a explosão de alguma equação de juventude no inconsciente produz a literatura de guimarães rosa, a visão
de algo, uma luz, um clarão :: no caso de "lão-dalalão", o vetor é o mundo interno de um vaqueiro casado
com uma ex-prostituta :: a língua própria construída por rosa absolutiza esse mundo interno, de modo a que uma
simples angústia ocupe muitas páginas :: nossa leitura começa com o ritmo da cavalgadura :: mas o que vejo
é o brejo dentro do vaqueiro :: a formação fauno-florística de uma densidade negra, piscando luzes :: não é
a trama que vale, é a estética :: a simplificação da vida, reduzida à máxima beleza :: nada, além disso, seria
mais importante... :: como apoio, o emblema da lenta metamorfose do homem em humano, pela civilização
do patriarcado, já que a figura bruta do peão rompe com os instintos viris para entregar-se a beleza dúbia
e matreira da mulher ::
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para analisar guimarães rosa, a ideia de uma feição "noturna", como mistério-feminino-inconsciência:
a história de Buriti, um
relato quase “noturno”, como o mesmo título da obra em que está incluído
deixa prever (Noites de sertão), representa outra fase da leitura e análise da
sensualidade que sustenta o interesse da investigação rosiana, sendo o “Buriti”,
um “bom lugar”, “uma necessidade”, o descobrimento e a confirmação que
“o sertão é da noite” ((p. 292
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