nada identifica mais o indivíduo do que a sua comunidade ou
região (seja virtual ou territorial) :: nada,
portanto, nos deixa melhor localizados na vida, no mundo, na
existência, do que a certeza dessas ambições,
e o destronar, portanto, de uma cultura única hegemônica que
pretenda abarcar tudo :: nesse caso, o que vale é a destreza de um denso
aconchego às coisas da “terra”, em seus mínimos detalhes ::
falo isso enquanto folheio páginas e mais
páginas
de informações sobre o rio grande do sul em seus
múltiplos aspectos :: que triste quando nos afastamos
disso, o nosso solo, sobre o qual, desde a mais
tenra idade, sentimos chover uma miríade
de lamentações e porções
de gozo ou prazer em prol da serpente ::
de gozo ou prazer em prol da serpente ::
tudo se acumula sobre o chão local,
partilhado como carne, perfume ou pão :: sua memória constitui o livro
divino de almas que beijam-se em busca de
sossego :: almas que continuam nos
escrevendo,
ao exigirem respostas para suas ultra penosas
ambições :: penso na rede globo ao refletir
sobre tais coisas fora de cena ::
se tivéssemos uma rede
globo que ainda nos escrevesse, como foi na década de 70,
tudo hoje talvez fosse diferente no país ::
e se o
capitalismo permanece, com sua força de
homogeneização cultural, como resgatar e alimentar o vínculo
uterino, o interesse pelo orgânico e local? ::
como lamento e choro perante esse precipício :: como sinto
a dor dessa terrível dificuldade, a nos separar de uma forma
mais livre e alegre de sobreviver em meio
aos agouros da global civilização ::
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