terça-feira, 31 de janeiro de 2017

o ardoR da gueRRA

para sair da terra,
explosões ::
para desvirginar o paraíso,
ataques de humilhação ::
o mito do inferno abre
nossa febre imaginadora ::
seu poder é cruel e invencível ::
para cada sim haverá um não,
de jeito contínuo,
de modo que a paz jaz no infinito ::
estamos presos à procissão dos
mortos que sangram ::
estamos aqui vingando tudo
que já sucedeu entre nós
em termos de gritos e selvageria ::
a cada guerra irascível, ocupações
novas, ovos que se põem em
delicada junção
aos extremos do amor humano,
o amor e seus limites ::
nada escolta tanto o saber do
novo mundo quanto
o ouro ardoroso implícito
das navegações,
a fome pelas sensações
da terra como império
de tudo o que é bonito : 



domingo, 29 de janeiro de 2017

sou o louRo anjo aMigo



a escrita
põe poesia
para o
tempo,
meu tempo
amarelo,
alegre,
milharais,
uvas
que saciam,
o abastecimento
difícil
recôndito ::
sabedoria ::
sabedoria ::
sabedoria ::
há muito tempo
que choro ::
há bênçãos
que muito
demoram,
demoram


muito,
me esperam
no fim da
luta pelo
ocidente ::
há forças
coloniais
com as benesses
da espiga
e pássaros
atravessados
pelo
espanto dos
dezenove
incensos ::
tudo aqui
é demorável,
pode
se estender
por séculos ::
as bodas
permanentes
entre
evangelhos
e borboletas,
lucas e joão,
a louca
deusa kali,
pombagira
impossível
de se imaginar ::
fico  mudo-quieto,
deixando por
sobre mim pousarem
os fornecimentos
sagrados ::
quero ampliar
os dezembros
e os janeiros,
quando aqui
no rio grande do
sul vozes
celebram


a leveza das
folgas e dos
renascimentos ::
as belezas
da terra
constituem
uma novena
quando
escrevo como
krishna
vendo ::
naturais
são a beleza
e a bondade
dos ciclos,
os ciclos
responsáveis
e cheios
de atitudes
de carinho,
calor,
paciência ::











estou com
lendas enumeráveis
em meu ninho,
pois as vejo ::
lendas de minha
vó ::
estou venerando
as vozes
responsáveis
pelos
palácios que
compõem
lindas partituras,
doces,
jogos de rendas ::
que sol imenso ::
eu sou o dono
do sonho que
sagra nova canção ::
atitude e boniteza ::
espanto ::
eu sou o louro anjo
amigo ::
coloro tudo com
meu ritmo
até que todos
estejam amplamente
engajados
na vivência do bondoso
ser brasileiro ::






quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

o praZer de tudo

não faço de conta que
pintamos o mundo :: eu mudo as coisas
, elas mesmas, com me
u olhar advindo do absurdo

senhor renovador das cores :: esse cérebro ocu
lto e merecedor de todo o prazer do mundo :: acho uma

pena que não se pense, sempr









e, nesses termos, da renovação de tudo :: devemos rezar pelo desejo, transformando-o

em poesia :: um prazer, uma p
oesia :: é assim que se começ
a uma revolução :: estou todo 
apto para receber

e recriar tudo :: as coisas absurdamente frias :: fontes de d
esilusão, porções tenebrosas do inferno ::
agora oremos ::

oremos pela atenção e a vigília com relação ao prazer e a



gratidão profunda de se estar em vazão e corrente, em fluxo abrasador

e contínuo :: adestrando com meticulosidad
e a profusão hormonal da vida, que j

orra, em jogos abertos, na vida


comunal, na ágora, nos mercados, desde a pedra sapiencial livre de entulhos ::