quinta-feira, 1 de outubro de 2015

#>]converSa de proFessor :: a proVa e ] a miscigenação

que poder haverá na prova? efetivamente, nossos alunos só respondem integralmente a nosso esforço de ensino

mediante tal procedimento :: 100% concentrados; 100% presentes; 100% quietos; 100% angustiados
com a resolução dos problemas

de abstração ali propostos :: a prova é a única ferramenta de ensino convencional que me convence de alguma coisa, de certo por conseguir






esse efeito, o da imposição de algum respeito :: é o medo da nota, do respeito imposto por algum rigor infalível, por uma sisudez que é necessária, creio eu, em apenas

uma pequena dose, quase homeopática :: fora isso, enquanto instrumento de avaliação, representa um arcaísmo do século XIX,

um dente de leite que já deveria ter caído, para dar lugar a algo mais "bonito", no sentido que Paulo Freire emprestou

ao termo, quando falava em uma educação mais humana e integral :: a prova é do tempo da repetição, das lições tiradas

como oração, no sentido mesmo de uma reza, de um motor oral :: quem cola na prova é porque consegue copiar respostas

a perguntas; quando, na verdade, nosso função como professores é orientar na formulação de novas perguntas, mas

não só isso :: quando realmente penso em educação, não estou interessado excessivamente no ideal de um aluno

crítico, questionador da realidade :: esse é um grande e importante pressuposto, mas de um tempo que já vai se tornando

defasado  (e sofro muito ao constatar que a percepção da sociedade em geral quanto a esta defasagem está acontecendo muito lentamente...



#>>:
meu ideal de educação é o de uma transmissão, não de conteúdos, mas de confiança :: uma vida regrada, em um adulto sadio, requer tal confiança ::

requer a pleniTude do ser, base para a

afirmação daquilo que cada um é e sonha ser ::
nessa disputa entre personalidades, ou indiviDualidades, ou singualaridades, é que o ser humano vai tramando

seu melhoramento, até genÉtico, da espécie :: Freud revelou-nos o terríVel poder do inconsciente, sua magnífica "magia"

de coMandar-nos a partir do amor sublime :: somos, enquaNto animais culturais, uma lenta evolução em

direção ao fascínio da beLeza, em um processo amArgo de imposição da tragédia :: denTro disSo, o amor

é um mito revelado ardentemente, em meio às

forças vulcâNicas do sexo e da guerra :: e o doMínio sobre tais forças é que gEra real preparo para o convívio harmonioso

em sociedade :: os indivíduos, ao lidarEm com o aprendiZado de técnicas, ou com o exercício em torno de
abstrações teóricas, noS procEssoS de construir coletivamEnte a maneira de vivEr dos grupos a que pertencem,

se se tornarem conscientes desse domínio, terão contribuído para a evolução de seus grupos, efetivAmente
por intermédio do conhecimento :: nada afasta mais de tal

domínio que a insegurança, que a falta de confiança em si ::



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por isso que a minha prova ideal é a dos desafios heroicos, de íntima relação com a ludicidade e, portanto, com a tarefa

de proporcionar crescimento segUro a seres humanos que precisam manter-se sadios :: o desafio heroico é uma definição abstrata, claro, que pode

transmutar-se em milhÕes de possibilidades concretas :: o campo da mídia e do entretenimento, por exemplo,

faz hoje muito mais por nOssos jovens do que nossas escolas e faculdades :: o reality show televisivo é mAis evocador desse

princípio do que qualquer curso preparAtório para o mercado ou o vestibular, sempre calcado sobre carteiras, provas, slideshows,

disciplinas, notas etc.. :: qualqUer videogame mais aVançado tem efeito similar, sem falar em sua influência poderosa sobre o

tempo de lazer e a coNstituição identitária das novas gerações :: a capacidade que tais dispositivos de entretenimento possuem

enquanto meios de sublimação da força sexual bruta ((aquela mesma entrevista por Freud no inconsciente humano) é algo que merece ser estudado...



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nossO brAsil de alma libertária perde por não saber vincular, a tais tecnologias e costuMes da atuAl época históricA, uma capacidade sublimE de amar, que foi sendo

forjada ao lonGo do temPO por noSsos antEpassAdos escRavos e qUe esconde-se hoje como um PoTe de ouRo a seR

resGatado de nosso inconsciente coletivo - o que nos permitiria fazer a junçãO entre passAdo e presEnte, infalívEl e imprEscindível para

a geraÇão dE melhOres chaNces de fuTuro :: tivemos medo até agora de assumir caracteres indígenas e africanos que, se liberados

do inconscIente da nação, nos ajudAriam a formar verdadeiros herÓis :: não temos o rito de uma arte marcial

que sustente o espíRito produtivo da nação, como o Kung Fu chinês :: temos no máxiMo o futebol, visto como

alimentador de um espírito "marginal" e  "malandro", pouco ligado ao trabalho :: esses caracteres dAs raças aborígenes

constituintes de nossa miscigenação perManecem de fato marginalizados :: amar o bRasil deve ser a busca maior de nosSa educaçãO,


sem o ranço autoritárIO que o regiMe miLItar emprestou a essE propósiTo em décAdas passaDAs :: já fui motiVo de chAcota

poR caNtAr o hIno nAcioNal em saLa de auLA, e muito maiS aiNda por, de manEira, admiTo, até heroica, traZer

para o princÍpio orGanizaDor dE minhAs metoDologiAs o mesMO prinCípio da caPOEira ((a arte marciAl
brAsileiRa poR excelêNcia ::



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soubéssEmos incorPorar nosSas própRias mitolOgiAs caboClas (e o problEma resiDe justaMente nessA palaVra, no meDo que temos de ser "caboclos")

para a conStrução dos deSafios heroIcos aoS nosSos jovEns, e sonharÍamOs coM a valoriZação dE nosSas riqUezas, e a salVação de nosSa pátriA ::

a linda metáfoRa paRa o enSino que é a sagA literário-cinematogrÁfica de haRry poTter encHe nosSos
jovEns de entuSiasmO

e os preParA paRa o esTudo, lhes dá ânimO parA o vestiBular e a viDa acadêMicA :: e os catiVa coM todA a beLeza dAs alegorIas britâniCas paRa a jornada da existÊncia,

a ponTo de reproduzirmos com trisTe entuSiasmo aliEnado as fesTas de holloween e toda mitoLOgia góTicA, que

sempRe contrAStou, desDe a iDade MÉdia, com o criStianismo catóLIco que ajudoU a funDar o bRasil :: tivéssEmos um corRespondente

naciOnal para o entRenimento de míDia, e o uso inteLIgente dA míDia em conjuNto com a  eduCação,
e a atiTude de nossO jovEm, hoJe, seriA comPletaMente outRa :: suA prÉ-disPOsiçÃo paRa uma viDa

resiGnaDa de trAbalhO,
comO exiGe o procEsso de dispuTa enTre as naçõEs no merCado munDial, esTaria sEndo muiTo meLhor

deseNvolVidA,
assIm coMO aconTece noS esTAdos uNidoS ou no jApão ((que, apeSar de toDo o poDer loCal da

culTura norte-aMericAna, mantém
sua essênCia nipôNica)) :: nosSas forMas dE condUzir a juVentuDe sÃo as dE um paíS escRavO, e o

taLento desperdiçAdo de noSsos joVens,
condeNadOs a se enQuadrArem aoS eNEm's e eNade's de um sIstEma burocrÁtico e corrUpto,

repResenTa o triSte sacrifÍcio de uMa poPulação
inteiRa, neSse difÍcil








 altAr quE é a gueRRA entRe as culTurAS ::



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deVidO aO rAcismO que neGa veeMenteMente a misCigEnação,
o bRasil naVeGa indefInido, inconSCiente de suA vaLIoSa contribUição paRa o enriqUecimenTo da huManiDade :: serEmos

caPazes de saiR dessE abiSmo? conviDo os coleGas proFessoRes a reflEtirem a rEspeiTo :: quEm saBe lemBraRem

do qUe diGo neSte arTigo qUAndo esTiveRem verGados sob o peSo daS piLhAs de paPel, proVas, noTas, tRabalHOs, lisTas de frEquênCia

etc., preSsioNados pelO prAzo de fechAmenTo do seMestrE :: essA peDra a seR desdoBrada (queBrada, carRegaDa)

no coTidiaNO da viDa doCente é o quE nos CaBe enQuanto perifEria no siStema dE comÉrcio inTerNaciOnal :: é o AcHataMento dE noSsa intEligÊnciA

e o nEgro fuTuro anuNciAdo dE noSos fiLhos ::


@@ texto escrito em abril de 2014
&& desenhos estilo anime :: tomás minuzzi, meu filho, 9 anos de idade ::



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