terça-feira, 13 de dezembro de 2016

a estraAnha vadiaçãO


dois ex-alunos me “marcaram” em uma postagem do facebook sobre professores que “marcaram
sua vida” :: agradeço :: e isso me fez refletir um pouco :: que professores marcaram minha
existência? :: também tenho nomes na memória :: mas permaneço inquieto :: será possível
um professor para a vida, que extrapole os muros da profissão? :: a vida na América latina
sob a chibata da América do norte :: porque, quando vemos, nossa estrutura física e emocional
se rompe, não aguenta :: claro, vc pode conseguir uma boa colocação social :: mas e os que são
colocados à margem do sistema? :: um trabalhador da saúde, da segurança ou da educação
públicas, por exemplo :: ou o meu caso, trabalhador do sistema privado de ensino superior,
sob a égide ingrata do neoliberalismo ::
quando vc vê, perde-se a utopia e se instala a desgraça :: cotidiano nervoso, caótica cidade,
política subserviente, governantes antiquados ou conservadores, subservientes e hipócritas ::
quem nos ensina, diante disso, a manter o prumo, a força no braço, a ética e o abraço? :: quanto tempo durava um escravo
do tempo da escravidão, um escravo do eito ((o tipo de escravo que trabalhava na roça e era o mais sacrificado))? :: várias
sabedorias se instalaram no bRasil, àquela época, para permitirem a altivez do povo
:: inconscientemente, em minhas aulas, acho que repetia esse tipo de situação :: lembro-me que brincava
com os alunos, descontraindo o peso de estudar à noite ((depois do dia de trabalho duro)) em rodas
 informais de capoeira :: tanto que fiquei conhecido por ter como instrumento de trabalho um pandeiro ::
e por sempre trabalhar em círculo :: algo efetivamente sui generis ::
hoje entendo melhor os motivos recônditos dessas práticas pedagógicas, que não passavam sem gerar algum estranhamento ::
e nunca encontrei na vida um professor, formal, de sala de aula, que me estimulasse esse tipo
de desatino, evidentemente :: ou desatino de qualquer outro tipo, mas que fizesse a vida valer a pena,
para além do manto das capacidades que precisamos desenvolver para o velho e ingrato
mercado de trabalho :: são estranhas, de fato, sabedorias negro-indígenas :: quando realmente vc sabe que o capitão
do mato está vindo, estas sabedorias ensinam a chamada “vadiação”, tão vitimada pelo preconceito, mas que estabelecem um patamar
praticamente milagroso de resistência frente aos métodos torturantes do dominador :: quando Michel temer, José serra, Aécio neves, Sergi moro, estão cumprindo
com suas obrigações ((para com os estados unidos)), fazendo com que o país permaneça castigado
pela pobreza e a devassidão ((esse país lindo e rico!)), concluo que o que vale a pena são as sabedorias
dos mestres das culturas populares brasileiras :: capoeira angola :: velho gingando enganando
essa escravidão sem prazo para acabar, e sustentando a graça da vida :: todo nosso folclore ::
a tradição indígena dos xamãs relacionando curumins com segurança e habilidade :: isso é
conhecimento necessário e tristemente esquecido :: felizmente, o tenho para mim, no auxilio

do cumprimento de minhas obrigações, em todos os níveis sociais :: #saravá!!!!




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