quarta-feira, 2 de julho de 2025

a vida no trabalho é cheia de janelas, portas, para as quais podemos nos virar de costas :: no entanto, elas nos

convidam, e se aceitamos seu convite, nos juntamos a uma atividade mais reflexiva ::  são passagens para o

pensar sobre o que estamos fazendo, a opinião - vejam só - de um espírito benfazejo a querer nos trazer uma novidade,

uma benfeitoria :: são anjos culturais, convidando ao problema, à transformação, à mudança de

rumo :: não raramente, ao sofrimento da recriação :: pensar relaciona-se, por isso, a criar e recriar a vida :: porque, muitas vezes, estamos mortos, e não sabemos ::

nosso curso de vida em sociedade eternamente e, portanto, normalmente, de maneira contínua

e cotidiana, é permeado por tais portas e janelas que, se nos confundem de início, a cada dia podem

ir se tornando avisos claros sobre a insuficiência daquilo que estamos sendo e fazendo :: parei de praticar

o jornalismo para pensar sobre :: abri uma janela para o ar novo penetrar, através do ofício do cientista social ::

me detive, no entanto, na forma como a ciência é praticada :: parei novamente, abri nova janela ::

nada, efetivamente, é tão arriscado atualmente quanto parar a nave da ciência, pois corresponde

ao mesmo que parar o planeta :: assim como, 500 anos atrás, era arriscado pedir uma pausa para a reflexão

em torno dos mitos religiosos que nos governavam enquanto humanidade do oCidente :: vamos compor

agora sonatas, ou poemas, ilustrações novas para uma bailarina, leve, reflexiva, pungente, que precisa

nos guiar :: estou atado a sua coleção de novidades, a seu colar de contas ::

 


sábado, 10 de maio de 2025

 ó substância que ativamos como que algo entre o medo, o desejo e a memória, composição próxima do piano divinizante astrológico, química música, assombrosa e largamente consoladora, largada no espaço, nebulosa, melífera esfera que se forma e nos envolve,


pressinto que ouço teus avatares sonoros silenciosos, a música de todo dia, os descompassos, as sincopoes, os escorpiões, pressurizaçoes, espantalhos, todo um manto de sinais que suavemente encostam-se à velha pele sensível de meus vários ouvidos, capilaridade ovariaana, vascularidade sofregamente andrógina, mimos de.mãe de anjo menino,

Sois esfinge, e se não te decifro, me devoras, e se te decifro, meu amor melhora, pago mais uma parcela de meu avivamento, destino de ter asas grudado ao chão, enterrado, mãe doce e assassina, misteriosamente sois sepulcro e casa coberta e protegida de vastos bons avivamentos


artes de crescer com as lutas milenares, crescer e pontear violas, baterias, uterinos hospitais de refazimento, solidões de fogueiras coletivas, eu a pulsar anônimo nessas raras duras devoções, um corpo canto, um corpo acorde, um corpo melodia, um corpo em um temporal que ę santo,  a cozinha imaterial de torrenciais imaginações,

sou um anônimo amparado por árvores inteiras de quentura alimentadas por arcanjos nus do alto deliciável mestre poeta de todas as voltas no universo, ó menino aquático impossível de ser acompanhado, teu empoderamento assa meu querer abençoado de ventríloquo humano, avatar, subserviente à espécie


Ó querer que é ŭmida vocação, substância cristalizada em poses e fotos, olhares e cortes de cabelo, é perturbador assimilar o quanto somos um amor de signos, fontes artísticas nupciais, beirando a incomensurabilidade do divino pequeno, do divino grande, do estio, do solstício, do alquímico, do quimérico, do anímico, enquanto sobras do reflexo do teu beijo elíseo umedece, caligrafa ondas de ternura artesã e politizada animista pacifista explosiva

sábado, 26 de abril de 2025

a vista imemorial cotidiana, distribuidora fortaleza, março de 25

 



a biblia de cada 

um pode ser cruel

 se não for

cuidadosamente 

solta 

no mundo,


maior é a realeza

do dEus que

é grande 

e pequeno,

tudo junto,


tudo na justa

medida

do valoroso

amor

universal,


arquétipo 

e simbolo

de fundamental

descomunal 

delicadeza






quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

homem sal,

homem coifa,

homem tudo,
santo sinal,
sereno húmus,
relacionar-se
com os seres que
cobrem
o mundo,
aconselhar-se
de seu
relvado

@@@@

minha cabeça 
é de palha,
e faz abrigar 
pássaros,
pássaros
que serenam
o coração 

@@@@

a brincadeira belAmente nos conduz pelo reino do nanocuidado,
onde o cultivo dos detalhes nos aproxima da ética e dos bons modos













quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

arvorezinhA

 o canto longo, arvorezinha absoluta que produz frutos quiméricos, brotada de meu coração sangrando 








vamos brotando amorosos aos poucos, enquanto árvore misteriosa, capaz de reter para si, em abraço afetuoso, até o corpo mais difícil espinho, a brutalidade guerreira do feminino, forjada na luta pelo diário alimento, essa dimensão amorosa com espinhos do viver no curso do tempo







quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

impoNderável






é, eu acho que vou estar sempre ter que estar achando uma solução para esse meu estar no mundo, virtualmente sem solução


como abóbora sempre serei, solução branda e mítica, onde não esqueço de ninguém que esquece de mim, desejo lácteo de união a tudo que há, como abóbora padeço, como abóbora morrerei

também há a força quase civica do manjericão, o querer ser eleito verde onda de unidade mítica, um esponsal dolorosa com a vida mais primitivo, em seus processos simples de existir e de absorção de nutrientes, morte, vida, reprodução, deixar de si uma verdade purificadora e sumir, para assumir outra linguagem e repovoar o mundo mais adiante, pelo todo sempre das difíceis eras

eu sou querer serpenteador dionisíaco arbitrária, imposição da ferocidade criativa do vivo estar no mundo, eu sou belo e arbóreo mugido, de precisão esfingica, que um dia se desvelará



podemos resolver até a fome do mundo, mas nunca a imensidão de um penar faminto por amor no temporal que é o existir denso de desejos do porvir humano



podemos até imitar a sombra do divino em rituais marcados por sabores e sensações paradisíacas, mas o medo terno que congela meu estar menino no mundo é precioso, afiao e absurdamente imponderável