domingo, 25 de janeiro de 2015

hEra



como é dificil ter razão,
 como é fácil
 desentender-se :: hoje,
registram-se as etnias; mas amanhã, será
possível dissolvê-las? ::
 para sermos
 espiritualmente unidos,
leves, e livres,
somente a massa de uma liga etérea,
liturgia
benta da manhãzinhA ::
por que?
por qu?e não saímo
s de nosSo
sofrimEnto? ::
nosso
sofrimento
é prograMado,
é estrutura
muito bem
urdida,
como a de um
de uM
templo,
que somente
o saudável
rei leão
para derrubá-lo ::
cortinas,
cortinas e mais cortinas
escondem
o mistério :: penso
quE
a beleZa
real vem do
sacrifício ::
estoU assado :: sou um
cordeiRo ::
um coração
trançAdo,
um dínamo :: ao
meu redoR,
meu munDo sensíVel,
pai espiriTual
de um giGante invisíVel,
não tem
VEzz; estoU invisíVel ::
a mim, agoRa,
responDe o
socorRo imEdiato
doS séculoS :: quero
compor
uma sinfoniA
que alegrE
meu teMpo ::
precisará ter a beleZA
impossíVEl,
a ponto de permiTir
a paciente
costuRa
da união entre
todos os meus
filhOs :: casado com
umA unção
beniGna,
com o supreMO juízo,
sob a forMa
de mulhEr, eu
estoU :: estOu
manchAdo
de união,
atravEssado pelas
balas do
dinheiRo doce ::
sobre mim se jogAm
vinténs, trocados, flores,
brigadeiros,
orixás,
quindins, balas de coco ::
ao subir
no trem da mortE,
visívEl fiquei
pelA minha foMe ::
acho que
todos os dias
o nazismo faz sua arte ::
a brutaliDade
da vidA é um conclave
do mal :: mas, passADo
alguM períoDo,
em que
nos deiXamos atemorizar
por
essA estruruRa
de realiDade,
encontramo-nos
logo
com as águas salvadorAs
de jesubambino::
cordeiro branCo
de circo - cordeiro negRo,
dando pinote,
pra lá
das bandas
da morte, nas auroras
do invencívEl ::
ali, todos
são gaúchos,
se sou gaúcho,
e isso é incrível ::
ali,
todos estão
pelados,
e não há mistério,
ali há
muita carne
e pouco uso
escravo sensual
dessa carnE,
porque
ali todos queimam já
por dentro,
doces,
do próprio mistÉrio ::
porque
todoS
forAm educAdos
com martíRio
e artE ::
penso nos chapéus
que usamos;
ali, os
chapeus sonham
o espanto
da alegoria sonhaDa,
divisam
plantações
de caNa, se no bRasil ::
o canaVial
aceso, incendiado,
como obRa
de priMos que
se amam,
vizinhoS de lenDas,
por terem sido
alimentados
pelo mesmo
leite,
e sentirem com
nítida perfeiçÃo
seu pertencimenTo
enquanto
imaginação
e matéria
À mesma carnE
glorioSa
de um mEstre ::
o canavial em
chamas não
é desaveNça ::
é conclaVe ::
coMO, dEus?,
arder no conclAve,
arder em
chamAs,
sem machucar-se? ::
nesse canavial,
durante o dia,
treinou baixinho,
em trino,
e sossegado,
o rei dos foliões ::
ele é da gemA
da arTe,
furor incontiDo
para a gueRRa
da arte,
para a aRte
da guerrA ::
shiva
em assoVio,
destempero
e desassombraÇão
frente aos
males da escolA,
os molestadores ::
não lhe perturbam
mais as
sonorosas sereias, com suas
formas
candentes ::
suas bocAS
aberTas
evocAm mitras
obscuras
e subterrâneAs,
ecoanDo
cÂnticos
de paz, depurAdos
do sofrimento ::
as fizerAm
soaR exércitos,
comandadOs
por anJos,
homens ricoS,
impérIOs ::
há sossego
nessa ópEra,
nela não há o mínimo
despreparo
ou desespEro ::
há firmeza
no prato, bem
preparado,
com os mais
incríveis,
incontáveis
e improváveis
segredos
da cozinha da
arte mântrica ::
há um pó
de realeza
por meus
meDos,
uma atmosferA
com gosto
de segRedo
bem guarDAdo,
viragem
secreTa
por uma liRa
lusitaNa,
ao oriente ::
porque dEus
é incansável
mistÉrio? ::
porque
conectou-se
ao poço
incansável
do ventre onírico,
nunca sequer
perturBado
pelo menor
assovio alheio ::
conquista
com isso a originalidade
do criAdor
de gaDo,
no cultivo
das vinhas
e da própRia ira ::
agora,
pensemos :: o mal
castigA
por prometer
a visão rala
do paraíSo,
nos fazendo
rastejar
como verMes,
confusos
e baratinados,
bodezinhos
obscuros,
aprendiZes de
um cabra machO,
bonachão,
gonzagão,
patrÃo de cTG ::
deuS é pater
noster, é discos,
é cultura ::
o mal nos
persegue afirmando
nossA
identidAde
pequeNa,
de ratos,
muitas vezes
infames ::
ratos
infames ::
não devemos
sonhar
com posses e
abundâncias,
se somos
ratos ::
devemos
manter a lira
de cabra macHo,
aceitando-a,
pois ela é
forte e retirada,
agrÁria,
da constituição do ferro,
urbana,
mítica
e revolucionÁria ::
dentro
de sua amurada,
pintam-se joão
e maria,
mutuamente,
casal bonzinho e
bom, comendo
balas de coco ::
voam, dançam
e avoejam,
respeitando
as cores da pátria ::
estão admirados,
admirando
o horizonte
da colina :: comem
falas indígenas
que de tão
exóticas
os fazem
sentir a sensação
inteiRa do universo,
os dedos
de dEus pintando,
o salmo
inteiro do poema
da viDA,
poema
íntimo e composto
da virgem mão
da
virgem maria ::
mariais complexos aborígenes,
fonte
sagrada de tudo,
significação
branda e brasileira de maria,
fogueira nova,
aldeia nova,
geração mais nova,
saias para a revolução ::
o olho inteiro
da dEusa,
manso,
de bezerrO
manso,
de cadeLa,
de placenTa,
de uma
região
obscuRa ::
um olho
vertiginoso
de poeta,
capaz de conheCer,
respeiTar
e aqueCer
caDa filHo ::
voragem, voragem, voragem,
aquecimento
eterno,
mistura fluidica
de signos
formanDo uma
platinA,
uma áRea
benTa
e abertA,
destinAda
à geraÇão do caMinho

domingo, 18 de janeiro de 2015

o cliPe de "duas de cinco" e o miTo de nossa eterna escravidão




""""negar o bRasil o reforça, ((na verdade, porque sua própria essência é a
escravidão e, de modo limpo, organizado,

socialista, espiritista, umba))ndista etc., uma resistência a essa escravidão ::
que verdade

haveria de ser mais difícil de ser compreendida do que essa? :: um
povo que, para ser ele mesm%o, submete-se

à eterna condição de não ser ele mesmo para, a partir disso, revelar-se na
luta contrária, na luta pela sob##revivência?::

pois foi bem assim que se constituiu nossa primeira formulação identitária,
que emprestou uma primeira uni@@dade ao país, a partir

de símbolos como o carnaval, o futebol, o jeitinho, a malandragem - sempre
símbolos de (((((((((

resistência, improviso, reorganização (verdadeiros golpes de capoeira
face à +++++++++

persistência da - sempre ela - escravidão :: aí se encontra nossa unidade
secreta,

onde algozes e vítimas se combinam harmoniosamente em um luta épica ::
essa epicidade, ]

{ no entanto, só poderá nos tocar mediante a representação bela e artística dela mesma ::
nos dias

de hoje, o cinema é""" a arte mais indicada para tal feito, sendo terrível nesse sentido o complicador tecnológico de nossa
++++++
condição enquanto nação emergente ((30 anos atrás, se diria "subdesenvolvida" :: como fazer um grande filme, +++++

que retrate tal grandeza? """""""""

________----------+++==______________+++++++++___________________________
meses depois de escrever esse pequeno texto, o vejo de certa forma
retratado nesse clipe de "criolo" ::

uma revelação de nosso estilo duramente produzido, em lama
afundado :: "chego a rir de nervoso",

diz criolo, na letra de "duas de cinco" :: chego a sentir o próprio cheiro do
mar e da senzala, nesse _____________--------------------

navio negreiro que é o bRasil :: "e vou...", diz criolo :: e vamos, digo eu, na relação
obscura do bem com   --------_______________++++++++++++++++

o mal, o mal produzindo o bem :: se estamos limpos e organizados, como sugere
criolo em seu último ^^^~^]

disco, "convoque seu buda", resulta do bRasil qualquer coisa de
surpreendente :: espero ardentemente ^^^~^]

pela redenção do bRasil face a reedição de seus eternos deuses caboclos, em meio
à favela tecnologizada ^^^~^]


em que estamos nos transformando, cada vez mais :: <<<<<<<<<

o liMitE

agora brinco, há muita brincadeira :: encontra-se na verdade, crua ou fantasiada, o reflexo do sofrimento, seja pessoal,

seja coletiv


o :: por que uma cidade me enternece tanto? :: será a ameaça de um futuro incerto, para todos, que

nos condena? :: talvez o que mais produza a massa de

                         uma cidade, a "cola" que une uns aos outros em uma mesma

face, seja o estrondo subterrâneo de uma bomba, a explodir em holo


         causto, ou uma espécie de morticínio camuflado,

mas já programado, que nos coloca em estado de poesia :: venho tentando compreender o fascínio que exerce

sobre mim porto aleGre, a cidade em que nasci, onde agoRa me encontro, revendo filmes, ouvindo músicas, ao andar

pelas ruas da cidade ::  ++++ e a pergunta me inquieta :: aqui estamos, e há uma audição secreta, que nos exprime, e nos

lembra de nós ))))) mesmos :: essas vozes secretas mantêm o culto de nossas próprias inquietações, formatando um dia

a dia mais alegre :: estou quebrado ao meio              pelos ruídos da cidade :: estou confuso e soterrado - e aqui no íntimo

mais profundo de uma ++++++ genialidade curadora e potente, procuro rever meus ícones pela cultura :: talvez o que mais me

enterneça pela cidade venha sendo o fato cotidiano da explosão de cores, em múltiplas explosões de incertezas

que se transformam em arte ::


))))))))))
+++++++++++++
os atabaques dos "saravás" e "batuques", que aqui afirmam o doce de uma identidade

republicana e, portanto, sem preconceitos :: fico espantado com o quanto os mesmos fatos dos principais centros

da antiga escravidão africana no bRasil aqui se repetem ((então, quando dizemos que negro é o nordeste, a  bahia, o rio

de janeiro, não há clareza nisso :: fico espantadO com o nosSo destino de estado fielmente trágico e atado aos destinos trágicos da nação,



                                     como pátria escrava e submissa, e com isso termos produzido elis regina e getúlio vargas :: fico espantado

com o desassossego genial de nossa juventude, com seus pensa++mentos altivos e irreverentes, e todo nosso

socialismo :: fico espantado com tudo isso como alguém que (()) se espanta com o estaDo de choque que é

necessário para que a face
+++++++++++++++++++ poética que cubra nossas feridas cruas se produza :: estou sentado e pensando ::

estou preocupado, como se mil cadáveres, ex-incendiários transformados em imortais, agora quisessem me seduzir

e arrastar para o seu lado puro e eterno da revela

(((()))) +++

ção da cidade a ela mesma :: mil cadáveres que velam porto alegre,

porque aqui estão seus parentes mortos e seus descendentes, pais de bibianas e capitães rodrigos, eternos como

erico veríssimo  :: somos a perfeição do nexo imperfeito, e enquanto

os dramas familiares se desenvolvem, o ritmo não se dissolve, pelo contrário, se adensa :: se quintana lamentou

que não poderia percorrer todas as ruas da cidade, para acariciá-las com o olhar de sua poesia, devo declarar

que a dor que sinto infinita vem da impossibilidade de abençoar, como se fosse um dioniso em sacrifício, abençoar cada rito, cada sinal

de enamoramento e recato que faz amar e arder em chamas de desejo a cidade - tamanho o apelo de paz, tamanho

o tempo infinito de pulsões coletivas que nos puxam para o desatino :: a ardência mesma dos CTGs, que em uma cidade

deu "bons casamentos",







no encantamento próprio e profundamente, perfumadamente genital, de nossas "danças

decentes" :: o próprio pacto de sangue entre favelados e presidiários, o quíntuplo assassinato da população resignada,

os traficantes do pó, os trombadinhas do crack, a sofrerem, pelo inter e o grêmiO :: nossos meninos de assalto,

e o santo sinal das bênçãos dos despachos, por esses filhos, nas beiradas dessa ponta da lagoa dos patos :: sinto que são mil olhos que velam

pela cidade, qual mil velas acesas, cada uma representando um desejo obscuro de civilização, proveniente de mantras

secretos, entoados pelo acúmulo das almas em aprendizado e comunhão universal :: é como se comêssemos farinha

pela mão generosa de uma mago surpreendente, que nos surpreende por não compreendermos como são seus

mitos, que são forças entoando artes, mil engenharias :: estou enganado como fausto foi por mefisto, estou aqui

onde os andinos ardores se encontram aprumados por mil correntes, onde a cabalística coloca doentes no pronto-socorro, hpS,

e faz os assaltos percorrem o sistema andrajoso da cidade, atemorizando os choferes de táxi :: estou apenado e sentindo,

estou perfeitamente em contanto com o humano mundo das dores coletivas, e em como elas se transmutam em mil

sinais plenos de fantasia, seja no samba, no pagode, na comida, na igreja dos caminhos que levam à galeria do rosário ::

estou forte como o peão bruto que ergueu toda a área do porto, com seu muque, o peão do bruto escravo :: estou corrompido

como quem sofreu toda a carregação dos estoques, como quem limpou, varreu e lavou o açougue, a cozinha,

e sem embebeu do óleo brando dos pensamentos untados por iemanjá nossa senhora da liturgia do charque e do ardor

bem negro que se esconde pela cidade :: estou comendo o que sobrou, escondido e rezando pela etnização da folia,

pelo tempo outro dos caminhos, o ouro bem junto depositado na escadaria entre a duque e a andré da rocha ::

estou perfilado :: estou com o cabelo internamente cortado, como os malucos pós-hippies neopunks da bizarrice

sonhada urbana que aflora :: estou depositado e contrito, com os pés das mãos cortados e disparando ritos de aglutinação

benfazeja, como faz o bará rei do mercado, sem que absolutamente ninguém se dê por conta disso ::
e aquela que pensa

nossa candura, e a obviedade de nossa violência, esgota-se como um pano de chão, ressurgindo a cada dia mais bonita,

quanto mais contrita em sua doação, na triste sina das mulheres deste chão de duros soldados batalhadores, revelando-se

sobretudo no intento de nossos maiores cantadores :: sendo seu ímpeto selvagem e seu mistério insondável o responsável

mítico por nossa beleza e vaidade tão impressionantes, a beira desse regato, que é o guaíba ::




É surpreendente a transformação que se opera no caráter de um indivíduo quando nele irrompem as forças coletivas. Um homem afável pode tornar-se um louco varrido ou uma fera selvagem. Temos a propensão de inculpar as circunstâncias externas, mas nada poderia explodir em nós que já não existisse de antemão. Na realidade, vivemos sempre como que em cima de um vulcão, e a humanidade não dispõe de recursos" preventivos contra uma possível erupção que aniquilaria todas as pessoas a seu alcance.

https://www.netmundi.org/home/wp-content/uploads/2019/04/Psicologia-e-religi%C3%A3o.pdf

domingo, 11 de janeiro de 2015

sendo o medo nossa evoluçãO





"Não cometeríamos um erro, todos nós, ao 
fundamentarmos nossos juízos em lapsos de 
tempo demasiado curtos? 
Deveríamos tomar os geólogos como exemplo." 
(Freud, 'O futuro de uma ilusão')


"Paradoxalmente, o medo libera instintos sígnicos poderosos. A necessidade é o grande mote da criação." (Minuzzi)




a questão árabe/judaica me suscita, antes de tudo, muito medo :: mas de um medo telúrico, geológico ::

vejo essas formações culturais intensas, caso do islã, ou do cristianismo, como revelações do fundo da terra respondendo a clamores

profundamente humanos :: não acho que religiões sejam facilidades que o homem criou, para se iludir ::

não :: ao fundo, são lembranças profundas de uma psique adormecida ((evidentemente, sigo aqui
uma

linha de análise mais dada à psicanálise :: não vejo como fugir de tal linha :: a análise hoje em
dia

desses fenômenos, como no caso, agora, do massacre na redação do jornal Charlie Hebdo, deveria englobar uma espécie

de auscultação subterrânea, do inconsciente :: acho que uma tal ciência ainda se encontre em seu início ::

mas, para ela, deveríamos levar em conta, antes de tudo, que o mito surge como revelação suscitada
pelo medo,

e formações míticas como essas, grandiosas, que sustentam meio continente, um continente
inteiro,

ou um hemisfério inteiro, como na divisão clássica entre ocidente e oriente, são acima de
tudo

liberações originais, conteúdos que a psique humana revelou ((no sentido de trazê-los de uma
profundidade

obscura para a luz de um palco, uma cena, uma visão)), e que funcionam até mesmo como espetáculo,

evidentemente grandioso :: tais visões vêm sempre como que cravejadas de diamantes, pedras preciosas :: e parecem ser anunciadas

como tesouros, que propõem riquezas e o fim do sofrimento :: este, o sofrimento, sempre imposto
pela

condição física, de submissão do humano à matéria, à atividade empírica do mundo ::  ao mesmo
tempo,

essas formações que o inconsciente libera representam "cozimentos", no sentido de uma longa
costura,

arquitetada por um período longo de tempo :: nesse período se estabelecem trocas, no plano empírico
da realidade,

que proporcionam acúmulos, estoques de conhecimentos e emoções :: no limite, cada religião é fruto de um vasto período

de sofrimento, na relação do homem com a terra, em seu processo de busca para o alívio da dor
que causa

planTa :: oliveiRA
o existir, em todas as suas exigências de produzir para a sobrevivência, e reproduzir-se,
sexualmente,

considerando-se os apelos da hominização ((quando o ser humano eleva-se em relação
ao instinto

básico, passando a controlá-lo e buscando uma condição mais sublime, próxima daquilo
que universalmente

se conhece por "amor" :: na relação do homem com a mulher, ainda, a revelação
mítica aponta

para uma espécie de "domesticação" :: sempre haverá um torpor masculino a ser sossegado
na busca por

um número infinito de mulheres, como frEud viu, ao análisar o inconsciente, e diagnosticar
o anseio


universal pelo retorno ao útero materno :: daí o furor do mito, em sua necessidade de expansão,
e o medo

que nos pode causar qualquer civilização, como agora, no caso dos atentados em paRis ::
quem pode

parar com o cristianismo, no sentido de conter sua onda de dominação, sua libido, seu entorpecimento

oriundo do prazer de governar? :: essas vastidões conquistadas pelo ocidente, a partir da europa, na reunião exata entre helenismo grego e judaísmo

cristão, representam esse medo de perda do aconchego proporcionado pelo útero ((o que a literatura
sagrada chama

mesmo de "paraíso")), possuindo a textura de erupções vulcânicas :: a terrA emana
seus viscos,

suas orientações, que são fruto de seu próprio pensamento íntimo, orgânico :: a terra como
um organismo

vivo e pensante, inteligência pura, lava ardente ::  por certo, viver sobre a superfície do planeta é algo repleto de riscos, algo muito perigoso, pois suas paixões

são virulentas, e aquilo que aflora, como tesouro mítico, vai ao encontro de um povo (para  redimi-lo), e de encontro

a outros povos (para inevitavelmente pressioná-los, em uma relação de convívio))  :: com isso, há
um

espalhamento de tensões causadas por opulências, por sugestões de contato com a camada
mais viva

e livre da terra, seu prazer, seu estertor, sua intimidade profunda, seu útero, seu feminino sagrado :: depois de 2 mil anos de cristianismo,

a consumir relações e propor degredos, a questão agora é saber se essa espécie de mito comandante
de uma

nave espacial, que é a terra, terá condições para ordernar a concretização de uma convivência
de forças

míticas que não abale estruturalmente o planeta ((como quase aconteceu com a Segunda
Guerra
miTo :: deusA niX (grécia)

Mundial :: ao fundo, somos todos muito amados por essa mãe generosa :: na costura de um outro mito que nos sirva para o futuro, e que nos envolva,

como um manto para uma humanidade recém-nascida, é que se dá o trabalho agora da natureZa,
essa eterna

e laboriosa cozinheira :: o drama de seus filhos é real e existe, abalando nossas convicções, e nos enchendo de medo ::

a convivência pacífica entre os diferentes requer tamanha paciência, que somente o medo ((o medo de morrer, o medo

de que nossa viagem pelo cosmo infinito se acabe)) é capaz de torná-la possível :: as costuras por conjunções

são infinitas, muitas vezes ocorrem em segredo, e o tempo vivido em contato multicultural, nesse momento




único da trajetória humana, obrigatoriamente tenso, nos obrigará a fazer submergir do fundo de nossa psique

((agora integrada pelo inglês e a internet)) uma nova solução para os nossos problemas de convivência ::

simplesmente porque ninguém prefere a morte ((só "saúde e sortE", como afirmou o poeta:: nesse sentido, o islã cumpre papel decisivo, pois avisa a europa,


e o estados unidos, sobre a existência de sua natural arrogância, obrigando-nos a um alargamento
de

fronteiras - fronteiras do pensamento humano - que recomponha saberes fundamentais sobre
como

alimentar famintos e dar-lhes bons sonhos, bons sentimentos, na sua necessária vinculação
como o

território e o amor à pátriA :: não é fácil, mas o significado profundo de ser um filho da
mãe terra

encontra-se nesse pertencimento a um sentido quase mágico de superação e heroísmo,
como no caso

dos ensinamentos legados pelos grandes profetas das grandes religiões ((cristo, buda, maomé, moisés :: não sejamos "burros",

e tenhamos a capacidade de entender o sentido dos mitos, mais especificamente em seu aspecto sagrado,

esforçando-nos por incorporar a sacralidade ao nosso modo secular de ser :: é por aí, creio, o caminho a ser seguido ::



arte :: badi assAd