domingo, 21 de abril de 2019

lão-dalalão

a explosão de alguma equação de juventude no inconsciente produz a literatura de guimarães rosa, a visão

de algo, uma luz, um clarão :: no caso de "lão-dalalão", o vetor é o mundo interno de um vaqueiro casado

com uma ex-prostituta :: a língua própria construída por rosa absolutiza esse mundo interno, de modo a que uma

simples angústia ocupe muitas páginas :: nossa leitura começa com o ritmo da cavalgadura :: mas o que vejo

é o brejo dentro do vaqueiro :: a formação fauno-florística de uma densidade negra, piscando luzes :: não é

a trama que vale, é a estética :: a simplificação da vida, reduzida à máxima beleza :: nada, além disso, seria

mais importante... :: como apoio, o emblema da lenta metamorfose do homem em humano, pela civilização

do patriarcado, já que a figura bruta do peão rompe com os instintos viris para entregar-se a beleza dúbia

e matreira da mulher ::


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para analisar guimarães rosa, a ideia de uma feição "noturna", como mistério-feminino-inconsciência:


história de Buriti, um relato quase “noturno”, como o mesmo título da obra em que está incluído deixa prever (Noites de sertão), representa outra fase da leitura e análise da sensualidade que sustenta o interesse da investigação rosiana, sendo o “Buriti”, um “bom lugar”, “uma necessidade”, o descobrimento e a confirmação que “o sertão é da noite” ((p. 292



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