quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

a rEde e o espelho de IemAnjá



ao escrevermos todos os filmes de nossas vidas, nomeadamente por meio das redes sociais, com certeza
gera-se o sonho

por uma história boa, um filme maior que todos, que agregará de modo inconsciente toda essa contribuição coletiva ::

hoje, as pequenas histórias de cotidiano narradas na rede são os suspiros que, antigamente, não encontrando melhor vazão,

eram obrigados a transformar-se em silêncio ou reza :: hoje, conseguem formar, com a matéria-prima do próprio cotidiano, sagas de múltiplas narrativas e

múltiplos heroísmos, onde cada um aproxima-se do sonho artístico de representar a si mesmo conforme
sua própria subjetividade ::

o poder de narrativa conferido ao povo forma o novo tempo artístico do país, em um processo mais amplo e profundo de alfabetização,

vinculado ao poder de sonho da imagem :: inconscientemente, esse olhar sobre nós mesmos revigora o próprio sonho daquilo que somos, em termos ideais ::

a rede social é como se fosse o grande espelho de Iemanjá, o orixá feminino que adorna a vida a partir de suspiros profundos

em nome da beleza :: ao que resta perguntar - que grande ficção está para surgir,  a partir disso, e que mobilize o país, o engaje em um mesmo

projeto de identidade cultural? (a última foi "Tropa de Elite") :: pressinto que essa força gerada pela rede eleva o nível do bRasil em termos

justamente disso - de  sua vocação para o audiovisual ::

nesse país de milhões de "cineastas"  a espelhar suas ambições, talvez em pouco tempo surja a narrativa capaz de novamente

traduzir um sentimento de nação :  algo provavelmente para além de tudo o que cotidianamente se escreve :: algo com o brilho das grandes ficções que,

no passado, por meio da música e da literatura, foram fundamentais para nossa definição identitária ::>>

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