domingo, 2 de abril de 2017

xamã dioniso



sou incompreendido porque muitas pessoas têm preguiça:: não gostam do que faço

e represento, não gostam do meu jeito, porque sonham com um mundo simples, que dê menos trabalho

em termos de interpretação, paciência e leitura :: eu, e várias outras pessoas como eu, que não priorizam

dinheiro, nem gritar com os filhos, nem exercer os inúmeros preconceitos que nossa sociedade se habituou

a exercer, nos últimos anos, a partir de uma leitura simplificada sobre como deve ser a vida em sociedade :: 

estou rico em delícias e cordura para oferecer porque sou pensante sobre o país original das compras como alegoria,

sem pretensões de mercado, ou consumistas :: sou a ária mais distante da natureza, entendendo a doença

como cura :: sem medo :: por isso pouquíssimas pessoas me entendem :: e faço disso

o mote para que todos se sintam como eu, únicos e inimitáveis, bem menos cínicos ::
:: faço que tudo seja como criança

pequena ou ascendendo à condição de grão ou poeira de sal, pequenas partículas que se acumulam na relva, promovendo um espanto primordial, fome densa, paz profunda :: e, nesse

carrossel do inimaginável, como o prazer intangível de uma brincadeira de rua, muito abrigada pelo rumor

também intangível dos ócios coletivos, me encontro e resido, como em um colete salva-dias, único, úmido e possível ::




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