segunda-feira, 15 de julho de 2013

na guerra
do corpo contra

o mundo,
encontra-se

a corrente
olímpica

mente
ocidental

que nos
impede

de rever
o tempo

de um céu
em que

há mitos
românticos perfeitos,

numa congruência
quente e eufórica

entre mar e sertão.

em qualquer
cidade brasileira,

e, por isso,
em cada

nosso
habitante

desta
terra,

repensa-se

o viver mal
sonhado

com a música
de uma sabedoria

estonteante
da mistura

negra, branca e índia.

toda
nossa lírica acumulada,

especialmente
a partir de

macunaíma,

é como uma
boiada em marcha

infinita,

chifrando
os cascos,

e ardendo
em sede.

nesse
tabuleiro

de 1 milhão
de peças,

os deuses

se acavalam,
jurando

inimigos
de morte,

tramando
a revolta

de minas
contra

os marines
americanos,

lembrando
o amor

terno
dionisíaco

que
gera

a
extensa

formação
cultural

brasileira.
A música que

ouves no
rádio,
no punk periférico,

na esquina maldita,
em Renato Russo

e na explosão
evangélica,

no acidente
de carro

que fuzilou
o fundador

de Brasília,

na roda
em torno

das
cabeças

míticas
de Tancredo

Neves,
Lampião

e Cora
Coralina.

Há nessa
roda

viva
a mão

ativa
de nossos

sonhadores
por

um brasil
independente,

arquinimigo
pacífico

da
forte

região
olímpica

perseguidora
de Dioniso.

o meu pranto
já entediado

é pela
sobrevivência

antiga
litúrgica

de uma mesa
de apóstolos

pedro,
fundadores

de uma
igreja

que enoja
os muito

fracos,
os cristãos

que não
conhecem

espinhos,

a minha
pobreza

monetária

a cada dia
mais semelhante

à dos flagelados
da seca,

à dos morros
cariocas,

à dos motoboys
armados

de são paulo
e goiânia,

é por esse
ouro amigo

das minas
reais

do império
ao sul do império

dos Estados Unidos,
e que arte

executa na
formação

de todas as
lavras,

urbanas
e rurais,

do rock
ao sertanejo,

único império
realmente

percursor
de bons meninos.

nesse choro
infindo

de velhas
senhoras,

há muros
e grades

que machucam
o avoar

de cabras
mágicos

como Glauber
Rocha

e Luiz
Gonzaga.

nego o fascismo
que se abrasileirou.

a feia
arte cristã

que se
tornou piegas

ardilosamente
sabota

o alegre
menino brasileiro.

há no monturo
de velhas

esperanças
o rico

feliz
domínio

educacional
e mariológico

de um país
do futuro,

como sonhou
Darcy Ribeiro.



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