quarta-feira, 7 de setembro de 2016

@ sobre o 7 de seTembro, e a inDependênciA culTural do bRasil, na qUal niNguém maiS confiA cOm a forÇa quE eLa eXige :::

como secar as lágrimas do Brasil?
cada dia, e formamos uma cortina de fumaça
sobre a crueldade contra milhões
de condenados à purificação étnica :
há nosso padrão naZista, reZador
e torNado meta ::
coMo resPonder coM enamoramentO
éTnico à misÉriA de uM neGro-ameríndio
qUe penSa nA forMação daqUilo
que é os Estados Unidos,
e a tOma pAra si enqUanto moDelo,
igNorando o calDo cUltuRal bRasiLeiro,
sUas teOriAs troPicAlistAs,
seu aPelo pOr mãeS boNdoSas,
coMo na proDução oCulta
da paZ possíVel nos gUetos
do país?














há nO moMento uma criSe
de liTeratuRa e boSsa noVa,
umA criSe tãO doLorida coMO
prOmissorA ::: não hÁ um novO
rOck de bRasíliA, nenhUm tiPo
de efervescência na cUltura :
nãO há seqUer umA bOlha :
maS aPenAs meNinoS arTistaS
sEm fOrma neM reAl inteliGênciA;
nuNca
se leU tãO poUco; nUnCa se teVe uMa eLite lEtRaDa
tão iNeficienTe : qUe qUer
litEraRizaR apEnaS,
seM troCar coM soCiedAde
uM mísEro abRaço; prEocuPada
aPenAs coM teOriAs foRmais
qUE sossEgAm prEtensõEs
tOLAs de hUmaniZação e enCanTamenTo :
liXos sAem dAs boCas;
peDraS sÃo paRte dE mortEs
aNônimAs que paGam
pOr noSSa falTa de inDependênciA:
siNto isSo na caRne,
sei qUe nAda leSa tAnto noSso
paíS cOmo esSa saFra de "boys"
dE pOuCa ou neNhuma
maScuLinidAde com sAbedoRia :::
senDo o PAi de mUitos
fIlHos, apóS ter se regojiZado
coM mÃes meNospRezaDas
em sUas prOfuNdAs leNdAs
dE iAraS amazônIcAs,
esSe hOmEm mÁscuLo
brAsiLeiro é hOje
uM pOBre cOnqUistAdor,
qUase sEmprE brEga,
oU sUjo sEm sAber
do tAto necesSáriO
à deLicadEza feMinina,
mãe de toDas as reCeitAs
soBre cOmo trAnsfOrmaR
o torpe naQuiLO que bRotou
em OuRo PReto, na ÉPOca
áuRea de MiNas:::
há deSsa toRpeza nOs
chapÉus, e nAs camiNhoneTes
cAbIne duPla, nA coRRupção
geNeraLizaDa, no fRacasSo
de noSso futEbol, na fRaquEza
dE íDolos do bRega serTão dE goiÁs,
íDolo porqUe cAnta,
pOdrE poRque tuDo peNsa qUe poDe;
sEm sAbeR qUe no ÍntImo
dA naÇão há uMa cUltuRa
de ObsteTríCia, um HoMem-cuRa
e cUidAdoso, tão aPegAdo
à teRRa, qUe poR eLa é escOlhido
paRa umA moRte lEntA,
mAs abEnçoAda poR
pÁssaRos e esTReLas:::
o pOuco tEmpO deDicAdo
à dIoniso, o deSastrE
quE é sEntIr umA riValiDade
poUco sAdia enTre coríntians
e palMeirAs, eNtrE
bAndeiRantEs e pOetAs,
eNtrE eVangÉlicoS e espiritiStas
uMbandisTas, reForÇa
a nOção do bRasil cOmo
labiRinto ::::
qUe seJa a hiPocriSia
doS criAdores
de caPitão NascImento
um tiRo no pÉ :
qUe seJa noSsa oNda
neoPenteCosTal uMa
troCa imPurA,
coMo iMpuRo é o
esPíRito juVenil luSitaNo
coRrompido qUe noS comPõe,
seMpre em proEzas tornAdas
rudEs sAfadEzaS,
em apoDreciMentos dE
deMôniOs qUe
esqUeceRam a fOrçA
da iNocênCia
iMpuRa de seR um aNjo
eNaMoRado
pEla muSa
imPossíVel dE seR aMaDa :::


qUaSe não CaiO, qUAse
não Leio, qUasE
não suPoRto mAis
a aUsênCia de LuiZ
gOnZaGa e cHiCo bUarQue
dE hOlAnDa : qUase peNso
nA leVeza de uM LamPião
rEenCarNadO cOmo
mInhA pRoteÇão
cOntRa o peDantiSmO
daQuEles qUe
iRão loTar o cEnTro
cUltuRal dA fEdeRal
daQui a Uns deZ ou Onze
diAs paRa oUviR MauTneR
sEm posSuir a mÍnImA
dEstrEza paRa cOm
o KaOs pOdEroSo
e IluMiNadO qUe é o soFrer
do pOvo bRasiLeiro :::

nAsCe agoRa, como
heRanÇa de Gil e CAetaNO,
uMa puBliCidaDe
poÉtiCa, qUe é meLhor
qUe nosSa leMbRançA
dE 68, esSa qUe estÁ
a iLuminAr, neSSe moMento,
a cAbeça deSses pObrEs
mOçoS doS mOvimEntos
seM nOvoS miTos,
qUe hOje, 7 de seTembro
de 2013, faRão
desfiLar peLO bRasil
a cuLpa de seRmos
uMa pÁtria sem cUlpa
e iNcomprEEndiDa,
tão pOBre e tão saCrifiCaDa
peLos abObAlHadoS
NoRtE-amEriCanos
muito Mais caRne e múSculoS
do quE belEza e boAs lEtrAs.
não pEnso mAis nO ÓpIo
de uMa cAnção quAlquEr,
seQuer tenCioNo,
cOmo jÁ tEncioNei,
a rEdenÇão da pIngA, dA maNdioCa
e dA pImenTa ::: sOu o qUe
RAUl sEiXas reCusOu :
sOu a PoEsiA do tOrmenTo
de Um pRoFetA qUe
peRdeu a lìnGuA :
sOu a ÚniCa coiSa
em qUe cOnfiO,
depOis de minHa
esPOSa :
sou a exPloSão
de uMa cadÊncia
ÚniCa e fAdaDa
ao deSteRRo; toTemizo
o bOi arTístiCo,
sOu tAlveZ o ÚniCo
polêmICo
coM coRagEm
dE diZer qUE
o mAl coMeça em mIm
mEsmo : mAs,
cOmo vêeM,
eu, eNquAnto
um biScateiRo
coM doUtoRado,
cOmo prOfeSsor
deMitiDo e enViado
aO míTico sErtão
do mEsmo exíLio
qUe sAcriFicou CoRa CoRalina,
soU o nEgro mAis
bRanCO qUe esSe
pAís jÁ viu soFrEr
(mAis até qUe ViNícius)
pOis que não há
nEm eNteRRo neM floRes
nEsTa minhA mortE poR
aMOrEs soteRRadoS
peLa pRópriA
dEuSa (semPre jusTa),
mAs aPenAs o sUor
e o cIMento de uMa
ciDade em cOnstruÇão,
ao mEsmo tEmpo
eTerNa e iNfiNita:
na duPla diMensão
de um aBisMo
cRuEl e bEnfaZejo :































teNho os oLhos coRtadOs,
tenhO o tôNus
do peÃo aVaNçaDo
e teCnolóGico,
rEstriTo aos
lImitEs do FacebOOk,
cOm boAs
prOmesSas de UmA
coMida faRta,
boNita e a bom prEço,
umA teNsão exPlíciTA
eNtrE meUs
liVros poR esCreVer,
paRa os qUais não
soBra tEmPo,
e uMa poRção dE fiLhos
poR criAr,
aNsioSos pEla mão
uRbAna de uM xaMã
reSsUrgiDo e
prEocuPadO
coM umA infânCia
dE tiRos, paRda
e eNtrEgue à
cocaíNa e sEus
deRiVados :::
soU o ÚltiMo
sUspiRo pOr
uMa iNveJa
bRanCa, saNcioNaDa
peLa maLandRagem
dO arQuéTipo caPoeiRisTa :
sOu a pAlhA e o miLho,
sOu o frUto do anJO perNeTa
qUe doMestiCou carLos,
a pAz e a bElEza,
o bonde ensanGuenTado,
a dAnça dOs meNinos do trÁfico,
a pOça de sêMen desPerdiÇado,
o poÇo liVre de inCerTezaS,
graÇas à HEra e às bonInAs
reGadAs peLo lEiTE dA
loBa leNta, lÍriCa e
vaiDoSa ao exTREmo :::
às vEzes pEnsO que sOu
eU o pRóprio pOvo,
qUe se esQueCeu dE
se conCEder a si MesMO :
toCaDo nA liTurGia
de Um saCrifÍcio sem PAr,
tEnho a paCiênciA
do pAi, e rEzo tODos
os diAs
peLo tÉdio quE
não fInDa, coMO
subterfÚgio
de uMa esPeRança
qUe aPrEndeu
o trUque do
auTo-eNGano,
cOmo iLusão,
veRdAde
e homÉrico
pOder
dA aLegriA
qUe se reInvenTa,
mesMO saBenDo
quE aInDa
seReMOs
poR lOngo
tEmPo a gEraÇão
pErdiDa
qUe a ReDe gloBo
seCretAmenTe fOrjou,
seM a caRa-duRa
de adMitiR qUe
eStAvA eXtRaviAndo
suA prÓpriA cAsa,
faZendo meRdA
e eMporCaLhanDo
o liVro boNito de uM
paRaíso reAl e poSSívEl,
quE assim o
seRia se tivÉsseMos,
eNquAnto pÁtriA,
uM poqUinho
só mAis de dInheirO,
e umA noÇão
maIs preCisa soBre
cOmo sAber distribuí-lO.

((publicado no facebook em 7 set. 2013 :::



Nenhum comentário:

Postar um comentário