sábado, 26 de dezembro de 2015

chIco

há uma relação entre preguiça e preconceito que é uma das que mais me intriga ::

faz parte da vida economizar esforços :: é útil e prazenteiro :: mas não deveríamos

ter piedade, por nós mesmos? :: não há tanto desencontro e desavença dos quais

seria muito melhor nos desvencilharmos? :: do fundo da alma, o ser humano sabe

disso, e trabalha grandiosamente para combater erros grandiosos, como essa mania

atual, brasileira, de reforço das hostes rac


istas, machistas, burocráticas :: tenhamos

piedade, pelo amor de dEus!, de nossa cultura, tão custosamente desenvolvida

e agora tão curiosamente achincalhada, como no caso dos garotos problemáticos

que agrediram chico buarque :: quero pensar nas grandes soluções, e por isso precisamos

pensar em novas formas de pensar, instauradas tão elegantemente - eis a questão -

e tão longe da europa (eis outra gloriosa determinação) desde a primeira revolução

antropofagista, na década de 20 do século passado :: precisamos buscar o resgate

mesmo inocente das formas brilhantes que cravejam de beleza o abecedário

brasileiro :: aquelas formas longínquas são o nosso céu em ouro, como nas melodias

primordiais que villa-lobos decalcou de nosso inconsciente mítico, em ouro instaurado,

em sangue celebrado :: em sangue instaurado, em ouro celebrado :: e assim para

sempre, como na imagem do trenzinho que segue ao longe e ao infinito :: nada

aprimora mais o brasil, e tenho dito, do que um bom ouvido aguçado ::

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