sábado, 21 de fevereiro de 2015

a tudo pelo que passamoS





nadA em
ti reforçA
uMa
veLha caBeça,
e por issO
ficaRás
paRa sempre
meniNa,
baiana filhA
de nossa
senhoRa,
pela qual
me apaixonei,
em iemanjá,
oxum,
oiá ::
há um bÊnção
sobre
noSSa coseção
e lavação
de todo diA,
nossA cocção,
que
nos revigoRa ::
estOU
enCantado
com a tuA
fronTe
guerreiRa,
de menina e
senhoRa,
como foi e
vem sendo - todo
dia - na
redenção
selVagem de tua
mítica
representação,
coMo
loBa sagraDa,
desordeira,
desregrada
e beatífica ::
a tua cabeça sinfônica representa
todoS
os
mitos .< diz
Em quE
teU denTro,
carrEgado de jejUns
e troVões, atordoAdo por
milhõEs
de peSadelos,
e jaRdins
pisAdos, de toDA a cidAde,
é o
negRo cume da soLidão,
com um
sOlo em áFrica,
que acenDe
o senSo gueRreiro
da mulhEr ::: dizEm que eu te domo,
raI
nha,
parA que, no deseSpero,
vocÊ
enguLa em
siLêncio e
manTra toDo o mal
feito ::: para que,
no
casTelo
da raInha,
onde
estÁ um
menino,
eu te perceBa,
anjiNho
sonhAdor,
em silÊncio,
de barba e sonhAdor,
brando
e gUerReiro,
aborígene unTado
pelo
sanGue das tUas
riNhAs ::
dizem que sou
de poRto aleGre,
poTro
redomão e apresSado,
e que
teu passadO
é meu
destino,
que adoecestes,
e que sou tal menino :: que nas foliAS
gerAes
do manTRa aleGre
cotidiAno,
no cenTRo e no merCado,
nós nos
dessalgamos, e
viRamos piSada,
nos
comemOs,
coMo dois passaRinhos,
e bebemoS
cerVeja ::
agoRa, pois
sim,
esTamos aqui,
bem suaDos
e moços,
requisitados o
tempo inteiRo,
beM
corujAs com os netoS
e filHos,
nosSo panDeiro
ainDa tíMido,
tuAs sapatilhAs
perpétuas e bem acesAs :::
nesse forNo
em que fazemoS o pão,
nesSa
cidAde
mundiAl de feliciDade
afliTA
que não entendeMOs,
nos
aplauDem, porqUe
há em toDA
altivez construíDa,
umA
repResentaÇão
daquilO
que
perceBemos
como senDo
a manHã,
do muNdo,
de onDe
saem toDos
os foGos
e mitos :: quero
saBer
como iDioTas
tão perfEitos
vão
nos combater,
não conseguindo
requerer
para
s
I
t
a
m
a
nhA
liturgiA,
algo
que sequer
enTendem ::
não
imporTa
se
noSSas
soleiRAs
estão
puídas,
e os cotovelos,
atravessAdos
nelAs,
belamenTe
se
canSam
todos
os diAs ::
simplesmenTe,
eles
não n
Os enTendem,
porque
tenDem
ao perigo da
salvação
pelo dinheiRo ::
perceBo
a glóRia
em teu halo,
e em umA
arCa
que carreGas,
um poucO
tenSa,
seguRada
ao cOlo,
como
se fosse
um
filHo
coLoCado
em teu
útero,
e que
semearÁ
poesiA
nos campos
de feL :: eu sou essE
martíRio
parA teus olhoS,
e lavo o
teu mar
de sanGue,
paRa
um diA
reergueR
essa taÇa ::
fiQue
benTa
como um
peiXe,
no dia de teu aniverSário ::


fique
revelAção
anímiCa,
com a cauDA
da seReia
bem permanenTe,
por intermédio
de tuAs guiAs
e das tintAs no cabeLo,
corTado à elIs,
que eu me transformo,
por receber
sons
selvagEns
do serTão :: queRo
sentir
teus peitos
e tua maciez aparentaDA
com o vaso mítiCo
de zEus,
queRo
comer
tua proposTa
absuRdA,
quero
padeceR
e jorrAr
inteiRo,
entontecido
e esvaziado,
para
encontrar
a noite e, dePois,
a manhãZinha ::
fico
aqui imiTando a rua,
fiCo
como
galo enCantado,
recolhenDo
ouRo
entRe as bituCas,
fico aqui
peneiRando
sal,
e a cada volTA
da peneiRA
sob o
sol,
penetrA
em mim
o charque litúrgico
da tua
bentA
ovulação, ideias para um eito, um
pedaço
de teRra,
uma rua sagRada,
uma permanente aveniDa ::
estamos saRados, estamos fecundos,
especialmente
estaMos
gaúchos,
revelação dionísca
para noV
AS páginas
muginDo
de lavor ::
estaMos
bem paGos
se ninguÉm
nos elogiA,
recordação
para
a hoRa exata,
tímiDos
como
doiS noivos
que exaLam
o metro
perfeiTo
de uma noVa postuRa complExa
que façA
se reerguEr na cidAde
a poeSia



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