sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

há um mAr na redE



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há tanta reprodução de cada um nas redes, que se trata metaforicamente de uma praia, onde toda
beleza é válida,

pois há sol, areia e mar para todos, e ninguém pode pensar na injustiça de produzir discriminações - as normais da vida cotidiana,

como regulações, obrigações, moralizações etc. :: agora que há na rede uma grande festa, como uma cerimônia em que se insinuam muitas maneiras de nudez, o pensamento

obsceno, pornográfico - que alimentou sempre as condutas de caráter desviantes, os maus-olhados, os métodos cruéis de tortura e trabalho -

tal pensamento tende a arrefecer, tende a ser domado por uma miríade compensações sutis, presentes no dia-a-dia, decorrentes

do imperceptível jogo de ver e ser visto, um jogo de nuances, que ocorre nas indiscrições inconsequentes, ou inocentes,

quase edipianas, do filho que sensualmente surpreende a beleza da mãe, ou vice-versa :: nessa onda
quente de sublimação social que são as redes, os pais conquistam autonomia com relação aos

filhos, que se sentirão mais felizes e sozinhos, e portanto autônomos, pois estarão na rede, acompanhados
por uma grande olho comunitário e humano, gerador de paz e consciência, de reflexão e de novos projetos de

juventude : pensando com Bachelard em uma imaginação da matéria, pode-se tornar a rede metáfora
de uma água fresca e cristalina, onde a alma humana

se limpa de ódios produzidos pelos maus olhares, pragas e agouros decorrentes da má distribuição da possibilidade contemplativa :: ver, olhar, levar-se

ao longe, ampliar horizontes, tudo isso anima a alma, e a reanima :: fabuloso artifício, as redes sociais estão tendo

o poder miraculoso de uma feitiçaria moderna - produzem o reencanto, a transformação dos trabalhadores
em cinderelas :: um milagre,

tão importante quanto o fenômeno da produção de alimentos o suficiente para satisfazer uma população humana crescente ::

o tempo humano chegou, e o amor torna-se a cada dia mais resplandescente ::>>

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