“O estancieiro outra vez
mandou amarrar o Negrinho pelos pulsos a um palanque e dar-lhe, dar-lhe uma
surra de relho.”
@+@+@+
revela-se nesse trecho, da
lenda do negrinho do pastoreio narrada por simões de lOpes neto, o mesmo
sentimento do atual golpe :: uma
fonte regional gauchesca, variante do mais geral sentido brasileiro de
união :: o passado
mítico,
infinito, ritualiza-se
na realidade :: por outras palavras, repete-se na história :: o negrinho havia
perdido uma disputa a
cavalos por dinheiro :: já sofria maus tratos sistemáticos :: foi apanhar mais
uma vez, como agora se
processa sobre nós todos, vítimas do impeachment de dilMa :: quando sofremos,
abrimos nossa alma para
o sentido oculto, onde o mal e o bem perpetuamente rivalizam, e nos colocamos
em busca daquilo que não há :: os golpes sistemáticos
da elite branca
brasileira fundam a resistência :: por que somos tão perseguidos, quando nos
esTados
Unidos, por exemplo, o
funcionamento das instituições sempre foi tão perfeito? :: que grande apelo
de alma é esse, para
nosso desespero? :: do libertador brasileiro ((luLa, dilma, brizola, tancredo,
vários outros)) exige-se
muita parturiênCia :: a gestação de nossa democraCia é obscuramente
longa, assim como, de
resto, por toda a américa laTina :: adoto as bebiDas locais e não me conformo
::
que barulho é esse na
esquina? :: venero o tempero local e o planto, verto saudações ao plano
dos antigos habitantes
indígenas, mas já vem a roda viva outra vez :: o barulho é o senhor de
escravos,
enfurecido, que se
aproxima, um macho insaciável por sempre mais compensações para seu destempero
luxuriante, e sobre
nossas costas aumenta o fardo ::: alimento-me de explicações, engulo o mito ::
por que viver e morrer enjaulado? :: nas “escolas,
nas ruas, campos,
construções”, o sexo anímico das grandes gestações da cidade espantam a cada
explosão, e o povo
se
reproduz :: vai no circo, come o pão que a globo forjou, e achava, e ainda acha
gostoso :: acha tudo
maravilhoso :: compra
sofás a prestação, joga pokémon :: estou expandido por tanto sofrimento,
pelo modo inteiro e atroz
de nossa escravidão :: sou até uma maneira nova de chorar pelo que quase
ninguém chora, somente o
mais romântico dos poetas :: e me devora uma total solidão no quintal do
sacrifício,
como drummonD, a
perder-se no terrível estudo sobres os detalhes da máquina do mundo :: saio,
volto, penso,
e continuo a entoar um
mantra, a sonhar com a beleza expandida, a expansão dos rastros deixados
pelo sangue indígena
sobre uma terra que se lavrou :: com fervor, repõe-se o gesto alienante e auto
alienante
da população, e um novo
tempo, para novos brasileiros, amadurece, com computador, tv a cabo, internet
:: mArx, onde estão
teus novos fenômenos de esclarecimento
e elucidação? :: quem vai reagir a bolsonaro? :: e no cala a
boca imposto pelo próprio
rito, cresce o tônus amoroso literário brasileiro :: cOlombo, feche a porta
de teus mares, para que
não prossiga o navio negreiro :: essas rosas lançamos aos jovens, sempre
bem-vindos ::
direcionamos ao território aturdido por que anda imaginação de tais meninos,
seus gostos e gestos
americanizados :: somente o plano da beleza juvenil será capaz de resolver
o enigma do país ::
para, um dia, enraizadamente aborígene, libertá-lo ::
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