músculos
da deusa ::

++●●●
são arremedos
do pensar
sem
medo,
por isso
pensar
com deus,
pulsar
divino ::

++++
deus
não
teme
e em
razão
disso
não pede
passagem ::

+++++++

apenas
é rio
que arrasta,
leva
consigo,
rumor
dolente
ou delicado ::

°•°•°•°•●

de repente,
sem
pressa
ou falha
de opinião,
ele já
passou,
já criou,
já gerou
novo fruto ::
já** pôs
a mágica
da ventania
em funcionamento
sem
base
mais importante
que  sua
própria
temperatura
elevada
e risonha
de fulgor
antigo ::

++
deus
é poesia,
sorte,
adivinhação ::
deus
na ponta
da língua,
ou na palma
da mão,
ou amarrado
no cabelo
em fita,
planta
atrás
da orelha,
é pontiaguda
alegria
e gostosa
gargalhada
contra
o malogro ::

○°
onde os
reis
altos
imperam,
há empoderamento ::
verdades
vernáculas
da bahia
em banhos
de folhas,
alecrim
e oitocentas
mil coisas
de cheiro ::

tudo isso
é parte
da visão
mítica
do bRasil
que
responde
por carismáticas
vitalidades
de resistência ::
povo
bento
e brejeiro,
almas
antes
nuncas
vistas,
mais
outras,
já essas
bem
conhecidas,
que vibram
sonoras,
saborosas
e altaneiras
em despachos
ou terreiros ::
ai quem
dera
ser
eu solanácea
ou espada
santa
de santo guerreiro,
divino
arpão
contra
a vaidade
e arrogância,
combatendo a maldade
ou a falta
de amor ::
quem
dera
eu ser
onde
se
destrava
o reinado
de
exus
e pomba-giras,
redemoinhos
corpo
das
molas
propulsoras
de caboclas
ondas
salvadoras
nos cruzeiros
do país ::


tudo
isso é
proteção
e unguento
às feridas
trágicas
do sentir
e ser,
àsdificuldades
causadas
pela música
do existir ::
é proteção
à paz
dos
merecedores,
dos
parceiros,
dos malungos,
camarás,
é revelação
dos olhos
abertos
dos assombrados
do mundo ::

sexta-feira, 7 de abril de 2023

 há meninos que sentem a doçura de serem meninos :: nessa revelação crística, negra e

indígena

mora a sonhada visão do paraíso brasileiro :: meus pares mantém-se em cordial distância,

recordam

medos originais, casas de onde saímos, as pólvoras e explosivos, os nossos melhores

momentos

enquanto dores insuportáveis que será preciso carregar, ordenhar, tornar brandura :: quanta

ócio a nos divertir :: quanto bom pensamento ::

porque sou andrógino, consigo captar tais essências, mesmo rigorosamente excluído do modo

legítimo de pensar e escrever nossos atuais livros :: porque sinto o sonhar de menino lusitano,

eu consigo :: as damas da morte me consomem, revirando meu cadáver, assando-me,

cozinhando-me ::

sou pequenino então como elas querem, pesquisador de um mito que forme bons revólveres,

formas novas de rock, de tiroteio :: olhar as damas nos resolve, seus amplos olhares sobre nós

mesmos :: quanta cordura na amplidão do vaso líquido de iemanjá, da negra doce e informe

como

um líquido amniótico, pai e mãe da sagrada menstruação que é estrutura do mito :: minha

mãe menininha, meu irmão

com melhores influências, a brincar com poesia ns ouvidos :: como somos espelho! :: como

rimos com natural cordura :: há uma elegia

ao prolongamento da história de nossos deuses :: cada filho consumindo energia e

proporcionando

visões :: ah!, tomada romântica de cada pequeno gesto com que brandimos nossa desilusão ::

o mar

oceânico ((o inconsciente do mito)), inconsciente e pedagógico, protetor involuntário, pode o

pensamento

trágico :: ossos e mais ossos, os ecos de uma guerra dos farrapos, a revolução :: com seu

espelho,

iemanjá nos direciona e cuida de porto alegre, dos bairros, das enseadas, da tristeza :: penso

nas maternidades, que são, antes, aquários de seres marinhos :: podemos todos ser habitantes

dentro da barriga da baleia, filhos dos cuidados da vagina? :: essa velha planta fantasmas, é

pacienciosa

com seus filhos, tece milhões de arabescos, sensual, inumana, ritualística :: ah, voduns e

bruxarias ::

os maus meninos que me tornaram tímido, irriquieto de vergonha,

verão o sonho de sua sensualidade elevar-se :: tornarem-se másculos elevados como

população ::

e o manto de oiá colore o ritmo :: ah, essa mãe, que nos dá a comer arroz com feijão :: pintanos

a ferro, nos faz brasileiros no suor de cada dia :: o que é bonito é sua doçura imensa, como no

colo

da família, no colo eterno, na rodovia do ônibus, no bairro assunção :: a realidade nos fantasia,

amigos, e quer ser cada vez mais

realidade ::

que bom poeta e trovador, que martelo infinito de xangô que aqui não é pixinguinha, mas

tarot

filosófico que recorre a galos de rinha, anímicos, gloriosos como capitão rodrigo :: sou filho

dessa

sensualidade, sempre neto, eterno, de bibiana, e nas carrocerias, nos andores, nas passadas,

pesadelos, iluminações e correrias, acordo pensamento, escrevo novas portas de visão sobre

o infinito :: quero todo o rio grande como quero menstruação, e se já cometo o nirvana do

incesto

que confere glórias ao machucado guerreiro ao infinito, é porque mereço, é porque sou

menino

som, guerreiro e altivo, neto de milton nascimento :: as plagas e as bonitas, os lenços, os

favores,

agulhas e pincéis :: as estocadas de lápis, de olho, de cada pintura exótica pintada pelo olhar

de princesa

das ondas ovarianas a nos carregar e fazer reproduzir incestos fantasiados de televisão :: o

prazer da província,

o som da rbs, a tímida revelação da grandiosidade humana em seu caudal de visões maternas

benignas do curral :: os litros de leite a alimentarem a tropa pronta e destinada ao abate :: a

minha

visão, a minha filha, a minha fala :: nos tornamos narrativa agora evocada à luz elétrica porque

escorre

da coxa morena a menstruação sagrada, vitalícia e plena :: cada bobagem vale a pena, quando

dita, repetida, codificada, porque vem dessa origem grega, de uma gente homérica :: e eu sou

o suor

de minha gente, transformado em gentileza :><