terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

o aMor

o mais difícil
é fazer creScer
o amor
:: vamos cavand
o profundo, há um túnel que o apresenta ::
m
ágica e tantricamente, de modo antigo,
o vamos
fazendo
enquanto
vivemos e nos
vamos fazenDo,
na casa, comida,
paiol,
canto, cidade  :: o fazemos crescer se
iludimos a nós
mesmos sobre sua existência ::
eu e minhas
capacidades ilustrati
vas, com olhos e pés de fogo :: o amor nasce quando
conseguimos
imaginar tudo, e os pensamentos da
 convenção social, com suas tácitas, implícitas vergonhas,
não mais
nos margeiam ::
sereno como um rio ganges,
poluído
aoS olhos dos homens,
mas cristalino
como os olhos
da manhã,
se
o amo limpo,
ele escorre como leite,
apresentando
umA suave afabilidade :: eu
venço
os hinos que o amaldiçoam,
eu me amarro
aos postes,
eu cavo
e planto :: estou meio
tonto,
se ainda
escravo,
mas
depois
que recebo
as picadas
da morte,
o percebo :: o amor
é canção como
um vento
em um céu
encarnado,
e a escultura
de um mito
se desenha
nas nuvens -
ao pai, com
louvor, registremos
nossa alegria -ele
existe,
o amor vive longe,
mas
dentro
de nós, basta
ser
percebido ::
e isso
é um templo
de vitória,
uma pátria,
uma bandeira,
com todas as
nacionalidades ::
na distribuição
da fartura
e da justiça,
ele cresceu
e andou
pela terra,
desde o
mais íntimo
da escultura
da mãe terRa ::
o amor
é poeticamente,
e de modo
íntimo e até
violento,
mas sempre
alegre e extasiante,
uma função
do íntimo
da terrA,
suas trombetas
de mulher,
seus seios
gloriosos
que exultam
perante
a felicidade
de sua própria
conquista,
território
secreto
e inabitado ::
na simplicidade
de entender
isso,
ele escoa,
agride e consola :: ele exige
uma disposição
para
receber o beijo
da evolução
da espécie,
com seus
múltiplos
e gloriosos
espinhos, e negocia conosco
uma
brincadeira absoluta,
longínqua,
distante,
alongada,
como os braços de herA,
os cabelos
do filósofo cego,
o carquilhar do navio ::
e então,
quando esquecemos
o mundo real,
e aquecidos
por nossa própria
esperança
infinita, sua
possante
estatura
enquanto
fio pensante
que sobre
os quatro
cantos
da terra
tece
uma toalha
de renda,
uma suave
redondilha,
uma leve
jogação por dinheiro
e perdas,
nos
deparamos
como o homem puro,
promessa
divina de suspense
e cinema ::
esse homem
sabe
revelar
o amor
com bastante lembrança,
quente promessa
soprada do devaneio ::
ama
o tempero
da comida,
e sabe que o amor
é uma casa,
em que vivemos,
onde milimetricamente
nada está
fora do lugar,
tudo está
em ordem, e nossos caprichos
serão atendidos ::
ali ele habita uma
região em floresta
viva, na
qual frutos nos
emprestam sua
generosidade
ofertativa,
seu olfato,
seu gemidos
de dor e gozo, seus medos
ansiosos
por serem,
até que um dia,
possuídos
por crianças
gentias :: o
amor
nas patas
da paca, na
corrida
oculta do javali,
na
visão do índio :: o
amor no peito
aberto
da existÊncia,
selvagem nu,
como
ravi shankar,
que
sonha estar
nu e dançando,
demolindo
faculdades
destrutivas
dentro
de si,
destruindo
a escravaturA
imposta
ao ornamento,
e agregando
enfeites,
firulas
e floreios
às formas
puras
do sexo
transformado
em música
e pensamento :: ainda o vejo,
o amoR,
no plano
das telas
de cinema, nos
invadindo,
no que foi
a televisão,
com
suas mil e uma
hospitalidades
para
o engenho
da doçura
na casa
do século
XXI,
mesmo
nos esgares
de michael jackson
e madoNNa::
no congresso
entre
oriente e
ocidente ::
o amor
como força
cabocla,
no sentido
perigoso
de uma ilusão
sem
volta,
e na consideração
do sexo
como a sabedoria
para as
estrelas,
o trem que
nos assassina,
atropela,
e condimenta
o toque
essencial
para um renascimento ::
o compreendendo
como fruto
e gozo
de uma máquina
anímica
e de carne
pensante,
eu compreendo
o amor ::
o amor
carquilhado,
envelhecido,
virado tuna,
sob
a máscara
do tempo :: o amor
real
e verdadeiro
de um cristo,
crucificado
pelo deixar-se
ficar
sem a beleza
impossível
do mestre ao infinito ::
que
a poesia
cale,
que a poesia
sonhe,
que o poeta
escute,
todos
os dias,
os generosos
espantos
perante
o gozo
infinito
que proporciona
o amor ::
o amor
nos dá
trabalho
porque
nos desaloja,
e ele é tão
coletivo
quanto
a força
necessária
para remover
humanidades
inteiras,
de um canto
a outro
do planeta,
fundando
histórias,
lojas,
comércios,
excrescências
para que
jamais
esqueçamos
do mal
que nos
faz a maledicência,
o plano
hipócrito,
o mito do próprio diabo ::
por
fim,
a amor
é uma fibra
nervosa
que
paulo freire
costurou
com sua
sabedoria ::
sob
a sombra
de uma mangueira,
com
um pouco
de
vento e água
fria,
a visão
refrigerada
sobre
o suor
e o contrato
incestuoso
no contato
do trabalho,
no dia a dia ::
o amor
como coisa
que
cura,
costurada
e infinita ::
enfim,
uma
soma,
uma agrura,
um
aprendizado ::
uma
laboriosa
recompensa
ao menino
sério,
azul e engajado
que
nos representa,
como shiva
e suas
múltiplas
leituras
da vida,
todas
as línguas
que
fala,
o sal
na comida,
a pedra
que
fornece
o toque
do berimbau,
tudo
que pega
fogo
e se alastra,
meu
pensamento ::




foto adicionaDa em :: 11 nov. 2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário