quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

homem sal,

homem coifa,

homem tudo,
santo sinal,
sereno húmus,
relacionar-se
com os seres que
cobrem
o mundo,
aconselhar-se
de seu
relvado

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minha cabeça 
é de palha,
e faz abrigar 
pássaros,
pássaros
que serenam
o coração 

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a brincadeira belAmente nos conduz pelo reino do nanocuidado,
onde o cultivo dos detalhes nos aproxima da ética e dos bons modos













quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

arvorezinhA

 o canto longo, arvorezinha absoluta que produz frutos quiméricos, brotada de meu coração sangrando 








vamos brotando amorosos aos poucos, enquanto árvore misteriosa, capaz de reter para si, em abraço afetuoso, até o corpo mais difícil espinho, a brutalidade guerreira do feminino, forjada na luta pelo diário alimento, essa dimensão amorosa com espinhos do viver no curso do tempo







quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

impoNderável






é, eu acho que vou estar sempre ter que estar achando uma solução para esse meu estar no mundo, virtualmente sem solução


como abóbora sempre serei, solução branda e mítica, onde não esqueço de ninguém que esquece de mim, desejo lácteo de união a tudo que há, como abóbora padeço, como abóbora morrerei

também há a força quase civica do manjericão, o querer ser eleito verde onda de unidade mítica, um esponsal dolorosa com a vida mais primitivo, em seus processos simples de existir e de absorção de nutrientes, morte, vida, reprodução, deixar de si uma verdade purificadora e sumir, para assumir outra linguagem e repovoar o mundo mais adiante, pelo todo sempre das difíceis eras

eu sou querer serpenteador dionisíaco arbitrária, imposição da ferocidade criativa do vivo estar no mundo, eu sou belo e arbóreo mugido, de precisão esfingica, que um dia se desvelará



podemos resolver até a fome do mundo, mas nunca a imensidão de um penar faminto por amor no temporal que é o existir denso de desejos do porvir humano



podemos até imitar a sombra do divino em rituais marcados por sabores e sensações paradisíacas, mas o medo terno que congela meu estar menino no mundo é precioso, afiao e absurdamente imponderável