domingo, 20 de janeiro de 2019

artE :: jards macalÉ



ÁGOra :: tamboreirAs de pelotas


não adianta :: a revolução vem pela arte :: estou com quase 50 anos e essa constatação se torna a cada dia mais

e densa e misteriosa :: eu poderia me tornar um nazifascista da arte, impondo às pessoas "mortas", em seus

cotidianos monótonos, a minha constatação de toda uma vida :: mas não é assim que se mexe com as estruturas ::

toda a minha a vida, e a maior parte das pessoas que conheço, de toda uma vida, são mortas para a arte ::

não fazem nada, são monótonas :: vão para o trabalho "sem saber se é ou é ruim", como diria raul :: as monotonias

viram xingamentos, que viram neuroses, que transformam-se em câncer :: e eu, pedante até demais, por me dizer

até demais, que sou artista, e escrever na minha camisa, que sou artista, vou caracterizando uma consciência

altiva, toda pré-escrita pela inconsciente :: por que as pessoas não se abalam daqui para melhor? :: por que

essa "sonseira", essa negligência bovina? :: abre-se o meu desespero :: vou me adaptar artisticamente às tardes

mornas, enquanto pinto meu meio ambiente, para me aliviar de um desespero dos sentidos :: bem acho, ou

melhor, tenho certeza, que a loucura da arte é uma visão privilegiada, para quem tem a coragem de compreender

os meandros da doce e torturante aventura humana :: a arte requer perder o medo pela conquista de novos

sentidos :: estou para daqui até a puta que os pariu :: estou parindo fúrias :: estou todo pintado e pondo

novas coisas, por tudo, parado, quieto, sem que me entenda, apropriando-me das poesias do mundo :: e é como

se eu pisasse em uma nova lua, cheio do mistério, apavorado com o mito do boi em território neonazista,

querendo entender o que, coletivamente, nos transformamos em meio século de história, por medo de uma

nova hiroshima ::


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