esse ser gaúcho sou eu, pois ganhei de ti as insígnias do dragão, mestre, marujo, menestrel, voador ::
me quintuplico em estrela e te bordo com olhos líquidos, amendoados, fundos como minúcias
impossíveis de serem observadas :: fundos como teus prados, ó iguaria :: e se me evado, por medo,
uma ou outra vez, é porque teu esquadr
ão legionário de maria muito me assusta :: ó maria, estouespantado, no jeito honroso de
louvar tuas quadras, e no modo esquivo de tuas luas, teus segredos,
teus mistérios :: sou porto ardoroso, porque ampliado em meu limite, e isso me concede quadras
em teu prado :: ó negrinho pra
zenteiro, há tufões nos céus de iansã, enquanto arrebanhas teus
fogos, fantasmas, boitatás :: vou ajeitar um fogo no céu, ó negrinho, para fazer funcionar uma nova dicção
para antigos medos :: aprisiona o homem gaúcho em lendas, enquanto o viésdos bordados
de suas prendas enternece as botas e as pilchas com um olhar bonitinho :: ó amantíssima e ardorosa
filha sem pecado, lava teu cabelo, usa erva de cheiro, afasta o remoída amargo da cara desses
homens espantados, entre ruídos, q
ue esperam e ardem, pela flor, a partir de um arrepio que lhes
causa um trago :: negros!, arrumem tudo no quarto :: há uma prisão que nos aprisiona, o bloqueio
da relação cordial, que vocaciona o ensaio ansioso da majestade em harmonia, um cheiro de sexo
distant
e e longínquo, na violência entre as flores :: uma rosa pisada, o restauro da aviação de cristo :: o espanto, uma guitarra, nove baixos, e a cabeça
repleta de vinho :: abaixa a cabeça, abre um so
rriso, a formosa dama lhe conta baixinho que os filhos
amam como flor de lótus
: recebe-se um vinho, uma flor de farinha e se vá preparar a comida ::
repara nos negros, como comem quietos :: repara nos índios, como recebem o beiju com carinho,
das mãos de suas índias, e em como comem quietos :: estar troando, estar zunindo :: acalma
teu medo, cala teu édipo :: deves ser só sensação :: deves ter consciência do sabor dos mingaus ::
te abençoa com teu orixá :: tabaco, só aos domingos! :: lava a cuia,faz uma roça de milho, espanta
o amargo de teu pensamento :: ama os outros, que são mais que tua família, são teu pago, são a força
para tudo o que sentes :: teu pai, aos poucos nenhuma infâmia lhe define, no tribunal das violentas
pensadoras da poesia :: teu estoque de boa convivência, tÊnis rasgado, calça entendedora dos caminhos, teu esporte
na calçada, ciranda de roda, conversas, alegria :: há volume em teus sonhos, intensidade de som,porque botas a cabeça na calçada e sonhas :: ao final, um mestre cura, e tu voas, como sábio passarinho ::
ali a voar, com o mestre esquisito :: ali, a frutificar ::
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