terça-feira, 11 de agosto de 2015

amaNhecidO




a vida abranda-se na companhia do sossego
vegetal,
e essa é toda a minha vontade de vencer,
a minha ideologia ::
nessa ciranda
que se tece,
de negros,
eu respiro, e respirar
é doce ::
a vida é doce,
nessa descida
que vai ao sufrágio
do jeito amolecido
de amar,
ao rito de estabelecer
danças aborígenes
que abrandam
e quebram quebranto ::
aquela dona ali é delicada,
e seu desalento
é pura destilação
de poesia,
e sofrer nas pedras
é o nacional jeito
de  engendrar
deuses :: eu
vi as porteiras
do inferno,
eu vi as forças
universais
que desafiam
as benzedeiras ::
e a cada bebê
que nasce,
uma mãe reza
e gera
seu mito ::
na fronte
das crianças
o estrondo
da américa
e o sentido
americano
de ser :: eu
cresci sendo
o sonho
violento
desta névoa
e, no 
escutar
da placenta,
uma voragem,
uma
vertigem,
um agouro ::
tenho a 
pele
repleta de 
insígnias,
e as vocações
estelares
dos estados
me iluminam ::
uma por
ser gaúcho,
porrada e
doido ::
duas
por ser lampião,
quatro
por revelar
a mim
mesmo
o animismo
da coisa toda
e seu
barco, seu
repente,
seu troar,
sua revolução ::




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