segunda-feira, 5 de outubro de 2015

um escritor é sempre o prefeito de uma nova cidade, bem autoritário, e isso é bom, para o prefeito,
é claro :: nessas curas linguísticas, a invenção de um novo ritmo :: e quanto mais a cidade aperta a
alma do menino escritor, mais ele escancara em suas curas auto-imaginativas :: eu fui o prefeito de um
milhão de coisas, encontrei novas chaves, para abrir portar, depois de escalar montanhas, e ser embalado
por uma água :: meu paladar ligeiro não suporta mais uma escrita morta, que se escuta no batimento
de todas as casas, um mesmo vento a sossegar as velas :: precisamos de um novo mistério, e é minha
tarde morta, de cansaço pelo tudo que nos cega, que conduz esse cortejo, e eu vejo :: eu agora inventei
sucupira do paraguassu, uma terra cheia de bênçãos para crianças amaldiçoadas, uma espécie de novo
sossego, do qual eu sou seu prefeito, e na sequência, seu próprio preconceito, para já fazê-la nascer
amaldiçoada :: e a imaginação se escancara, para combater as tardes mornas ::

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