os passos da terra
me dão tua formosa
benzedura ::
fruto bom ::
bem acabada é a espiga ::
insetos, húmus, folhas ::
aves de adoração geral ::
a sabedoria é interestelar,
e nós somos de um
terreiro artista ::
o nosso ordenamento
agora se completa,
e os tempos da vegetação
nos unem ::
os tempos da sagrada
boiada e seus estouros ::
estouram sementes ::
um galho arrisca no
outro :: um soneto
para o luar do sertão ::
nos completamos ::
sorrisos, alongamentos ::
aquífera vadiação ::
salve iemanjá ::
bem longas e isoladas,
nossas formas
se encontram ::
e é tudo o que pensava
aquele perdão
entre corpos ::
meus dedos estão
mais minuciosos
e teus seios estão
mais perfeitos ::
estamos misteriosos
como as folhas ritualísticas
das benzedeiras
de aruanda ::
e numa rua aberta por
por nosso prazer,
há um plano aberto pelo
aninhamento
que é coser e cozinhar,
juntos,
escolher e realizar,
juntos,
arar, fornecer, dormir
e jejuar,
juntos ::
vamos reescrevendo
um antigo evangelho
para todos os antigos
casamentos ::
uma cidade
tomada por fôlegos
que idolatram
e incendeiam ::
aos teus pés,
muito incenso ::
te trago em meu bico
de pássaro uns pedacinhos
de sensação agreste ::
umas pedras do deserto,
para encantar o pensamento ::
e assim nos enfeitamos,
e assumimos as posições
do sol e da lua, em intenso
conflito, como
nos confins dos lamentos
dos deuses que nos inventam ::
numa nova reunião de pessoas
ou povos,
nos reinventamos,
porque somos artistas,
e pertencemos ao vento ::
++ feliz aniversário, meu amor, vc é a mulher de meus poemas,
e te amo muito ::
boiada e seus estouros ::
estouram sementes ::
um galho arrisca no
outro :: um soneto
para o luar do sertão ::
nos completamos ::
sorrisos, alongamentos ::
aquífera vadiação ::
salve iemanjá ::
bem longas e isoladas,
nossas formas
se encontram ::
e é tudo o que pensava
aquele perdão
entre corpos ::
meus dedos estão
mais minuciosos
e teus seios estão
mais perfeitos ::
estamos misteriosos
como as folhas ritualísticas
das benzedeiras
de aruanda ::
e numa rua aberta por
por nosso prazer,
há um plano aberto pelo
aninhamento
que é coser e cozinhar,
juntos,
escolher e realizar,
juntos,
arar, fornecer, dormir
e jejuar,
juntos ::
vamos reescrevendo
um antigo evangelho
para todos os antigos
casamentos ::
uma cidade
tomada por fôlegos
que idolatram
e incendeiam ::
aos teus pés,
muito incenso ::
te trago em meu bico
de pássaro uns pedacinhos
de sensação agreste ::
umas pedras do deserto,
para encantar o pensamento ::
e assim nos enfeitamos,
e assumimos as posições
do sol e da lua, em intenso
conflito, como
nos confins dos lamentos
dos deuses que nos inventam ::
numa nova reunião de pessoas
ou povos,
nos reinventamos,
porque somos artistas,
e pertencemos ao vento ::
++ feliz aniversário, meu amor, vc é a mulher de meus poemas,
e te amo muito ::
>< feliz aniversáriO, sílvia
ResponderExcluirminha esposa passeia pelas melhores habilidades de casa, auxiliada pelas vozes ocultas do feminino,
que são palavras da mansa sabedoria divina :: oculta-se nela o poder divinatório da comida, que a torna
qual cOra coRalina, a mulher mais forte, a minha queriDa e maior fonte :: minha esposa pinta e aumenta o pensamento
feminino dentro de nossa casa :: minha esposa não é só lindA :: é a mais linda, porque a mais feminina ::
sou da corrente marítima do valor materno :: sou o que ela, no fundo, na intimidade mais íntima
do ser perfeito cozido em sua panela, colhe como paz na colheita :: eu sou a matéria de seu útero
a mim costurado, como tenso amor cansado de guerra :: eu sou o último guerreiro que seus olhos
já cansados de procurar podem ver :: eu sou a sua cria :: eu sou a verdade pura, filtrada, última,
uma espécie de água que voa a lhe alisar as saias, ou um vento a lhe balançar as mais altas folhas :: e nessa lentidão
amorosa, que nos une desde que chegamos aqui em Goiânia, a partir de forças longínquas, reforçamos
nossas vidas - eu, como poeta amoroso, brincador, artista; ela, como a ilustração mais perfeita da mulher
mais bonita, a mais real de todas as princesas que a minha imaginação infinita a mim mesmo
deixa ver, árvore misteriosa, antiga, imensa :: a própria cor terna, perigosa e tentadora, a inspirar
o amor à pátria e à língua :
sílvia,
te amo (e feliz aniversário, daqui a dois dias :: >< vinte e dois de fevereiro de dois mil e treze ::
vc tem a umidade necessária para se parecer com todas as mulheres, mesmo sendo uma :: não temendo
ResponderExcluirqualquer tipo de adversidade, vai sendo espelho para muitas, várias, em um espaço necessário
de simpatias e identificações :: não há nenhuma dondoquice, nenhum fricote, nenhuma frescura ::
tua fragilidade é a mesma da natureza - serva, e soberana; revolta, e ameaçada de destruição ::
única :: inigualável :: estamos juntos há muito tempo, pregados um ao outro, revelando-nos mutuamente
na vida tempestuosa de muitos filhos (cinco, ao todo), agrados, conquistas, enjoos :: somos absolutamente
livres, e é isso que entendo como o livro de nosso casamento, essa união, cheia de pontos, que é um bordado e que nos desenha, misteriosos :: como agora, em toda a liturgia pela união da vida a partir
da dignidade da alimentação, da comida, como se o mundo, tão cheio de corrupção, estivesse
precisando ficar lá fora, enquanto cozinhamos e comemos sem culpa, tornando
mais clara a força do
bem-estar em família :: é por isso que meus sonhos são sempre sinceros, contigo :: e é por isso que
sei que te mereço, apesar de teus níveis mais elevados, que os meus, de sensibilidade e pureza ::
nessa incompreensão que nossa alma profunda gera, sem que ninguém veja, está uma alusão
ao simbólico matrimônio sagrado, o perfeito casal que compreende com nitidez as agruras de dEus ::
vamo-nos casando, sagrados, enquanto se desfazem na volta os rótulos e os falsos compromissos
de sossego a dois, as falsas promessas de ternura e apreciação entre homem e mulher :: somos tímidos,
como dois pássaros, e isso nos aperfeiçoa o canto e o passo, a condução certa, pelo interior da senda da vida ::
te amo :: feliz aniversário! :Terra Santa
estou sem pressa para te amar porque o meu país é a nossa
ResponderExcluircalma, os incensos que queimamos,
o jeito vagaroso
de nos encontrarmos, os jarros, os azeites, o calor de uma
imensidão :: não existe propriamente uma fórmula de homem que sinalize
tua felicidade, e por isso sou calmo :: não existe também cabeça
capaz de te pensar, e por isso sou
um fruto novo,
que melhora com a idade e a razão :: eu estou nos teus cabelos brancos, desses
teus 50 anos que nos impulsionam :: são raios que nos movimentam, e por isso a cada dia
eu tenho mais candura nos pensamentos,
nos carinhos, e na maneira de andar ao teu lado :: sei que estás
sempre com um bebê novo, sorvendo, precisando de elogios e manutenção, e que isso
te faz de ferro ::
sei que nossa felicidade não se compra, e que por isso
não há casa, ou carro, mobília ou simples
eletrodoméstico que nos resolva :: e que um dia juntaremos
dinheiro em profusão, mas de maneira
adulta, justa e delicada ::
estou sempre apaixonado, porque o teu espírito
espalha os seus brinquedos :: uma ferocidade de limpar
o pátio e deixar as coisas nos teus jeitos ::: uma intensidade
espantosa daquela menina valente,
e esses brinquedos todos super fantasiam teus templos, as coisas
que te agradam :: e aqui me deixo,
qual oferenda, batendo palmas, colocando brincos em teu cabelo :: trago
flores e rosas, perfumes
e longínquas revelações do teu ser me conectam a essas
adorações que eu teço, como teu soldado ::
sou o teu soldado, mandado, e por pedras atingido :: dourado e antigo :: e agora,
depois de o caetano haver nascido,
eu sou um tudo que sonha, projeção dos teus cachos levíssimos, tua barriga
feito pedra, teus peitos
de deusa :: observo que há em tua cintura um poder :: com
ele, estou dez mil vezes mais forte,
como se meus dardos, com que me sonho, melhor
sondassem no futuro o ouro :: estou encantado com a tua pessoa
e a tua viril posição a lembrar-me as astúcias nas rodas de negros, mãezinhas,
voações nas manhãs
do bRasil :: estou a ponto de escavar até encontrAr conchas reais da suprema
natureza, gemas,
para tornar-me capaz de te dar um verdadeiro beijo,
e nossas almas se iludirem, beijadas :: e nunca será o bastante :: estou
enfeitando todas as latinhas e monturos para tornar-me de fato esse
verdadeiro rapaz, único,
impossível de ser copiado :: será que vão me deixar? :: será que
os pensamentos urbanos me permitiriam
apurar tanta pureza? :: nessa minha lenta sublimação, os muares
vão me esticando, e deixando
meu canto esticado :: estou por aí, altivo e saboroso e sendo
teu soldado, um lento pastor, uma revelação
para os que sempre me esperam :: eu sou tudo que o teu suor
sagrado, aborígene, nessa terra santificada
aprumou, permitindo heras, fortificando rosas, conduzindo os
passos de teu novo homeM :: ((24 fev. 2016