domingo, 30 de março de 2014

o espaço mitológiCo da terRa




Se eu sugar o bom,
Aí sim você pode brincar de ser rei.
Canta, que a dor é fria e certa.
Ama, que ajuda a lembrar a festa.
Seja somente meu.
Seremos sempre incopreendidos e loucos.
Mas teremos a honra absoluta
De ter a terra como espaço mitológico.
A dança é certa e nua.

((Sílvia Goulart

domingo, 16 de março de 2014

o mitO



nossa região consciente da  realidade, a vida 
que vemos diariamente, representa antes uma luta secreta,
como que
 soprada ou intuida, em que longas sagas, irriquietas e intermináveis,
vão se consti
tuindo :: nessas ondas pensadoras, aquecidas pelo próprio movimento de pensar,
heróis buscam aproximar-s  e da inocência     contida em u ma fonte ainda mais oculta e altamente reguladora
de tudo        :: repre  sentam com isso um ar  ar a terra, uma somente agricultura de amor à terra, em quE
cavar, plantar,        fecundar,  gera visões que são inebriantes    perfumes, e onde todos ofertam uns aos outros se frutas
e flores :: em um universo assim, contido de amor, o sexo prom  ove a doçura e o encanto do ser original,
e as investidas amorosas em direção ao objeto das 
conquist  as sonham vocações para nossos
países e continentes, para nossas       culturas :: 

::><::((@>
na luz da realidade consciente, em que demoramos
secretamente esperando a      
concretização de tais lembranças de paraísos amorosos e românticos,
precisamos apren    der, muito concretamente, portanto, que amar a terra é fundamental para a interpretação
filosófica origina  
 l de nosso novo rosário de humanAs dores :: novas, mas velhas, antiquíssimas dores,
que agora   

se perfilam mais cálidas, diante de nossos olhos, com a internet, tornando-se em função de toda virulênCia 

acumulada ao longo dos tempos cada vez  mais repletas de nobreza :: porém precisamos para isso calar, 

para que a dor deixe de ser desespero,
e sim a iniciação de nosso her
oísmo :: o cristo perfila aí         seus míticos significados, também habitantes
dos séculos de escravidão negra, tão reinan       te no bRasil :: sem dor não há crescimento, porém torná-la
um hino à insa   nidade e à destruição avilta n
ossa humanidade :: o sexo como potÊncia da realidade,
desse modo, formula-se enquanto dúbia possib      ilidade, e torná-lo fonte de carinho eterno e compreensão
mesmo que doída, e não como entoação de violência e exploração, constitui o melhor registro para
servir de base à nossa paciência e civilidade:

><::<__++++

a saga romântica de amor à terRa requer o tempo líquido
das imagens poéticas porq      ue puras, e dotadas dos  alimentos benignos de uma relação cordial
franca e carnal, entre o ma      sculino e o feminino, entre o rei e a rainha :: a natureza se ama de modo lancinante
e escutar ao longe sua sinfonia que é uma copulação divina nos permite delinear melhor os ritos
em que estamo     s envolvidos, apresentados como história à nos     sa procura consciente dos significados
sobre o fluxo da vida :: a interne
t
 é            esse rito profundo de um boi
 em inocente orgia que é um sacrifício, 
onde a força de pa          lavras,
imagens e sons representa o       imaginário calado e profundo do mútuo entendimento, florestal e contínuo, entre
mães e pais do universo :: 

::^}}++)(
há uma calma profunda da
     mãe que ao re    ceber o pai em sua casa o insufla na revolta que vai fazendo 

ruir seu castelo patriarcal de longos séculos de exploração sexual escravocrata :
o feminino, irresistível por sua bel      eza,  aconselha o homem, gerand    o nele o vislumbre de milhões de sereias esculpidas
na face límpida d       a deusa, e que o fazem substituir a guerra pela paz, as
armas pela cultura, as metralhadoras
pela foliA  única do segredo altam    ente agrícola e musical dos píncar     os da terra :: essas tonturas, 
esses princípios distantes e       irreversíveis
,      alcançáveis apenas pelos mais ousados em imaginação e candura, 
devem servir de base  
 para        se imaginar a televisão como guerrilha, e as mar     chas no Youtube e Facebook como um mítico e revolucionário
exercício de luta para nossa juventude adulta :><



terça-feira, 11 de março de 2014

> (( a saudaDe impura




eu aprendo e
m um rito
de inteligê
ncia coletiva que é uma fantasia apurada, um son
har de menino, torn
      ado impossível ::
e

u sou pobre, improvável e rico em sonhos que 
são comidas :: eu sou a quente 
desilusão, o ver

de-amarelo sábio, forte, intenso e original  :: eu sou o pai do ritmo, o pouco aparecido,
o mantra profun  do se ala


strando em doenças de de
snutrição profunda, a
 fala sonhada por um animismo
geral e real, rei real e profundo,           pai doente e antigo, ca
rnavalizado e sec

retamente longínquo ::
imagino belezas e fogueira
s de santos, que destroem gue
rrAs :: sou a perfeição desca

bida, ansiosa,
ouro pelas ventas cor-de-rosa, crença, possessão, poesia :: sou o maior rum
inante
 do planeta,
e com as molhadas palavras de enfeito, ilumino
 os passos ansi

osos da população ::

 sou ela o que eu
rumino, a briga, o tornar-se rito, a febre obscura, o jeito ma
landro, o "muque
 de peão", a garra 
elétrica espalhada pelas telhas, visualizando-se futebol :: minha água é teu amanhã aborígene,



cultura pop, missão evangé

lica, reinos de cultura pobre :: eu sou o pássaro to
rtuosamente profético,
minha água, tua visão espiritual p
ura e impura, declara


da e escondida, choque rítmico, ouro pelas
quentes questões sociais de um país ainda verdE :><


terça-feira, 4 de março de 2014

da evoluçãO divinA



:: com respeito e calMa, calmos e serenOs, conseguiremos
imaginar o rito
de amor carnal que é a natureza :: amar é natural :: ter carNe é natural :
: deuS é um sossego de domingo,
uma calma, que precisamos deixAr 
habituAl, como forMa de amar docemenTe a todos :: só ele consegue isso,
sem perder-Se
 na volúPia :: e por isso, e somente por isso, é o pai de todoS :: a apreciação dos prazeres
gen
erosos da vida, das bondades puras e límpidas presentes sobretudo no que é simples, puro e 
essencial - como água, comida, 
sono, saúde, sociedade, calor, energia,corpo, chocolate, cerveja, jornal, café, internet - a apreciação
com 
volúpia sagrada e, portanto, delicada, desses pra
zeres, põe-nos a caminho dessa intimidade com o sopro 
divino, 
com o anseio de que tudo vire amor,  com a certeza de que, no fundo, tudo é amor :: 
o calor da cas
a, e das horas cotidianas, dos mimos domésticos, dos femininos desejos
de adoração ao lar, é o que age como pensamento, como luz de um candeeiro :: a vibração das casas em direção
à rua, com suas 
passagens e túneis misteriosos, seu sentido de troca e desejo por formas novas de adornar
a vida 
em seu dia a dia, intensifica essa luz :: consciensiosos de tais alvuras, porque com a mente tranquila
e satisfeitos nas insatisfações mais profundas,
do
cemente entendemos que o bem maior não é o coração, nem o sexo, nem a palavra - mas a coletiva
relação de tudo em sociedade, tendo como fruto nossa forte e doce miscigenação, de pais contentes
com os casamentos de suas filhas, 
de mães amadas por seus 
maridos até o amor ter completamente
se alastrado e não ter ninguém mais que o persiga :: será essa a revolução da carne, do coito como ponderação
sábia e amorosa, vida brotando por todos os lados, em um rito secreto de evolução divina :<<


pintuRa : Sílvia Goulart

porque toMzé énossomelhor intérpreTe




por que tom zé é realmente nosso único pensador? :: pequeno, magricelo, fortalecido em sua própria 
redenção nordestina, entendeu que no comércio entre ele e as musas, o que mais vale é ser autêntico :: descobriu
então que sua potência masculina é uma potência de criação, e que pode ganhar um país com ela, como
está acontecendo agora :: gênio, erudito, mordaz, corajoso, um cientista
da evolução mítica nacional brasileira :: ele representa nossa inteligência viva da década de 60, quando, iguais a ele,
havia pelo menos um bom punhado ::
meu coração se aquece quando vejo tom zé, correndo, "possuído", hoje aos 77 anos de idade::
como que perceptor de uma imensa responsabilidade tropicalista, fincada-lhe a partir da cabeça anímica inconsciente do seu ser artístico,
que lhe deixa elétrico e retorcido, lá está ele, sempre, literalmente, "enche"ndo o saco, perturbando as certezas e convicções, 
apaixonado por sua bela senhora, sua esposa, Neusa ::
os sem zé não tem dinheiro :: porqu e manter tudo como está, não é mesmo tão zÉ, tudo limpo e organizado? ::
porque não bagunçar os sentidos, até mesmo com alguma violência, levando  paz aos olhos e aos corações
apaixonados de nossa inteligência juvenil, nas universidades? 
esse é o maior signficado de tom zé como grão poeta e responsável pela nova rebeldia de nossos cidadãos na casa dos 20 anos, 
e entendo perfeitamente sua enunciação ontológica, gerando redução demorada, gradual e segura da hipocrisia, da falsidade,
do moralismo e da falta de amor à pátria ::
tudo em você profetiza o que eu sonho, tom zé, incluindo a lenta voracidade dos que se opõem a teu jeito sonoramente esquisito,
verdadeiro black bloc semiótico do bRasil inteiro ::
na esquina desse recreio, no pátio da escola, entre vários outros meninos, você é meu único e, portanto,
melhor amigo ::

segunda-feira, 3 de março de 2014

teus vinténs a miM jogados :: ((sobre goiâniA...



a escrita que é um rabisco reforça nossa beleza inocente, 
de domingo, do paraíso de um dia, que se
repete ciclicamente :: sobre t
oda a cidade vou revelar minha pureza, meu coração de ouro :: não há
violência quando
 isso se reforça como intenso desejo desapegado, elétrico, que se apaga quando
tudo precisa
 voltar 
ao normal :: nossos 
braços são mananciais 
da força obscura, e nossa cura, as pontas afiadas, de lápis, guitarras,
ou fios de alta tensão, 
que momentaneamente de todos sequestram um olho mais atento:: tudo que se passa na cidade, roda,
gir
a, conforma o redemoinho das lutas, do consumo de percepções de pontos de vista :: aquilo que é mais grave e fundo, fica tranquilamente,
sem medo de desaparecer, como uma poça anônima, como nos monturos de coRa coraliNa :: querida Goiânia,
t
eus vi
nténs a mim jogados me fazem desaparecer, reforçam meus picos de vibração onírica, fazem brotar

do chão o sertanejo de formação culta e artista :: sobre todos os raios tenho o governo de que não
abr
e mão
 uma única dinastia :: sou aquele a que se destina apenas o que restou do ouro :: reforço guias,

tenho orientais comigo, bailes, surpresas :: sou a fantasia prazenteira da cozinha ritualística :: rastejo,
so
fro, 
co
mo, enjôo, entendo, vomito, ergo um palácio de fios ornamentais em meio à indiferença 
total e irrestrita ::

domingo, 2 de março de 2014

pontAs de estrElas




a palavra brota da água, da revolução interna de um mar revolto :: ao fundo do fundo do fundo 
dos olhos de nossas senhoras - nossos olhos são miríades de ovários, 

nossas águas, nossas senhoras - agitam-se imensos canaviais,  que ardem em direção ao propósito
de
 uma vida melhor, mais intensa em seu equilíbrio, profundamente mais mansa :: há na erupção dessas fontes agrárias míticas,

uma camponesa regulação, um povo em protesto, a proteger não apenas uma água geral e  rica, nutritiva,

mas nossa sede por tal proteção - nossa fé, nossa religiosidade, nossa televisão, nossa internet, nossa

procura paciente por uma habitação fértil para nossos filhos:: essas mães em recato ovulam nossa própria imaginação,





porque sonham ter filhos com a belezA de seus homens marujos guerreiros :: produzem nossas formas 

possíveis de ser e agir, pensar, trabalhar, casar, amar, morrer, interagir ::
adoro pensar 
que somos isso, enquanto todos pensam que certamente somos outra coisa, menos estas

fantasmagorias, na consideração que fazem

sobre os nós da vida política, nas ruas e cidades de nossa ampla sociedade miscigenada ::  quero

cada vez mais prender-me ao devaneio de que somos todos frutos de pensamentos de corporeidades

absurdas, orgânicas, lentamente organizadas no inconsciente mítico do país, peneiradas de modo
a ter se densificado nelas todo um excesso de docilidade e gentileza :: uma força profunda de nosso açúcar

matrimonial - o primeiro rendilhado, nossa primeira costura entre as possibilidades genético-culturais
branCa, indígena, negrA ::






nossaS mães, nossas musAs, com toqUes refinados de princesAs, interferem desse modo todo dia
sobre nossas lidas e pequenos dramas domésticos :: como professoras, pensam o âmbito 
geral

da nação, em seu jornalismo recuperado pela internet, nos cultivos diários de forças escritoras

e radialistas, no comércio aberto e estimulado, na variedade da ciência, erudita e popular,


na indústria, nos esportes, nos métodos de temperar

o tempo, o sagrado e o sossego, entrE várias outrAs coisas, em seus mínimos detalhes :: são forças de
lavar, 
cozinhar, costurar, acender fogueiras, erigir poderes, formatar modelos, cortar, produzir :: 
repres
entar, significar, fingir, mentir, arrastar, destruir :: representam um poder protetor oculto, militar e feminino sobre o brAsil inteiro ::
são forças invisíveis como a eletricidade, são a própria força que sopra o vento onírico de nosso

imaginário, orixás da pobreza, do luxo e da riqueza, das armas líquidas, do cigarro e da capoeira,
dos intensos amores brotados nas grutas, favelas e mitos de cultura popular à varejo :: 

são doreS intenSas de fios estiCados por ponTas de estrelas ::

reportaGem homenagEm





http://descaradamasio.blogspot.com.br/2013/08/dossie-quem-e-o-professor-marcus-minuzzi.html