meu sonho já é o de embalar meus filhos e enchê-los de uma
felicidade plena, porque essa será a minha felicidade ::
já não me zango com seus maus hábitos e dispêndios,
a ineficiência de alguns de seus amores, devoções,
ódios e consumos :: ou mesmo a bestialidade herdada
de seus pais corruptos e pervertidos na insistência
da corrupção :: por ser a mãe do bRasil, os embalo e
acaricio na ponta de suas caudas de "capetas",
herdadas de longínquas submissões aos sertões mais
desérticos que existem, e que já então profetizavam
todo esse desespero :: coisas como "bailes funk" são
chupetas que coloco nas bocas desses meninos,
e com sua fúria então mitigada os vejos menos sujinhos,
emporcalhados :: esses meninos dos rolezinhos
são a submissão feminina em seus dias, em sua longa
espera, em seu sofrimento :: são a forma obtusa
gerada pelos mestres da tortura, em seus dias de governadores
de estado e presidentes da república,
sorrindo, na lavação de seus dinheiros, perdidos no enxovalho
e na lascívia :: esses meninos são o meu ódio
tranquilo, o meu dinheiro, o repouso reconfortante
de uma mãE a sonhAr, bordAndo e erguEndo-se
do mais profunDo medo geraL brasiLeiro, costurAdo em favelAs:
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
%% ((sobre a responsabilidaDe da culTura ><
eu sou o tempo amoroso absoluto, e a mãe de todas
as iras, e minha densidade provoca todos os dengos de que necessitamos,
nesse país, na medida certa para o sucesso de aparentamente
estranhas satisfações :: todas as invejas, todos os ciúmes, são
resolvidos :: nada é descabido, na franja desse bordado
que ouso, enquanto protetora da cultura brasileira, desde o funk ao pagode,
desde a Globo ao modernismo tropicalista :: decifrem-me os
mistérios, os rolezinhos, para um julgamento mais eficaz do que acontece no
bRasil, e sonhadoramente se instalará por aqui um prometido
tempo de paz e harmonia :: busquem-me em desrazões, que se revelará o i
ncompreendido que amacia os homens e os torna
poetas e proféticos :: o bRasil é uma criação marginal do Primeiro Mundo,
uma sabotagem de dEus ao grAnde plano do imPério, uma
piada in-resolvida, no melhor estilo dos "jokermen" que
perigosamente engolem fogo e gozam do perigo de não
conhecer o futuro :: o bRasil é esse brincadoR sem
controLe, e, por isso mesmo eTerno e aplaudido ao avessO ::
o bRasil é essa glOSa do vindOura, em um portuguêS reinvenTado,
na mistuRa pobrE mas criAtiva do poVo com o inglêS :: ora-se por
nosso bom tempo; ora-se pelo sexo benfazejo; ora-se pelo
fim dos internamentos; ora-se pelo moço ardente de calma e
brandura, capaz de, muito honestamente, olhar uma mulher nos olhos até
o fim da vida, sem isso significar - sofrimento ><
@ sonhAr o brAsil ><
a onda dos rolezinhos atesta que uma imaginação orgÂnica
e benfazeja, nutriz de nosso tempo sociAl incomum ,
pode ser figurada por meio da noção de um pensador magistral,
um pensador sem par das possibilidades humanas -
é essa onda pensadora quem pinta o bRasil com dedos ágeis,
já quase na velocidade do tempo vivido comunitariamente na
rede mundial, a internet brasileiRa, profUndidade camoniana
candentE, formação lusófona revelando-se em muitas faces
de uma mesma língua, uma mesma forma de fala :: somos a
expansão de uma espécie de loucurA amoroSa, prograMada
para desregulAr todas as cerTezas que mantÉm de
pé a civilização :: somos o inconsciEnte in-programadO, aquilo que esTá
foRa do luGar - no caSo, foRa das proBabiLIdades esTatísticAs
do munDo urBano ociDental desenVolvido - e que por aqui
precisam de algum modo se resolvEr,
em contaTo com o lixo profundo que representaMos - preciSam
do jeitinho e da malemoLência, ao som do sAmba reconduzido
ao estreLato e da nova demonstração
de beleZas como a mulAta e o luaR do serTão ::
#roLé#%%%
desconFio de toDa e quaLquer interPretação acerCa
do fenômeno "rolezinhos" que não assuma esse aspecto
místico e poético :: somenTe nos desvencilharemos
de tais probleMas sociAis, que teimam em permanEcer, se
o tratArmos a golpes de alguMa arTe capAz de conTer toda nossa inSanidade
inconTida, que arde sem fim :: nenhum pensador ou analista entende
o bRasil se não foR ávidO por imaginaÇões, se não sofreR
da ousAdia de tenTAr enTender como age essa a deuSa, santa imaginação,
sonhadoRa bondoSa que nos costUra e nos urde
enquAnto trama bem feiTa, como se costurasSe
olhOs de rã, como se continuaSse os movimentoS de um brejo,
tamanhA sua intimiDade amazÔnica com a próPria alma do munDo,
com o humaNO barro de esculpir aspiraÇões mítiCas e
bondoSas :: essA mesmA deuSa de GlaubEr roCha,
do matriarCado de pindoRama, da fantAsia erÓtica de um tirano
a penetrAr o impenetrÁvel da florestA universaL::
nos conforMemos com essE desígNio :: se aos americanos do NorTe
couBe o dispaRaTe de fazer o ser huMano até mesmo
piSar na luA, e experImentaR o milagre da igualDade na comunicação,
com as tecNologias de rede, por meio
de muiTa ciÊncia, a nós caBe a arTe arrOGante - pela pretensão
de tentar reescrever o OriEnte, como ousam dizer nossos vanguardistas,
na esTeira do idìliO pessoAno do quINto impéRio :: nosSas
escOLas mais apuradas deVem ser de aRtes, e não de ciÊncia,
e nossO dinheiRo virÁ do deLíRio tecnoloGizado, poR meio
de parcerias com os norte-ameriCanos,
que apesar de todo domínio técnico sobre a arte de
fascinar mediante o cinema, só escrevem bobagens, em roteiros
de uma epicidade quase adolescente, já que sua profecia
não é a mesma que a brasileira, essa sim baseada
na dimensão infinita, amazônica, de toda a bondade
e corrupção infinitas da alma humana :: a bonDade dos rolezinhos,
embutida nessEs bebês irriTantes que prefeRem corrEr a estuDar,
está nessA figuRação míTica, a ser percebida
sob a forma de arTe, em seu poder de insuFlar soNhos que serão orienTações >,<
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