como é dificil ter razão,
como é fácil
desentender-se :: hoje,
registram-se as etnias; mas amanhã, será
possível dissolvê-las? ::
para sermos
espiritualmente unidos,
leves, e livres,
somente a massa de uma liga etérea,
liturgia
benta da manhãzinhA ::
por que?
por qu?e não saímo
s de nosSo
sofrimEnto? ::
nosso
sofrimento
é prograMado,
é estrutura
muito bem
urdida,
como a de um
de uM
templo,
que somente
o saudável
rei leão
para derrubá-lo ::
cortinas,
cortinas e mais cortinas
escondem
o mistério :: penso
quE
a beleZa
real vem do
sacrifício ::
estoU assado :: sou um
cordeiRo ::
um coração
trançAdo,
um dínamo :: ao
meu redoR,
meu munDo sensíVel,
pai espiriTual
de um giGante invisíVel,
não tem
VEzz; estoU invisíVel ::
a mim, agoRa,
responDe o
socorRo imEdiato
doS séculoS :: quero
compor
uma sinfoniA
que alegrE
meu teMpo ::
precisará ter a beleZA
impossíVEl,
a ponto de permiTir
a paciente
costuRa
da união entre
todos os meus
filhOs :: casado com
umA unção
beniGna,
com o supreMO juízo,
sob a forMa
de mulhEr, eu
estoU :: estOu
manchAdo
de união,
atravEssado pelas
balas do
dinheiRo doce ::
sobre mim se jogAm
vinténs, trocados, flores,
brigadeiros,
orixás,
quindins, balas de coco ::
ao subir
no trem da mortE,
visívEl fiquei
pelA minha foMe ::
acho que
todos os dias
o nazismo faz sua arte ::
a brutaliDade
da vidA é um conclave
do mal :: mas, passADo
alguM períoDo,
em que
nos deiXamos atemorizar
por
essA estruruRa
de realiDade,
encontramo-nos
logo
com as águas salvadorAs
de jesubambino::
cordeiro branCo
de circo - cordeiro negRo,
dando pinote,
pra lá
das bandas
da morte, nas auroras
do invencívEl ::
ali, todos
são gaúchos,
se sou gaúcho,
e isso é incrível ::
ali,
todos estão
pelados,
e não há mistério,
ali há
muita carne
e pouco uso
escravo sensual
dessa carnE,
porque
ali todos queimam já
por dentro,
doces,
do próprio mistÉrio ::
porque
todoS
forAm educAdos
com martíRio
e artE ::
penso nos chapéus
que usamos;
ali, os
chapeus sonham
o espanto
da alegoria sonhaDa,
divisam
plantações
de caNa, se no bRasil ::
o canaVial
aceso, incendiado,
como obRa
de priMos que
se amam,
vizinhoS de lenDas,
por terem sido
alimentados
pelo mesmo
leite,
e sentirem com
nítida perfeiçÃo
seu pertencimenTo
enquanto
imaginação
e matéria
À mesma carnE
glorioSa
de um mEstre ::
o canavial em
chamas não
é desaveNça ::
é conclaVe ::
coMO, dEus?,
arder no conclAve,
arder em
chamAs,
sem machucar-se? ::
nesse canavial,
durante o dia,
treinou baixinho,
em trino,
e sossegado,
o rei dos foliões ::
ele é da gemA
da arTe,
furor incontiDo
para a gueRRa
da arte,
para a aRte
da guerrA ::
shiva
em assoVio,
destempero
e desassombraÇão
frente aos
males da escolA,
os molestadores ::
não lhe perturbam
mais as
sonorosas sereias, com suas
formas
candentes ::
suas bocAS
aberTas
evocAm mitras
obscuras
e subterrâneAs,
ecoanDo
cÂnticos
de paz, depurAdos
do sofrimento ::
as fizerAm
soaR exércitos,
comandadOs
por anJos,
homens ricoS,
impérIOs ::
há sossego
nessa ópEra,
nela não há o mínimo
despreparo
ou desespEro ::
há firmeza
no prato, bem
preparado,
com os mais
incríveis,
incontáveis
e improváveis
segredos
da cozinha da
arte mântrica ::
há um pó
de realeza
por meus
meDos,
uma atmosferA
com gosto
de segRedo
bem guarDAdo,
viragem
secreTa
por uma liRa
lusitaNa,
ao oriente ::
porque dEus
é incansável
mistÉrio? ::
porque
conectou-se
ao poço
incansável
do ventre onírico,
nunca sequer
perturBado
pelo menor
assovio alheio ::
conquista
com isso a originalidade
do criAdor
de gaDo,
no cultivo
das vinhas
e da própRia ira ::
agora,
pensemos :: o mal
castigA
por prometer
a visão rala
do paraíSo,
nos fazendo
rastejar
como verMes,
confusos
e baratinados,
bodezinhos
obscuros,
aprendiZes de
um cabra machO,
bonachão,
gonzagão,
patrÃo de cTG ::
deuS é pater
noster, é discos,
é cultura ::
o mal nos
persegue afirmando
nossA
identidAde
pequeNa,
de ratos,
muitas vezes
infames ::
ratos
infames ::
não devemos
sonhar
com posses e
abundâncias,
se somos
ratos ::
devemos
manter a lira
de cabra macHo,
aceitando-a,
pois ela é
forte e retirada,
agrÁria,
da constituição do ferro,
urbana,
mítica
e revolucionÁria ::
dentro
de sua amurada,
pintam-se joão
e maria,
mutuamente,
casal bonzinho e
bom, comendo
balas de coco ::
voam, dançam
e avoejam,
respeitando
as cores da pátria ::
estão admirados,
admirando
o horizonte
da colina :: comem
falas indígenas
que de tão
exóticas
os fazem
sentir a sensação
inteiRa do universo,
os dedos
de dEus pintando,
o salmo
inteiro do poema
da viDA,
poema
íntimo e composto
da virgem mão
da
virgem maria ::
mariais complexos aborígenes,
fonte
sagrada de tudo,
significação
branda e brasileira de maria,
fogueira nova,
aldeia nova,
geração mais nova,
saias para a revolução ::
o olho inteiro
da dEusa,
manso,
de bezerrO
manso,
de cadeLa,
de placenTa,
de uma
região
obscuRa ::
um olho
vertiginoso
de poeta,
capaz de conheCer,
respeiTar
e aqueCer
caDa filHo ::
voragem, voragem, voragem,
aquecimento
eterno,
mistura fluidica
de signos
formanDo uma
platinA,
uma áRea
benTa
e abertA,
destinAda
à geraÇão do caMinho
Nenhum comentário:
Postar um comentário