quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

@@ sobre porque não consigo detestar Raquel Sheherazade



ora, na internet, qualquer discriminação pode ter seu preço ::
nego a possibilidade de uma manifestação

como a que corre no momento, contra a comentarista Raquel Sherazede,
na medida em que não vejo

a rede como continuidade do antigo feitio de nossas lutas ideológicas ::
tenho severas restrições

em relação ao que essa jornalista costuma dizer, mas retrocedo no mau
sentimento que começo a sentir por ela, por seu aspecto não à esquerda,

quando procuro esforçar-me em uma observação mais atenta aos significados
que, com a internet, estamos começando a viver :: com a internet, navegamos

em direção ao futuro :: trata-se de um futuro que, ao orientar-se por uma
nova disposição na distribuição dos espaços

e oportunidades, deve ser marcado por um novo sentimento com relação à diferença ::
na encruzilhada em que a humanidade se viu colocada, por meio da guerra entre

esquerda e direita, uma encruzilhada de ameaça e medo pelo fim da espécie,
precisamos aprender a deslocar nossos sentimentos negativos;

precisamos de uma nova maturidade humanística e de uma menor dicotomização
em tudo - necessitamos de um mais arraigado sentimento de jogo, onde o que

interessa não é vencer, mas o crescimento proporcionado pelo estar jogando;
penso que se trata de procurar sentir e viver um tempo mais leve e juvenil,

capaz de nos causar a impressão (mesmo que sempre fantasiosa) de que
nosso encontro com a realidade que nos nega ou é hostil deve servir

como fonte de desafio, educação e auto-controle, como busca e tentativa
das possibilidades de paz, por meio da ciÊncia e da arte, e nunca como permanência

do rito de destruição daquilo que nos é diferente :: o bRasil, às vésperas
de uma nova polarização ideológica, em função do período eleitoral,

possui em seu inconsciente coletivo todas as condições necessárias para
buscar essa nova ética para a "guerra" :: antiga esquerda

e antiga direita, contudo, continuarão se engalfinhando ainda por muito tempo,
como se recém tivessem emergido na realidade por força da Revolução Francesa

e de seu espírito moderno - considerado moderno ao final do século 18,
quase 250 anos atrás :: ao mesmo tempo,  o mundo da vida digital e

em rede engendra com paciÊncia outra forma de convívio:: é com bondade,
com a força bondosa de nossos mais humanos e calorosos arquétipos, que se institui

outra realidade, enquanto promessa e mito :: nova realidade, já presente e real - a própria rede
e suas milagrosas formas de integração social - que reforça com grande energia

nossos instintos mais ardentes ::
esses que, por fim, nos guiam, secreta e silenciosamente, rumo ao amor universal ><

Um comentário:

  1. parece tratar-se também de uma questão de 'identidade'

    ao invés de simplesmente fragmentada, uma tomada de consciência para fora da 'identificação' com o ego

    ResponderExcluir