segunda-feira, 8 de abril de 2019

luLa livRE





a liberdade de lula é a luta pela democracia que se atualizou, nessa seara estranha e eterna do embate brasileiro entre o bem e o mal ::

parece que sim, não tenho bem certeza, mas talvez a gente fique anos gritando lula livre, até que um dia aconteça

alguma coisa, algum desfecho talvez trágico, talvez redentor, talvez as duas coisas ao mesmo tempo, para

permitir, até que enfim, um novo avanço em nosso processo civilizatório, desse país que é a morada de uma revolução humanitária

chamada mistura de raças ::

o caso de luLa, o trancafiamento de seu tempo de liberdade, que é a mesma coisa que o trancafiamento

da liberdade de um povo inteiro, é na verdade uma gentil pacificação proposta pela providência divina,

ao nos proporcionar a visão clara, nítida, da pintura do diAbo em seu dilema, para o qual não existe
equação, a não ser a vitória do bem,

advindo daí o alegado efeito pacificador ::

ou o mal prossegue aprontando das suas, para regojizar-se e satisfazer

seus instintos, ou se cansa e vai embora, para recriar-se historicamente logo ali adiante :: o x do problema reside

justamente no fato de que a continuação do plano maligno, sem que o diabo queira ou se dê conta disso, pois

está cego pelo desejo de transtornar o mundo,

reforça ainda mais o bem, por intermédio da geração dos mitos salvadores, seres humanos transformados em herois

por assumirem papéis de supremo sacrifício, caso evidente de luLa::


luLa, hoje completando um ano de cárcere cruel e hipócrita, não vai "pedir para sair", porque, com sua sabedoria mansa e por isso mesmo imensa,

sabe exatamente que é esse o ato que se encena na dramatização da epopeia nacional ((igualando-se dessa forma à getúlio

no rol dos grandes mártires do período republicano da pátria)) :: a bolsonaro e camarilha resta apenas

consumir-se nas labaredas de suas próprias emanações infernais ::


hoje, nesse dia infame, que simboliza a crucificação de nossa esperança, e daqui por diante, quero pensar como um luLa,

quero agir um luLa :: quero pensar e agir como um menino em prol da liberdade, aquele dignificante menino que segura a mão imaginária

de sua sanTa mãe e caminha sem medo para o sacrifício :: estou com quase 50 anos de idade e não entendia,

antes de o bRAsil e o mundo reingressarem no âmbitos das trevas, tem quatro ou cinco anos, que meu destino

(e o de todos, na verdade) está atado a uma necessidade de bem-estar coletivo que se manifesta negativamente nas carências

vivas e encarniçadas desse país, seus becos e favelas manchados de sangue, seu número crescente de feminicídios,

seus bordéis e garimpos selvagens, sua expropriação maldita do trabalho, seus infanticídios, fratricídios e genocídios,

a espoliação de sua floresta amazônica :: eu não sabia, ou tinha medo de entender, que precisamos estar corajosamente

engajados no combate ao descalabro sem fim vivenciado por nosso povo :: sobre o esse descalabro precisamos nos debruçar

com alegria e imaginação também infinitas, a exemplo do que propuseram nossos melhores artistas, de gonzaguinha

e elis regina :: a retomada do mal em seu curso, a volta dos militares, a nazificação de nossas ímpetos masculinos, tudo isso, é, no nível

último do inconsciente coletivo, um chamado para que nos concentremos na podridão que radica no âmago

do ser humano, afim de amenizá-la mediante a descoberta de novos conhecimentos, para que possamos entre outras coisas redimir

antepassados que também por nós sofreram ou morreram :: nada disso é exatamente novo, vindo a constituir o próprio cerne da saga

de o ser humano tornar-se cada vez mais humano :: tudo isso é o eixo do processo ele mesmo de evolução mediante a construção da linguagem

no lugar de vícios, mediante o estabelecimento do novos patamares de civilização :: não é a toa, por exemplo,




que bolsonaro e sua turma não param de dar demonstrações acerca do quanto a ignorância é o seu mote ::

nesse átrio intrigante onde atuam verdadeiros santos guerreiros contra seus mais perfeitos antagonistas, ecoa uma verdadeiríssima

reverberação da pátria profunda, que sempre se faz e se fará a ferro e sangue :: cabe precisamente às esquerdas

tomar a dianteira desse aventura perigosa; e não fugir à luta :: cabe ao martírio, mais uma vez, o tempo de edificação

da liberdade a ser legada às futuras gerações :: cabe ao mito, o mito do bRasil cordial e inteligente, sempre tão combatido,

dar provas de que não estamos sozinhos diante da oferta dessa cálice de bebida amarga :: cabe ao menino legítima e integralmente brasileiro,

mais uma vez, ampliar seu poder de masculinidade, para fazer jus a todo o esplendor do feminino que nesse

país abre gloriosas perspectivas de elevação ética e espiritual ::







Nenhum comentário:

Postar um comentário