segunda-feira, 3 de dezembro de 2018



como posso produzir assim,
sonÂmbulo, encabulado? ::
talvez apenas olhando a presença
nativa de zeUS ::
seus olhos que são colheitas,
pontuadas de ovelhas
que são sonhos ::
velho zEus pai e seus
exércitos que são velhas
soluções de provimento,
cor, saúde,
sangue e abundância ::
como descobrir
senhores estoques,
atividades anuais e
febris, produção? ::
mobilização diurna
de um olimpo
negro atávico,
ampliado
em seu prazer
inenarrável
de dormir
por sobre as
cordas
do implacável
absurdo,
inverossímel ::
quimeras
conduzem-me ::
nego o cansaço,
e sou pai,
para produzir ::
sou avô,
para macerar ::
sou belo seio,
como bela coisa,
ou belo monte,
para doar-me ::
sou poderosa
divinação ::
divinosa
poderação,
antes que tardia
liberdade,
poema para
a sociedade ::
e estou aqui,
apaziguador
como as águas
servis de um
gesto inteiro
do grande cordeiro,
terra empapada
de sangue,
delícia monumental
que não tem fim ::
toda a gente está
me olhando,
e eu estou a espelhar
ordenhas
notabilíssimas,
instáveis,
auríferas
e generosas ::
ó vozeirões das
geraes
estupendas
e brutais,
profundas
montanha dos
meus brasileiríssimos
vinhos ::
vou rezar
por meu carro
não pago,
minhas
dúvidas e dívidas,
meus sapatos
rotos,
meu rosto
da falange
que abriga
pai cambinda
ou pai
malaquias, doutos
pretos
velhos,
seus ermos
que definem
nossa sorte
em um país
abrigador
de vastas
liturgias
da natureza ::



arTe ::


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