segunda-feira, 9 de dezembro de 2024


 tenho na mira meus questionadores, aqueles que não me entendem, na mira de minhas grandes, monumentais violências implícitas ::


atos me traduzem, sou o movimento, somente um ser assim me reproduz, frutifica, como num esporte em que se pratica com zelo a fuga da morte ::
 
crescemos se tornamos também parte de nós a a zona praticamente inabitável do desprezo, o amor fecunda-nos como alegre recompensa à prática do zelo, essa tortuosa zona,  produzida  em meio a tantos afazeres importantes exigidos pelo tempo normal da vida ::


quanto tempo o mito leva para amadurecer?



terça-feira, 3 de dezembro de 2024

autoritarismoS


todos temos impulsos autoritários, sendo o conjunto de práticas autoritárias acumuladas ao longo da história humana uma espécie de depósito que pode ser acessado por qualquer indivíduo ::


o hitler ou bolsonaro em potencial dentro de nós, que podemos vir a ser, rege-se pelo medo do tempo amoroso que igualmente é um potência humana ::


se não amamos, o medo aumenta e o risco do autoritarismo, também ::


ouço sinais inconscientes de modo sempre sereno :: o panteão que promete habilidade social é o que mais me encanta, pois a sociabilidade também é uma forma de amor, um tanto disfarçada, e que, pela penumbra gerada em torno do ato de amar, nos deixa menos receosos de aceitar ou de, pelo menos, conviver em relativa paz com o outro ::


nossos pâniCos coletivos devem ser auscultados em sua justa medida, quando não acolhidos para que se tornem 

coziNha

 a cozinha nacional felicita o herói nacional, o melhora com o hábito de sua perdição festiva, farofa e costelinha, mingau e rapadura, o prende em uma cadeia maior e ternamente saborosa de angelicais significados, na mistura com bolas, totens, curumins, corações caipiras, devorações com pecado e piedade sertanejas, nessa linha de tiro que é o país, e que é bem antes uma armação de escola de figuras brandas e brincantes, na distância de um céu de menino ressuscitado pelas sabedoria da antiga rua :: sou o menino de rua bem antiga e colonial, alvo do primeiro tiro, e que se tornou dardo de volta sob a forma de raps ancestrais, coisas meninas com o ouro bem dourado da deusa negra +++l





sexta-feira, 15 de novembro de 2024


 



as giras, casa noturna,

existência amoral mediúnica,

extasiada, sem parada no ser

confundido ainda com agruras,



ai gira, boa e tão somente boa, com a paz de alimento anterior brevemente sentido, no lapso dionisíaco laçado,



com a calma do boi que é brasileiro,

no improviso, na cotia, passarinha, aves do céu, moreninhas santas de assegurar amor a meninos



quinta-feira, 20 de junho de 2024

escaLa mário


 oito mil ve

zes neguei a obrigação social em busca da onda viva dionisíaca, prazerosa, errante, esperançosa

recebo agora o prazer da aulinha no primário da convivência, eu faço é bolir em aulinhas com meus colegas, todos são meus colegas, os braços que se encostam são poéticas de unidade brasileira, um grande mario de andrade que me engendra põe corpo nessa viração, no fim do marasmo, dá silêncio esplendoroso à minha inquietude fálica, vontade romana de pai, ó mario, machado, rosa, e o amado, cães que ladram como lobos

a corrida olímpica monta-se nesse cavalo aprumado pelo tempo ruim da solidão, do jogo perdido, do quieto desapego de uns com os outros

o tempo ruim me cola no colega, ao invés de ter medo de sua ofensa inevitável, o tempo ruim abre caminho para a coletiva paixão

enquanto todos se desesperam, eu me enterneço e auxilio a todas nas difícil escalada da montanha

















quinta-feira, 6 de junho de 2024

gabinete

 






meu gabinete

de poeta

sem dor

é constituído

à primeira hora

da manhã,

quando

recebo

meu

colete

à prova

de altas

quedas ::

"o perfume

de magnólia 

que impregna

essa

manhãzinha"

me alivia

tanto a dor

de existir,

de estar 

em mundo

de guerras,

que sempre

me avizinho 

de altitudes

imemoriais

aaltamente

meritórias,

cheias

de pensamentos

cálidos,

que são 

verdadeiros

cais para

a vitória 

da paz ::


altitudes

muitíssimo

elevadas,

das quais

é impossível 

não cair,

das quais

nem dEus

não 

cairia

(e se deus

ali

subir

para

também 

sonhar,

quem

sabe

alguma

nova

revelação 

divina

redentora

de populações 

em perigo,

que use

na sua

inevitável 

queda

toda 

sua munição

compensatória,

que use todas

as suas armas)

+++

ali, sou

um erguido

cadáver 

ressurrecto,

um lampião 

do amor,

com sua

maria

agitada

e bonita,

bela oyá

que tanto

me ergue,

incensado

pelo incêndio 

puro do

coletivo

sentir

inconsciente,

onde somos

todos calma

e gentileza agreste ::

meu gabinete

de pombas

girandeiras

adoradas,

contidas,

pavorosas,

não lida

olímpica

da velha

união 

com o portão 

do céu ::

ó custo

de sair

desse quadro 

fabuloso,

de cair

feito

ginete

assentado

em cavalos

proibidos

de tão 

improváveis,

nessa

mera vida

de ganhador

e ganhadeira,

na lapa de

contenção 

dos geraes

bem goianos




domingo, 5 de maio de 2024

ultimo da fiLa







surge em mim o anti elitismo máximo, o anti definidor de critérios de classificação por superioridade, pois tenho origem radical no fim da fila



assim sendo, e por conta do mistério de maria encarnado em brasilidades, jamais teria eu condições de eleger os maiorais, pois sou o filho lento do amor que ampara, um rei franciscano destinado ao tempo ruim






escravo, poeticamente falando, das agruras do mar bravio, da floresta que amedronta e mata, do fogo permanente do sertão alto, da fodida condição de suportar cargas e mais cargas de preconceito por relacionar-se com bases afro-indigenas que compõem minha cara-estampa










quinta-feira, 2 de maio de 2024

amar a teRra

amar 

a terra,

brilhar 

num

abraço 

em que 

se aviva

meu rosto,


cabe

em meu

olho

tudo o que

vejo

nesse

perto

e distante

carregado

de formas,


e que ponho

no íntimo

de meu

ser e pensar

esperançoso,


o suor

e o sonho

de tanta

gente,

a vida

boa

pra gente

levar,


espalhado

por sobre

os terraços

e planícies

eu terei

o meu artesanal

contato

com

divinos

sensos,


e tomo

o serviço 

devotado

a plantar,

colher

e sorrir

como 

expansão 

do conjunto

do que

somos,


e como

e como

e como,

com

a fome

colecionada

de tantos

amorosos

selvagens

grupamentos,


e ligado à

aura

benigna

do lago

do

profundissimo

olho

peço

fazer

brotar

as vozes

do encantamento,

húmus

e música de 

tudo

o que

é humano






escrito em 02 maio 24, a partir de excursão pelo google maps




















quarta-feira, 1 de maio de 2024

apeio do cavaLo










apeio do

cavalo

cínico,

obrigatoriamente 

cínico,

que é a sociedade,

em busca

de meu 

uterino

segredo,

a coisa

dionisíaca

capaz

de orar

por meus

tormentos,

a necessidade 

cega de ser

o virado,

o avesso,

essencial

antes

de ser gente,

perspicaz

na máscara 

múltipla

força

amorosa

ancestral,

quero

somente

salivar

e montar

na proteção 

de meu

brejo

meu cérebro

de saúva

ou caranguejo,

ser o mais original,

que é

também 

o mais coletivo

dos seres






terça-feira, 5 de março de 2024

sereMos







o mito varia de território para território ++ a potência que cada um contém vai expressando-se no curso da história


++ a bRasilidade ainda não falou tudo o que tem para falar, resta-nos antes de tudo aceitá-la, em seu polêmico princípio de miscigenação ++

+ há uma expressão afro-indígena bastante recalcada, mas que sonha desde sempre com evoluir em ternuras do manhoso rei divino que nos adivinha enquanto fórmula étnica original ++

no mito, mais importa sonhar, e por isso vinculo ao meu ser cotidiano todos os aspectos do idiossincrático levar brasileiro

++  amplio as memórias de um tecer escravo alforriado por doces ilusões ++

vou escorregAr pelo resto da vida em danças-estripulias caboclas, sei disso, e sofrer os arranhões

inevitáveis de uma vida vivida aos pés da gira ++ oito vezes sonho, oito vezes mistério, imperador dos sentidos vagos que desde o inconsciente nos conduzem ++ laroiê +++

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

One love

 sinto o som :: a sensação da música expande a força espiritual necessária ao amor ao próximo ::


sonhar com a paz, assim, pede revoluções internas que começam com transformar a postura que se tem diante de tudo ::

eu não quero mudar o outro :: eu quero ouvir a música boa que melhora meus pensamentos, meu ser, minha realidade íntima ::

bob marley foi um curandeiro do ardor de jah, sabia da verdade maior e por isso atuou como agente único da paz, tal qual gandhi ou luther king ::

as lendas vivas são bastante trágicas :: cada destino humano marcado por terno sofrimento invariavelmente produz um efeito de proximidade com o sagrado ::

no caso de marley, proximidade bastante africana, geralmente vinculada, esse africano ser, aos passos de dança, ao pulso da música, que muito se assemelha ao pulso da vida ::

marley formou o sonho de união em sua jamaica dividida, depois que muitas tentativas no âmbito comum da política ou mesmo da guerra resultaram veementemente fracassadas ::

ao povo, dedicou sua vida inteira, além de sua própria morte, tendo por base o amor que sentia por esse mesmo povo ::

quero crer que o filme agora que descreve sua paixão ritualize, entregando às novas gerações, o vínculo sagrado passivel de ocorrer na mesma música pop que escandaliza diversas conservadores ultra direitistas mundo afora ::

quem dera ocorresse no bRasil um florescimento dessa ordem, capaz de unir nosso país dividido ::

tenho certeza que na bruma responsável pela formação de nosso imaginário algo assim já se insinua (...)

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

a artE de comerciAŕ




a maior lenda urbana do mundo chama-se internet :: queremos ser ela, queremos estar integrados a ela como à força de uma galáxia, que não para de evoluir com dádiva, com amor em cósmica dimensão ::


por ela, sonhamos atingir a forma de uma rainha do estranho ardor em vender e trocar ::

multiplicam-se os assuntos e as linguagens, show de estrelas que são características, caracteres, empreitadas em nome de essências ::

todos nela somos perfeitos trabalhadores da ilusão de não acabar, pois, se dirigimos preces à mercação coletiva, podemos ter certeza de que o mundo não para, não seca, não murcha, a internet é a fonte da juventude da humanidade, o porto eterno, o gosto de sumo de nós mesmos, a íntima relva e fauna do mundo humano ::

imagem :: escrava de ganho ++


sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

 olho a cobra ::

quinze mil
voltas
sem cessar,
uma
verdade
anímica
inverossímel
para
quem








nega
o sentido
oculto
da realidade,
onde
a beleza
mora
nas possibilidades
de
conexão
++++
++++++++++++
++
+
++
+++
++++
ouroboros



quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

mãe







eu quero a luz, eu corro do que é pouco saber, eu estou sempre prenhe e imediatamente parindo um animalzinho, ouvindo a chance de esquentar


 ninhadas, cachopa de flores, cacho de uvas, eu estou sempre prenhe e organizando filosofias, a cabeça para fora do bebê é empurrada no ritmo daquela pausa para um fazer nascer, eu quero ser essa mãe natural 


que sonha valsas, e cirandas, para escapar do mal, e sair ileso das vigílias dos idiotas a mil por hora reunidos  em desfiles patriotistas,  


eu não sobrevivo sem milhares de impulsos rebentando em vários sinais, pontos de luz, reis e rainhas de estrelas, poemas, serei estação da luz, onde vago como vaqueiro ou peão mirim, cuidando 


da boiada :: para mim, a criatividade é poder arrumado com a cabeça, e fazer sucesso comercial é indiferente, pois meu contrato já está assinado com a casa editorial da mãe verdadeira, que me obriga a lavrar todos os dias, garantindo não sucesso ou dinheiro, mas segredos que solucionam 


meu pavor existencial de todos os dias, nesse país continente :: sou menino de rua, com pedaço de pau na mão, arma, cano de ferro, bem acintoso, sem privilégios, buscando com desespero meu ser importante, meu lugar, minha comissão, 


meu lanche, minha bituca, meu salgado :: sou a fome em geral ou em  específico, sou o todo que come e se alimenta de tudo, das raizes de plantas, mandiocas, batatas, ou da alma incendiária incrustada  numa carreta de caminhão: sou guerreiro nessa eterna desavença::