segunda-feira, 22 de setembro de 2014

amaR, e, na distância, tão somente amAr...




que distÂncia nos separa de um bRasil senda luminosa do futuro? ::
precisam soar atabaques e

maracás :: e  que se manifeste um lirismo lusitano, pé de carne fortalecido
pela expansão, pelo pensamento

angélico do dioniso ancestral longínquo e grego, seus longos cabelos,
robustecidos ao

longo dos séculos vestidos que formaram a europa :: e quando esses elementos
estiverem, em si,

reunidos, acavalando-se em formosura delicada e quente, na liga gentil doce
e generosa,

a moça gloriosa, segurando um seio ((como nas vidências de uma tela de
friDa kahLo, fará escorrer a força

de sua ruminação noturna, seu néctar acumulado, um leite como que fruto
de sua genialidadE, alimenTando a criançA

((no caso, nosso povo :: ah, que fruto de genialidade :: o emblema de fRida
ajuda a promover uma poderosa onda imagétiCa,

himen a ser rompido pelo pensamento que quiser oferecer, pela
compreensão, a beleza poética, pictórica e quente

de todo o mito da sociedade indusTrial e pós-industriAl que se tornará
toda a

américa latina e, dentro dela, idolatradamente, o bRasil :: há que se
empreender a

leitura simpleS doS pés da bailarinA, a sapatilha trançAda, forçandO o cavalgAr
sob o seu luar






do serTão, o sagrado mênstruO, sua desforRa, sua metralhadoRa, sua imensa
brinCadeira de rua, em dançAs repletas

de jazz e sofreguidão, no crescimento orienTal da cabeÇa da criançA latina,
astuta, chilena

ou evangéLIca :: há que se permanecer na contemplação do corpo esbelto da
moçA, sua satisfação

no voo, a vocação paRa uma cerTa virilidaDe, para que lhE surjam mesmo
alguns pelos no rosto e no peiTo,

sa leituRa forçAda pelos ócuLos de lampião, o chapéu cangaceiro, a foice cega
para o cortE da canA :: a inteligênciA

intrépidA da amériCa, da moçA em criSto :: essa moça, como a qual, com
que a arte de

friDa brinca, e dela é uma brincadeiRa, represenTa todo um maio transcendente
 e espírita,

enquanto encarnação de um espírito oco e iluminado, com flechas apontado
para o céu ::

tudo é iluminado e inominável :: tudo é internet, erÊ, nova york e rosa
pink, nos

signos compoStos da evolução de marioneTes, na guerra fria espanholA,
na cóleRa, no

pesado carregamento de fardas do capitalismo norte-americano, sua
apropriação sobre






o solo e sob o sol da califórniA, sua cultuRa piamentE hippie :: que cura
mais afastaDa

romanticamente :: que loa mais complexa :: nossos signos, os signos da
velha europA,

tornaram-se pobres para expressar onde quer chegar a moça :: na tela, a
expressão caraíBa!,

oswald de andrade!, tarsila! :: mais da bela, por séculos e séculos, a bordo
de um treinzin caipiRa ::

os seios da moçA, sua direção redentoRa como amazonA, entoando o céu
da cidade de são paulo,

o ferro e o petróleo mexicanos, seus automóVeis, a revelação carnavalesca
e industrial, o chocolate

e o ayuasca, a bondade inca, maia e azteca e, por fim, do mangue À favela,
a rocinha, vila

cruzeiro e restinGa :: essa moça, segura um canhão, é gente homériCa,
abate reses ::

sua divisão generosa das atribuições de gÊnero desenha um másculo
gentil, um

chico buarque, e uma fêmea viril :: na partilha do chão, no parcelamento
da vida, há que

se ter generosidade com sua presença de rua, maracatunizando
o planeTa  ::

"essa moça tá diferente", ensaindo passos de chico science,
gaúcha e macha :: macha e gaúcha,

a la teixerinha e gildo de freitas  :: mais que isso :: vaginA distribuíDa
por condõEs

do imponderÁvel, que a escondeM, sempRe revoltosa,
iluminaDa,

belA, intocáVel :: seus seios sãO bastantE selvaGens, intoxicaram
trOtsky, emanam ilusões xamÂnicas intangíveiS,

como naS equaçõEs de frEud sobrE o inconsciEnte, atraem a fúria
do islã,

fermentam a guerrilha  perdulária, na conta do traficante
da selVa

e na favela, na mediDa do corte de naValha que leva a montAnha a
pariR uma

overdose, ninhaDas de inseTos e multidões urbanaS
faminTas, oculTas

em uma glória voejante de krishna :: há que se compreender a redenção
gloriosa do feminino em seu emblema

sagrado, de puta virgem :: o sal que lhe escorre como lágrima estrelada,
como fátima, aparecida, maria, de guadalupe,

maria bonita, a fátima da televisão, telenovela, enjoo dominical, água
com açúcar ::

abacate :: uma religiosa mal compreendida :: joana darc de
saias, escondida ::

há uma tal vontadE mítica e univerSal em tal imagem, que, se
jazer interrompiDa




em sua emanção de cruelDAde e cordurA, gera ou toTAl opressão,
ou total anarquia,

bem ao gosto das invenções sociológicas do século XX ::
é um monsTro

de 27 cabeçAs e caviDAdes absuRdas :: giratóRio e ruminante :: quando
se fala em busca

da cura, há uma reinvenção necessária, a partir de um chão domesticAdo ::
na posição

mexicana de entrAda à porta dos esTados unidos, pai da opressão, está
o lema brando dessa juvenil

fagueira, a moça gloriosa, em seus primeiros ensaios de libertação dos
seios e

quiçá, por último, da vaginA, gloriosa, mentE supremA e absurDA,
como suprema

comunhão com a natureza mais humana, a carne última, espírito
encarnado da

floresta, inteligência rápiDa, velocíssimA, controle absoluto sobre o
funcionamento da máquina

e da cultura :: coube às sociedades latino-americanas, na constituição
da américA, em ritos de violência,

delírio e sensualidade, por conta da social e racial mistuRa, em umA
boCa comenDo

e mistuRando pedaços de fruTas, óleos, cerEais, narcóticos, tabAcos
e bebidAs, entoAndo

ainDa manTras em posiçõEs sexuAis imiTando umA foRma de lótUs
gentil, agrária e indíGena,

compor a tela para o hino dionisíaco, que não se chamA simplesmente
"alegria", mas também

"cordurA" :: nossas cores vivas e quentes, da floresta, revelAm
o vai e

vem do peito da mãe, extasiante :: nossa pedra a ser quebRada, sob
traBalho escravo e tortuRa ((como nas

ditaduras militares dos anos 60 e 70, produzeM a secuRa do padrão
operÁrio, forte emblEma do rebanho

sacrificado de criSto :: a abrasividade ibéRica, sua ternuRa que deu a
volTa ao mundo, incandesCente,

fortaleceu-Se na loucuRa da colonização do conTinente :: misturaram-sE
as índias, rebentaRam com suas fainAs

douRadas, de araçazinhos, javalis, preguiças, pequenos bichos incendiados
do mato :: no

louvor banto dos rios que haviam ficado n'áfrica, o potenciAl de amor ::
tudo isso é muito

obscuro, mas se tivéssemos acessO À câmara alva mas escura em
que nossa

constituição étnica é pensAda, como novo tipo de gente e, acima
de tudo, como

redenção gloriosa da moça, resolveríAmos grandEs incertezas
quanto a


nosso futuro :: ((falou aqui o pai máximO de ianjá-carajá-
bantô-ribeiro,

vulgo cara pretA de homerO - saravá, na glóriA de crisTo
nosso seNHor,

salve tupac-amaro-cordura, el poderoso!




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áGora :: a iDAde da terRA

" (...) o filme pode construir e constituir em si mesmo um projeto de reescrita da história latino-americana a partir do Brasil, demarcando momentos-chave da formação do continente através de seus diversos atores histórico-sociais alegorizados nas figuras dos quatro Cristos da trama: o Índio, o Negro, o Militar e o Guerreiro. ((p. 04

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