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quando gonzaguinhA compôs
esse verso, na canção “É”, antes da década de noventa, talvez ainda fosse possível
acreditar que havia, em torno de nossa integridade pessoal, um certa proteção,
garantida por nossa autoestima nacional :: mas agora, em pleno dois mil
e dezessete, meu temor é de que, sim,
estejamos altamente expostos :: porque, para o lindo povo brasileiro,
não se trata mais
de uma questão de sentir-se lesado pelo custo de vida, questões
financeiras que ordenavam
a labuta diária, mas ordeira, sempre aliviada pela alegria de nossa
identidade
cultural, lá, nos idos das décadas de setenta e oitenta :: o fato é que a ordem econômica pesou a mão
tanto, na passagem do
período da guerra fria ao atual momento do capitalismo mundial, que
nossa própria cultura
desandou :: nesse lamentável fim de mundo, para o início de um outro,
ainda pouco
visível, o perdão do bRasil aos poucos países ricos que nos escravizam
deve ser ainda
mais oriundo de nossa força cultural miscigenada, onde podemos tudo :: o
bRasil
não é a maior nação tropical do planeta, apenas :: o bRasil é um válido pensamento
utópico comunicacional a desagregar o aspecto violento a nós imposto pelos
ciclos
da economia e do mercado :: e desejamos retornar ao pleno de nossa
convicção,
fornecendo à humanidade o espírito livre da brincadeira aborígene,
misturado
aos séculos de desenvolvimento desse “império colonial”, como se diz em
uma das
canções de Chico Buarque :: o choque proporcionado pela visão da favela
destroçada,
em nome da guerra do tráfico, acumula em nós o “lamento sertanejo”, que,
ao final,
só nos envaidece, pela beleza e a riqueza do rito civilizacional em que nos
encontramos
envolvidos ::
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