a força da ritualidade envolvida na copa do mundo é propor a
paz mundial :: o próprio século 20 estabeleceu
essa motivação, por ser um período histórico, ele mesmo,
recheado de conflitos em nível global ::
a relação do ser humano com seu habitat, a terra, eleva
nossas paixões, paixões de vida, paixões
de morte :: muitas vezes tendemos a encarar um evento como a
copa do ponto de vista que simplifica
tudo classificando-o como de importância subalterna – já que
a prioridade nossa deveriam ser as
produções
necessariamente ligadas às coisas úteis :: hoje tivemos a
estreia do braSil em meio a uma crise política
das mais sérias, o que tende a fortalecer esse ponto de
vista :: aqui devemos lembrar, antes de qualquer
coisa, que o bRasil atingiu reconhecimento mundial por ser,
não campeão na dimensão das necessidades práticas, como os estados
uniDos, mas líder absoluto na dimensão da fantasia, do ócio,
da brincadeira :: a conclusão é óbvia: campeão na paz, e não na guerra ::
trataria-se de uma vocação, ou seja, uma espécie de
tendência inata, que carregamos em nossa essência? ::
creio que sim :: não por acaso, os estados uniDos são a
força que conduz a maior parte dos conflitos armados hoje
no planeta :: ao bRasil, enquanto força complementar do novo
mundo (as américas), cabe a revelação
de uma tirania da festa :: se não caímos na folia, a
realidade se torna insuportável, dada a condição
de nação eternamente escrava, mais uma vez confirmada pela
deposição de lulA e seus planos de soberania
nacional :: ou seja, a crise política que ora enfrentamos
não nos deve acentuar a descrença no país ::
muito pelo contrário: é justamente porque o bRasil completou
mais um ciclo de retorno à escravidão
que devemos nos fortalecer na ginga, na malícia, na mandinga
do futebol :: vai bRAsil!!!!, tornou-se
importante gritar, mais do que nunca, junto com luLa, que,
com toda certeza, torce como ninguém
de dentro de sua ceLa :: nada é mais representativo do que o
bRasil, aliás, nesse momento, do que lula,
em sua mais do que reconhecida paixão pelo futebol :: nada é
mais integralmente nacional do que lula,
em sua capacidade metaforicamente futebolística de jogar, de
formar o mito do bRasil também como
um player da política e da economia mundiais :: lula, o
grande presidente, que fortaleceu mercado
interno, buscou a proteção
necessária ao pré-sal, que entendeu com inteligência
brasileira os interesses de cada país no âmbito
da geopolítica internacional,
sempre propondo a paz, o fim da exploração, a negociação hábil
para a solução dos conflitos :: ao final de seu
goveno, lula se apresentava como um promotor global da paz :: não só um promotor, mas alguém
capaz de formular as soluções necessárias para que o caminho
até ela se estabelecesse :: um meio
caminho
entre socialismo e capitalismo, algo novo, à moda ocidental,
e não oriental, como fazem china e
rússia :: durante muitos
anos nos perguntaremos como um sertanejo de instrução média conseguiu
atingir um ponto tão alto ::
e não devemos nos surpreender se encontrarmos como resposta
a própria vocação do bRasil para a amabilidade :::
a própria vocação do mito bRasileiro, que encantou o mundo
com o futebol, e que o fazia novamente
por meio de luís Inácio lula da silva :: não há revelação
maior do que essa, para nós mesmos, que se
fortalece
em meio às dificuldades interpostas pela desgraçada
escravidão :: a volta do bRasil à posição de submisso
vai gerar um novo estímulo à proposição da vitória da paz,
graças à sabedoria acumulada pela obrigação
de relacionar diferenças, habilidade sempre atualizada pelo nosso
mito de cordialidade racial :: :: se engana quem
pensa que voltamos à barbárie, ou que cristiano ronaldo nos
roubará a honra de sermos os melhores com a bola :: é esperar para ver ::
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