segunda-feira, 5 de outubro de 2015

sem aridEz

acho que faço parte de uma farta andança colonial, de produção de significados, uma eterna colheita (( linhas imensas se abrem à minha frente, uma espécie de região árida que vai exigir cuidados de alguém que ame o profundamente humano e o trate como um lavrador/agricultor/pelejador que o ama porque ama o brotar profundo da terra, o ama como colheita, os filhos bem tratados, o mel os untando, imagens que lhes escorrem pelos cabelos, seus olhos (( e as linhas do infinito me estreitam os olhos, acentuam uma pequena náusea, a preocupação de não ter o que dar aos filhos (( estou no átrio do pensamento universal, e as linhas de cultivo não me cansam (( vou seguindo e penso em meu rebanho e meu atabaque e toco para a lua universal, mães de todos os lobos, e vou tocando (( penso festas totais junto ao processo químico mais lindo que haveria no interior de uma festa junina, e vou tocando ))( sou como gente miúda, uma arraia, ou um peixe cristalino )( posso mil transformações, caboclo feinho, que não se importa com o dizer dos deslizes humanos )( signo no atabaque, sigo no inumano, louvando todas essas transportações )( posso ser uma abelinha com significado, entender o estouro de tropa que há nas moléculas de sua visão, seu mito entranhado, sua construção, que é um sopro da mãe universal )( e estou todo entranhado, pleno de linhas, cultiVado, mel, líquens, líquido amniótico, sabedoria sagrada

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