eu trabalho com fantasmas, e s
omente afirmo esses desníveis,
atuando forte contra toda a razão ::
::
eu viajo,
e tão somente viajo, indo
contra todas as realizações pirotécnicas
da república positivista, que s
ó vê corpos em realizações ind
ividuais de espíritos pensantes masculinos
:: eu sou a poesia da massa confusa e nebulosa,
e a sensação etérea, o absurdo em verd
e-e-rosa, numa boca de túnel, tropeçando
em exus e sacis, maldosas
insinuações pela parte de insidiosas
marinheiras, corporificações que imitam
amores e ódios, que servem
a descargas neuronais elétricas, imi
tando a natureza impressionante anímic
a do país, suas pororocas, ravinas, salamandras,
estuários, mulas, lindas amaldiçoadas
vilas e luas cris ::
eu só vivo pela paz
revelada em possessões indígenas, lua cris
a energia benéfica de muitos, vários, e
nquadramentos xamãs, a soma esquiz
ofrênicas de múltiplas esquizofrenias,
e só assim eu professo a verdade so
bre as belezas de meu país ::
um domingo com dedé ferlauto e barBosa lessa :: jornalismO
ágoRa :: missa dos quiLombos
arTe ::
A Missa dos Quilombos, tal qual uma assembléia convocada para a celebração de um pacto, divide-se também em 10 partes: “A de Ó” (Estamos chegando), espécie de procissão de entrada, onde o negro conta a história de seus sofrimentos e a negação de sua raça; “Em nome do Deus”, onde de dentro do nome de Deus, o negro pede em nome do seu Povo à Santíssima Trindade; “Rito Penitencial (Kyrie)”, onde o negro suplica pela sua dignidade usurpada; “Aleluia”, onde o negro rejubila-se com a sua Ressurreição, anunciada pela palavra de Jesus; “Ofertório”, onde o negro traz seu corpo castigado e o produto do seu trabalho escravo para ser acolhido pelo Senhor; “O Senhor é Santo”, onde o negro dirige os apelos da comunidade a Cristo, o Rei Salvador; “Rito da Paz”, onde o negro faz um paralelo entre a Redenção de seu Povo e a Paz, comunhão de respeito e do trabalho sem escravidão; “Comunhão”, onde o negro comunga com seus irmãos um mesmo ideal de Libertação; “Ladainha”, onde o negro pede a intervenção da mulher humilde que gerou o Rei Salvador, pela causa de seu Povo e a “Marcha Final (de banzo e esperança)”, onde o negro expõe o banzo, a esperança no novo Quilombo que virá. (TEIXEIRA, 1998).
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