quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

venho aquI olhar coMo o rio corRe





artesanalmente, construo meu tronco de árvore,
onde dentro dele recebo o mito :: como poderei
alcançar-te? :: agora, somos a Índia universal,

o local do redemoinho, o olho vivo de dEus  :: há uma verdade
feita de bênçãos, e eu sou carregado, programado, jogado como um náufrago
:: ninguém escuta o tempo

amadurecido de teu tempo, apenas eu, que te recolhi como um
passarinho cortado, jejuei, entendi
de um código - possuo amor, pinto, escrevo, escrevo com a água

e o brilho de uma rebentação, de um pensar de boi ::
sou a brotação de teu próprio olho, gotejo um óleo que é sacro,
e escrevo, e só escrevo, biblicamente, porque te leio ::

há uma voz no deserto, há um jarro, um denso afeto que sensualmente
orienta-me e perdura em meu ouvido ::
há pares de asas, em trios, e trovoadas, uma sagacidade felina,

menstruações em cifras, segredos permanentes e sequer esboçados,
jazendo como sementes, guardados, aureamente, docilidade direcionada ao futuro ::
há um livro portentoso, que leio, e ele escorre de teu senso altivo e crístico ::

sou um pensador audaz, por isso te vejo, e consigo te pegar
em um dedo, levemente, brincar d
e alto, tenaz,

poeta, entendedor das gregas posições, dos mares e dos ventos
:: te roubar, tocar cítara, ternamente adorar a tua essência,
te colocar pingentes :: lento e atraído por teus achados, eu vou :: sou totalmente

tomado de assalto, pilhado, forçado a defender-me, para imaginar
as mais belas coisas a teu respeito,
e de teus poderes ::  tenhos os olhos
negros, verdes, melhores, misteriosos, a ansiedade de um professor belo

porque teu pensar aberto
é performático, astronômico, quente e preciso :: teu colo principesco, tua túnica,
teu mar :: sou teu escravo feito do corpo duro das árvores,

tua conquista, teu porto, teu quente amigo :: nego todos os
pontos que não podem te ornar, desde os pés e tornozelos até
os finos astros quentes, no rosto, e nos cabelos ::

aquilo que é quente, eu afago, e vasos mensageiros vertem
sons, sinais, vontade imperial do sertão
ritualístico bondoso, proteção mítica e fonte oriental do
brAsil bordAdo ao som poderosO
de dEus::



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