domingo, 29 de dezembro de 2013

não haverá sossego, nem nunca haverá desalento ((sobre Sam Alves e a cultura do bRasil...




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sam alves é nossa mãe abandonada pelo seu pai, um bRasil de negras índias que vão atrás de seus herois
americanos :: nossas mulheres querem principes, e a cultura americana e um cavalo de tróia que desembarcou

aqui seus soldados :: estão nos roubando a alma! sam alves parece um príncipe falcon, que nos fala dessa escola que faz falta ao bRasil, e que produz toda essa breganização,

tão próxima a nosso coração de menino pobre, sobretudo indígena :: essa lado moleque do bRasil
precisa reconhecer de vez, e de volta, sua verdadeira mãe cabocla :: as revoluções antropofágicas de 22, 67
e da década de 90, com
Chico Science, tiveram como primeira sábia atitude volTar ao matriarcado de pindorAma :: busque-se
a verdaDe no disCo mais neGado da históRia da MPb, como Araçá Azul :: na imitação de um bebÊ que ouve
o ventrE materno, caEtano soube reentrar no brAsil, para reencontrar-se com Chico Buarque, e fazer nossa

década
de ouro, porque aqui também estaVam Milton Nascimento e todos os demais :: esse olimpo brasileiRo é desígnio artístico de orixá :: narrativas

já surradAs de tomzé e mautNer dão conTa dessA simbiogênese, quanDo o bRasil surgiu junto à própria contracultuRa

norte-ameriCana, dizendo não há racisMO ::

há raiz de caboclo embutida nele, há um negar das eletrificações artísticas ocidentais, para, a partir de sua docilização,  misturá-la com candomblés e maracás ::
nesse olimpo brasileiro há do mangue, há da droga em que é ter os  dois pés enfiados no paraíso

obscuro da mulher :: há que se estudar e dissertar sobre tudo isso, e montar um céu com as referências como se de

uma igreja surgisse não uma religião, mas uma cultura musical sabiamente libertadora :: sobre a cabeça os aviões da América do Norte com certeza nos bombardeiam,

e todos os novos meninos que souberem reconhecer esses sinais estarão fazendo algo pela cultura de seu pais ::<<<

não há droga super potente, como na revolução hippie, há transcendência cabocla experimentada em pequenas doses,

a partir de nossa própria realidade ultra-realista, o bRasil e suas legendas de forte violência e contraDições
a desafiAr uma intelectualiDade própriA, natiVa, cabocla, como quiseram Glabuer Rocha e Darcy Ribeiro ::

intelectuais desse calibre pouco tivemos ate agora e, segundo Darcy Ribeiro, somos fracos e covardes no amor à pátria, e por isso uma pátria "descabeçada"

pela falta de pensadores que amem de fato seu povo (incluindo o amor os continentes do brega, do funk ,do pagode e do sertanejo) :: essa fraquEza responDe ao medo do matriArcado,

e não precisamos nos preocupar com ela :: cotidianamente, inclusive com a ajuda bruta de São Paulo e seus atuais

"rolezinhos", estaremos a enfrentando :: é uma missão para herois, e por isso já se sente tanta falta
do novo tropicalismo antropofágico que, com certeza, virá sob insuspeitas capas, provavelmente

misturando a favela a mangues improváveis que a qualquer momente podem surgir por todo o bRasil,
via internet, do Uruguai ao Amapá :: sem sofrimento, não há mangue, e sem mangue, não há brAsil ::

como assumir o trono de Cartola, que é ao mesmo tempo um túmulo? nesse novo bRasil de agoRa,
que se faça o impossível, que é perdoar a mãe terra por todo esse desatino, que não tem sossego, nem

nunca terá, mas  que conhece inumeráveis formaS de acabAr com todo essE desaLento :: !

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

há um mAr na redE



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há tanta reprodução de cada um nas redes, que se trata metaforicamente de uma praia, onde toda
beleza é válida,

pois há sol, areia e mar para todos, e ninguém pode pensar na injustiça de produzir discriminações - as normais da vida cotidiana,

como regulações, obrigações, moralizações etc. :: agora que há na rede uma grande festa, como uma cerimônia em que se insinuam muitas maneiras de nudez, o pensamento

obsceno, pornográfico - que alimentou sempre as condutas de caráter desviantes, os maus-olhados, os métodos cruéis de tortura e trabalho -

tal pensamento tende a arrefecer, tende a ser domado por uma miríade compensações sutis, presentes no dia-a-dia, decorrentes

do imperceptível jogo de ver e ser visto, um jogo de nuances, que ocorre nas indiscrições inconsequentes, ou inocentes,

quase edipianas, do filho que sensualmente surpreende a beleza da mãe, ou vice-versa :: nessa onda
quente de sublimação social que são as redes, os pais conquistam autonomia com relação aos

filhos, que se sentirão mais felizes e sozinhos, e portanto autônomos, pois estarão na rede, acompanhados
por uma grande olho comunitário e humano, gerador de paz e consciência, de reflexão e de novos projetos de

juventude : pensando com Bachelard em uma imaginação da matéria, pode-se tornar a rede metáfora
de uma água fresca e cristalina, onde a alma humana

se limpa de ódios produzidos pelos maus olhares, pragas e agouros decorrentes da má distribuição da possibilidade contemplativa :: ver, olhar, levar-se

ao longe, ampliar horizontes, tudo isso anima a alma, e a reanima :: fabuloso artifício, as redes sociais estão tendo

o poder miraculoso de uma feitiçaria moderna - produzem o reencanto, a transformação dos trabalhadores
em cinderelas :: um milagre,

tão importante quanto o fenômeno da produção de alimentos o suficiente para satisfazer uma população humana crescente ::

o tempo humano chegou, e o amor torna-se a cada dia mais resplandescente ::>>

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

a rEde e o espelho de IemAnjá



ao escrevermos todos os filmes de nossas vidas, nomeadamente por meio das redes sociais, com certeza
gera-se o sonho

por uma história boa, um filme maior que todos, que agregará de modo inconsciente toda essa contribuição coletiva ::

hoje, as pequenas histórias de cotidiano narradas na rede são os suspiros que, antigamente, não encontrando melhor vazão,

eram obrigados a transformar-se em silêncio ou reza :: hoje, conseguem formar, com a matéria-prima do próprio cotidiano, sagas de múltiplas narrativas e

múltiplos heroísmos, onde cada um aproxima-se do sonho artístico de representar a si mesmo conforme
sua própria subjetividade ::

o poder de narrativa conferido ao povo forma o novo tempo artístico do país, em um processo mais amplo e profundo de alfabetização,

vinculado ao poder de sonho da imagem :: inconscientemente, esse olhar sobre nós mesmos revigora o próprio sonho daquilo que somos, em termos ideais ::

a rede social é como se fosse o grande espelho de Iemanjá, o orixá feminino que adorna a vida a partir de suspiros profundos

em nome da beleza :: ao que resta perguntar - que grande ficção está para surgir,  a partir disso, e que mobilize o país, o engaje em um mesmo

projeto de identidade cultural? (a última foi "Tropa de Elite") :: pressinto que essa força gerada pela rede eleva o nível do bRasil em termos

justamente disso - de  sua vocação para o audiovisual ::

nesse país de milhões de "cineastas"  a espelhar suas ambições, talvez em pouco tempo surja a narrativa capaz de novamente

traduzir um sentimento de nação :  algo provavelmente para além de tudo o que cotidianamente se escreve :: algo com o brilho das grandes ficções que,

no passado, por meio da música e da literatura, foram fundamentais para nossa definição identitária ::>>

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

@@ por uMa aMérica inTEligEnte :: sob o sigNo de umA zeloSa matriArca


((em 12 de dezembro, dia de Nossa Senhora de Guadalupe, "impeRatriz da aMériCa"




quando não penso, apodreço ::

há milhões de massas informes de informação, que precisam ser trabalhadas, tornadas placas de energia e geração de amor :

a lentidão com que se processa o pensamento reflete essa úmida realidade, de mofo que vai se acumulando:
e a linguagem, ao processar tais conteúdos, abarca toda uma grande sabedoria de purificação e limpeza ::

há uma mãe generosa que vais nos tirando o que é pouco saudável, zelosa e prestativa, a nos emprestar sua túnica dourada,

feita de arte (em um sentido amplo...

cada mão laboriosa entende o que isso significa, tais renúncias são provas de amor e carinho, como bordar para que fique pronto,

como arar, para que se estabeleçam as condições necessárias, como cortar, cozinhar, formar, erguer, pensar, triturar, macerar, ruminar :

é o próprio ser humano essa percepção de uma sombra ancestral, de um velho arborizador do mundo, que planta e senta-se à sombra

do que plantou ::

a "sombra" maior é a de um mito generoso, resplandescente, coluna erguida várias vezes  na história da humanidade, para ser admirada de longe ::

sensualmente, nos informa tal mito (porque todo mito é sensual) que é possível amar com amor infinito :
ave, e graças a todas as manhãs, plenas do restabelecimento e da purificação da noite,

dos sentimentos que se acomodaram durante o sono, peneirados pelo desejo ardente de uma continuação sem fim ::

nos informou, esse desejo, como um farol aos navegantes, que é possível colocar amor no trabalho, e que todas as causas sociais, irrompidas em busca de

mais justiça na distribuição das farturas necessárias, serão justas e reconhecidas mediante a presença de tal amor :: e

que não há nisso conformismo ou alienação, e que tudo se ajusta ao padrão do amor :: e que tal amor existe,
e que é tão seguro quanto a existÊncia do sol,

que na mesma intensidade arde, dando prova de sua quietude e sabedoria infinitas, fazendo-se essencial sem que se perceba sua presença :: aos que diferem entre si - diz nosso desejo

por essa justa imperatriz de tudo o que é novo e reanimador - opõe-se o carinho e a onipresença do sol,
como uma força agrícola dos planetas e das missões ornamentárias (cuja função é brilhar), permitindo a

certeza de uma união,
mesmo que longínqua e misteriosa, como o próprio soL :: na coluna de fogo

que se ergue para uma América inTeligente e brilhosa há o povo fecundo porque laboriosamenTe sacrifiCado

na junção de suas línguas e peles :: e esse esforço homérico que nos gerOu há de ser recompensado >>



"a consciÊncia é um processo momentÂneo de adaptação, ao passo que o inconsciente contém não só todo o material esquecido do passado individual, mas todos os traços funcionais herdados que constituem a estrutura do espírito humano." (jung, p. 13

domingo, 10 de novembro de 2013

um coração puro bRasileiro



existe de fato um coração puro brasileiro, bondoso acima de todas as coisas, crescido nas agruras que fundam o ser essencial desse país ::

é um coração que se ergue, ou vegeta como erva daninha, crescendo sem que lhe permitam a presença :: um coração bom de menino, atualizando-se

na vida cotidiana das cidades, e gerando consolos, sossegos, anjo que aprendeu a ser mais rápido que o próprio demônio ((sempre solto, o demônio, no meio da rua, como

diz Guimarães roSa :: não acreditar nesse coração puro, inclusive, é fundamental para sua própria preservação ::

ele é como a própria presença negra ou indígena, que se esvaiu

do imaginário cotidiano, até se transformar em pura lenda, marcada pela ausência :: ele mora no esquecimento, e justamente aí se fortalece

enquanto mito :: carece de não existir para que exista mais firmemente :: é esse coração que gera todas as nossas visões de sociedade

normal, conjunto de corpos mestiçados que se moldam ao conjunto das pressões internacionais, e que veio a se transformar,

na atualidade, em um arremedo explícito dos americanos do norte :: é esse coração que se assemelha ao peito de uma prostituta,

pronto para receber toda a ferocidade das gentes obtusas, que somente se assessogam mediante raiva e rancor, e vingança ::

esse coração é mesmo um salto, e uma evolução do sentido de ser cRisto :: é a ressureição mesmo desse homem exageradamente humano,

que aqui se aperfeiçoou pela força de uma nova crucificação, incrustada na escravização do negro autônomo e do índio autônomo ::

esse coração aberto sou eu, acostumado às pedras do cais, das estradas, dos mercados, das ruas vazias e abandonadas :: ninguém imita jeSus sem

ser incompreendido, e é esse o motivo de nosso total equecimento em torno de nós mesmos :: o brAsil é um menino duplamente sacrificado,

uma união de dores, um jeito novo e adocicado de ser cristo :: uma forma real, nova e lendária de salvação >>


domingo, 3 de novembro de 2013

a visiTa de yAgo saleS



a metáfora do boi é de difícil compreensão para muita gente, e, por certo, misteriosa :: sou, assinando como artista, o "boi arteiro",

que na ritualização de um significado profundo de vida, persegue a felicidade ao lado de sua esposa, beatificada, "Dona Deusa" :::

sem querer, por vontade própria imediata, mas como resultado de uma vocação espiritual longínqua, somos a bondade que se personifica ::

não há como ser "Boi", Yago, sem repetir o pensamento do próprio Cristo, que guarda para si uma divinização esperada enquanto fim do medo de amar, em um verdadeiro poema épico de salvação humana ::

não há como ser o que vocÊ tanto busca sem a bondade agreste e  sertânica desses signos...

o trabalho no Terra Santa evolui na produção de um pai gentil, e de uma mãe benigna, acostumados já no processo da dor geral brasileira ::

como foi com Cora, de certo modo, é conosco :: há uma seriedaDe de menino eterno nisso tudo :: e uma dor benigna de mãe :: e um respiro suave de moça :: e uma evolução

Sílvia e eu agradecemos gentilmente sua visita e seu tempo dispensado a nós, sua coragem e sua labuta ::: aqui, o trabalho é de mover montanhas e de abrir o mar, e por isso se trata d

e um verdadeiro empreendimento da alma :: não existem grandes almas e, por consequência, grandes artistas, sem que uma coragem, como a tua, se manifeste ::

há uma porção de pinturas que, de certo modo, te anunciam :: obrigado pelo seu gesto de carinho ::  por você, talvez, ainda sem saber, pensar e perceber o mundo na posição exata,

colocando-se em gestos de humildade, como simplesmente lavar a louça e loucamente buscar a noção de um espaço de proteção, nessa laboriosa brasilidade

que, ao exigir muito, dos que amam o perigo da aventura do crescimento da alma, pinta sonhos de céu e de terra, a cada dia mais límpidos, para todos nós ::

abraços,
Marcus e Sílvia



##  <<  **  ÇÇ  ((  &&
- ((texto amorosamente publicado por Yago no faCebook, após a visita, dia 28 out. 2013 ::


LOUCAS LOUÇAS - VISITA E TRABALHO NO TERRA SANTA 
Cinco da manhã, eu deveria ter chegado. E cheguei por volta das 10 horas. Logo coloquei uma toca branca e fui espremer laranja. Deu certo. Uma jarra loura. Uma manhã louca. Então, fui eu lá no Terra Santa. Ei, lavei louças, viu? La-ve-i a impaciência que me batia por dentro do peitoril magricela. Eta! É do sertão do cerne mesmo falar com o professor Doutor Marcus Minuzzi - é bom afirmar a "doutorice", pra dizer da simplicidade, é bom falar que o rei come no prato dos pobres. Olha: Sou de me encaixar. É que o professor Marcus Minuzzi e sua esposa - ah, como sabe coser - Silvia, não têm horas a receber visitas e falar tanto. Afinal, na rotina diária, cozinhar é o primordial. Entendo. Não resisti e fui lá ser auxiliar de cozinha no restaurante deles hoje mesmo. Entremeio a correria, falamos de alma, de existência, de arroz, de literatura, de clientela que come a melhor salada, de música popular. A vida se repete pra quem não quer se enveredar pela vida alheia, e a minha vida não se repete não. Pense só: Cada dia é pra ser alguma coisa palpável. Gosto de palpar. Depois de vender (mos) pratos e marmitex, eu eu o professor Marcus Minuzzi, olho com olho, fala mansa com fala de menino, discutimos motivos, resultados, vida, cultura, vida de novo, vida, Damasio, sociedade, amor, ih, amor é com ele e sua família. Era uma vez um professor que me deu a mão e falou: "A dor aí dentro vai acabar não". Ri por dentro. Já sabia. Um adotado mocinho de barba que cresce. Se leu até aqui, uma dica: Visite amigos, todos, lave louças, pegue na mão, diga que é bom tê-lo como amigo, diga mais: Olha, olha só o que sou: Um curioso de amizade. E sou. Sou. 

domingo, 27 de outubro de 2013

a revoluçãO daS deusAS



no caso de nosso povo, há sua revelação enquanto povo, que ainda está por acontecer :: somos inconscientes de nossa própria língua, e portanto, de nossa força, enquanto povo ::

tudo aquilo que se parece com alienação, enquanto expressão popular, e que se manifesta como nossa linguagem - a adoração pelo futebol, por exemplo, - virá a se manifestar mais refinadamente um dia...

e esse povo, que já foi uma legião de bóias-frias, e hoje se tornou massa urbana feia, compacta, moldada pelo jeito americanizado que a mídia difunde, 

ainda virá a ser o que a própria nação, em sua profundidade, gosta de ser :: uma respiração renovada do ser humano, de inspiração aborígene, amorosa e amazônica ::

ao mesmo tempo, a elite dorme e sonha com essa evolução :: dorme na incompreensão e na indiferença :: no auto-engano de imaginar que o mal que causa, pela crueldade da miséria que nos lega, é sem consequências ((isso é uma forma de dormir em paz...

a consequencia, no entanto, será o próprio sentimento de ser brasileiro, como pranto acumulado :: a consequencia tem sido, ao longo de nossa história, a de gritos por liberdade,

que sempre acabaram por sempre trazer dias melhores :: em uma espiral evolutiva inegável, desde as revoltas primordias negras ou indígenas, os quilombos 

que reservavam da fúria branco-europeia a beleza das mães e deusas de inspiração telúrica (a MPB talvez tenha sido o último caso mais concreto dessa resistência) ::

e nossa redenção, a redenção de um povo, sempre veio acontecendo, ao longo da história, em um processo longo (mas continuado, ininterrupto...

imagem :> cena de "O dragão da malDade contra o sanTo guerreiro", de glauber roCha

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

medO

minha forma de pensar e trabalhar, por ser amorosa, é extremamente inclusiva ::

desse modo, gerei, e ainda vou gerar, muito medo.:>

mas de um medo inconsciente, que quase ninguém sabe estar sentido :: meu pensamento,
agora, precisa aprender a amar esse próprio medo :

domingo, 13 de outubro de 2013

@ louVação dA maSSa >::

todo pensamento autônomo haverá de ser repreendido, e aquele que nisso persiste, cerceado:

eu mesmo venho aMargando a autOnomia como sacrifício :: e nisSo perSisto, em um joGo de idenTificAção intEnso com noSsa maLocA etErna (musA etErna :> transforMaDa
eM faVela ::

há uMa obRigaÇão dO pensAmento com a MasSa, apesAr de todo o conforMismo qUe reprEEnde novaS ideIas ::

há que se pensar hoje nas massas do bRasil, e em seu poder destrutivo de massa : somos a melhor massa real já existente, revolta mas conformada,

forte mas fraca, perdida em obtusas confusões, porque perdida da realidade nua que nos fez nascer um novo mundo, agora sem Glauber Rocha nem Adoniram Barbosa,

mas prEsente em eMiciDa e MC GuiMê,

socrática, mas pré-socrática, embrião da primeira massa não nazista existente no mundo ::


terça-feira, 16 de julho de 2013

científiCo


óculos brasileiros
eu vejo,

já que
segundo

Bordieu,
cultura

são formas
de ver,

em qualquer
pensador,

músico,
artista,
professor,

que
leia nossa

bruta
realidade

social
com a sapiência

de um
novo mito

científico.

mito impregnado
da gÊnese

de NOsso
próPrio

pAís,
em tErmOs

míTicOs :



@#

qUaL
a reALidaDe

dO
mITo bRasiLeiro,

portaNto?

uma afro-descendência
ainda hoJe

escRava,
um índio

arRasAdo
em sUa

cuLtUra,
um bRancO

violEntAmenTe
caRinhOso :

espEciAlmente
na rEaLidadE

aRtísTica,
gERadOra

dEsse
mITo,

há o doM

paRa uMa
reVelaÇão

quE esSa
miStura

pOde
prOduZir,

apEsar
de toda

eSsa
violêNcia,

cAda
vEz

mAis
exPlícita.


@#
pOr
iSso

é prEciso
sePaRar

o qUe
é bRasil

daQuiLo
qUe nÃo

é bRasiLeiro :

eM tEmpoS
de gLobAlizaÇão

mAis iNtEnsA,
acELeRaDa

peLa
iNtERnet,

com meTade
da poPulaçãO

suL-coreaNa
viVendo os mItos

do OciDenTe,
inCluindo

os miTos
da IgRejA

eVangÉlica-
pRotEstAnte,

por eXemplO,
fica difÍcil

deTeRmiNaR
o qUe,

no BraSil,
é macUmbA

e sAmba,
feiJoAda,

cArNaVal
e fuTeboL,

símBoLos
dioníSicos

fOrtEs
de nossa

miscigeNação,
já qUe

há um nOvo
riTo de

intEgrAção
rAciAl,

especiAlmeNtE
perpetradO

pEla
iNtErnEt,

qUe
fAz coM

o cOnjUnTo
dAs cUlturas


o que
o miTo da deMocRaCia
rAcial

sEmPre feZ
no BRAsil,

ou seJa,
coNfiGurAr

um refuNdiMento,
uma coRdiAliDade

fUnDaDorA
dE um nOvo

corDeiro
hUmano,

no sEntIdo
de uMa miToloGia

caTólIca:

há maIs
da perMIssâo

abOríGene
no BraSil,

eM tErmos
de rEcAto

sExUAl,
do qUe

em qUalquER
ouTro

paìs misCigeNado
do muNdo.



@#

no caSo
da iNteRnet

qUe reorGaniza
iMagiNários

esPeciAlmeNte
a pArTir

da iNfância
e jUVentude,

não há
maIs reCeios

de se pRomoVer
o qUe no bRasil

se coNstiTui
em peDra

baSilar:
uMa coNstAnte

lEiTura sEnsuAlizAda
do oUtro,

peRmitiDa,
no cAso da foRmação

do que
GilberTo FreyRe

chAmou
de faMília pAtriArcal

bRasIlEira,
peLo

dRaMa
soCial,

e tAmbém
imaGináriO,


exPreSso
esPeciAlmenTe]]

aTravÉs dAs
aRtes,

qUe
oFeNde

aPeNas
os mAis

aRwraIgAdos
seNtiMentos

rAcisTas,
aInda hoje

bAstaNte
viVos,

em tOdo
o mUndo.





@#
16 jul . 2013

segunda-feira, 15 de julho de 2013

miNHa mÚsiCa




naquilo que tens
de amiga,

e naquilo
que sou contigo,

sempre há
algo de calçar

longas letras antigas.

no quinto ato contínuo
desta lembrança mítica

que é vivermos
cinco vezes artisticamente

entrelaçados,
somos

a orquestra
bonita

e sem
modéstia.

em armas ritualísticas,
no que sou,

no que és,
no que posso,

enquanto
representante

de um novo
másculo,

viver e sonhar
contigo,

morrer a amar
em torno

do longínquo
paraíso brasileiro.

terno,
sou o novo

amoroso
de fecundas

e obscuras
regiões

bondosas
e lentas,

sou o pensamento
artista,

sou
o hermético

aposento
em que

buscas o
mais raro

sossego.

sou a labareda
e és oráculo

que pinta.

nesse
ardente

processo,
somos unidos

semente
negra

e vespertina,
abuso

do espectro
de um

deus que
abre-te

como
uma deusa,

coletada
enquanto

pomo onírico
e peito angélico.

a você,
minha estrela,

meu sábio cimento
dessa cidade

que devassadoramente
nos inventa.

meus pés
e minhas urnas,

meus textos,
minhas fortes

experiências,
a amazônia infinita

que nos
pensa,

e nos impele
a força

para outro
forte senso

de justiça.

somos
o belo

e o
feio,

o martírio
renovado,

o passo
mais fundo

que Dioniso
habita,

a cabocla
sensação

de formas
perfeitas

de um cortejo
matrimonial :

te encontrei
serena e bruta,

profetizando
acertos

de contas
entre mitos.

és bela e amorosa
pintura vulcÂnica

seM paciência :

a minha Música RepleTa
resultAnte

dA ciVilizaÇão
bRasileiRa.




Te amo. Marcus
na guerra
do corpo contra

o mundo,
encontra-se

a corrente
olímpica

mente
ocidental

que nos
impede

de rever
o tempo

de um céu
em que

há mitos
românticos perfeitos,

numa congruência
quente e eufórica

entre mar e sertão.

em qualquer
cidade brasileira,

e, por isso,
em cada

nosso
habitante

desta
terra,

repensa-se

o viver mal
sonhado

com a música
de uma sabedoria

estonteante
da mistura

negra, branca e índia.

toda
nossa lírica acumulada,

especialmente
a partir de

macunaíma,

é como uma
boiada em marcha

infinita,

chifrando
os cascos,

e ardendo
em sede.

nesse
tabuleiro

de 1 milhão
de peças,

os deuses

se acavalam,
jurando

inimigos
de morte,

tramando
a revolta

de minas
contra

os marines
americanos,

lembrando
o amor

terno
dionisíaco

que
gera

a
extensa

formação
cultural

brasileira.
A música que

ouves no
rádio,
no punk periférico,

na esquina maldita,
em Renato Russo

e na explosão
evangélica,

no acidente
de carro

que fuzilou
o fundador

de Brasília,

na roda
em torno

das
cabeças

míticas
de Tancredo

Neves,
Lampião

e Cora
Coralina.

Há nessa
roda

viva
a mão

ativa
de nossos

sonhadores
por

um brasil
independente,

arquinimigo
pacífico

da
forte

região
olímpica

perseguidora
de Dioniso.

o meu pranto
já entediado

é pela
sobrevivência

antiga
litúrgica

de uma mesa
de apóstolos

pedro,
fundadores

de uma
igreja

que enoja
os muito

fracos,
os cristãos

que não
conhecem

espinhos,

a minha
pobreza

monetária

a cada dia
mais semelhante

à dos flagelados
da seca,

à dos morros
cariocas,

à dos motoboys
armados

de são paulo
e goiânia,

é por esse
ouro amigo

das minas
reais

do império
ao sul do império

dos Estados Unidos,
e que arte

executa na
formação

de todas as
lavras,

urbanas
e rurais,

do rock
ao sertanejo,

único império
realmente

percursor
de bons meninos.

nesse choro
infindo

de velhas
senhoras,

há muros
e grades

que machucam
o avoar

de cabras
mágicos

como Glauber
Rocha

e Luiz
Gonzaga.

nego o fascismo
que se abrasileirou.

a feia
arte cristã

que se
tornou piegas

ardilosamente
sabota

o alegre
menino brasileiro.

há no monturo
de velhas

esperanças
o rico

feliz
domínio

educacional
e mariológico

de um país
do futuro,

como sonhou
Darcy Ribeiro.