sempre tem alguém passando por mim ::
me recolho,assim, de um modo originalmente anímico, o social desprezo me revela único, sou verdadeiramente pisado, e verdejo :: j
eu sou sábio, e as bandeiras abrem-se para meu denso pensamento se formar :: todas as bandeiras que dizem que não sou ninguém, e assim ninguém vou sendo ::
ninguém me recolhe do chão porque eu sou a rua, assim, uma espécie de puta, que recebe tudo para agradar a todos ::
minha cabeça onomatopeica, imitativa, mimetizadora, é solidão, se eu agrado ao namorado, ao doutor, ao soldado, ao velhinho malandro ou assanhado ::
é pessoa amarga que passa por mim, é pessoa branca, é pessoa vítima de violência, e eu sou um pobre acuado, redigido enquanto memória, ofensa, homem sábio, aprendiz, malandro, oferenda ::
ando ligado nas horas altas da televisão magna imensa irrepreensível e no fluir da boiada permanente e possante, em tudo o que anda e é movimento ::
e descubro-me um menestral vivificado pelo fluxo do simbolismo arcaico, região dourada que me torna rei, avaliza meu ser de menestrel ativo em corpo de índio, um soldado, beirando o desespero, mas altivo e sonhador ::
ninguém pare sem labor uma boa hora de comunhão, ninguém faz isso sendo raso e por isso e som toma conta de mim e eu lavro o som das personalidades alheias, das personagens, suas pastas, embrulhos, obsessões, tudo o que delas cabe
eu tatuo o que nelas meu mistério erótico segredo e com isso meu passar é demorado ::
eu sou esse sexo intenso com a espiritualidade, muitas vezes um demônio de duzentas vidas ardendo e doendo em um pátio arqueado por andam melíferas compensações, meu terreno, sempre sem cansaço, sempre altivez ardendo, no compasso alquímico das cidades, ao insistir em ouvir o que se está dizendo, escutar tudo e até com violência no limite das intoxicações, no perdido das luxuriações, no olho estalado do conselho atávico que bem diz o amor ::
de set 2022 +++
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