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a atenção e o respeito aos desejos obscuros do feminino são a nova fronteira da ética, ainda a ser
explorada por nosso anseio, quase desespero de navegação :: o mundo ocidental não sabe o que se encontra
do lado de lá, no continente inexplorado do poder dado às mulheres, apenas lembra vagamente
de uma ideologia pré-socrática, no fim do século XIX novamente defendida por Nietzsche - significando
a arte como solução, o pensamento trágico :: a mim, poeta recluso, não mais bárbaro, e devoto
das causas da dEusa, será doce obter o reconhecimento de que não há outro caminho para a humanidade,
e que ele já insinua soluções de convívio, em tempestades como a contracultura que explodiu nos
anos 60, ou agora, no Vale do Silício, onde jovens adeptos da tecnologia de rede reescrevem o modo de
vida capitalista, sem gerar desespero, mas seguros de que o novo se anuncia :: não sei, confesso,
o que mais me redimirá, me aliviará a alma - se ver os grandes conglomerados financeiros pararem
de dar as cartas no jogo da cultura e da subsistência material, ou se ver o surgimento de novos
meninos, mais respeitosos, doces e cálidos, e menos impulsionados pela necessidade biológica
de dispersão de seus espermatozóides :: ambas as metas, estão intimamente relacionadas e, no caso
de uma nova postura masculina no âmbito da sexualidade, sua possibilidade se desenvolve no campo
da cultura, mais especificamente no campo da arte :: a renovação daquilo que apreciamos como belo,
contagiante, entusiasmante, que nos transforma e passa a mensagem de que é preciso persistir
na vida, em meio às suas agruras, ou seja a renovação dos conjuntos das produções estéticas,
e que consumimos vorazmente por meio da mídia (música, livros, cinema etc.), depende de uma nova
relação com as musas, essas míticas figuras que amam os artistas criadores, inventores de povos
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