arte >> renato bRAz
quinta-feira, 20 de dezembro de 2018
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
Júpiter Maçã, assim como Edu K, sempre foi uma grande promessa. Sucesso de críticas, aclamado pelo público, mas deslocado geograficamente e distante da hegemonia identitária cultural do Brasil. O funk carioca, o miami bass, a psicodelia, o hard rock, o mod, etc – tudo garante com que haja um processo de não não-identificação com a cultura brasileira, e, possivelmente, com a própria cultura gaúcha. ((p. 3
a questão é mais complexa na medida em que esses artistas encarnam um sentido mítico pré-existente,
o que significaria que nunca deixam de ser radicalmente identificados com as culturas regional e nacional ::
sendo essa relação do rock com o rio grande do sul um potencial de ressurgimento/recriação do próprio rock,
o que se observaria também, por exemplo, no caso de vitor ramil ::
@@@
minha cabeça cabocla é colocada a prêmio :: só ela sabe esperar :: só ela se recosta, à noite, no travesseiro,
para atravessar o mar da agrura, e voltar admirada e plena, grande e gentil, plena de galanteio :: minha cabeça
cabocla é uma perna, que boleia o pingo, e se lança sozinha e selvagem, incendiada de credo, na busca desenfreada ::
eu poderia ser um simples funcionário da RBS :: eu sou um professor mal aninhado e cru, perdido e
crucificado :: eu rejeitei todas as formas perfeitas de acomodação e postura o cordata :: o chimarrão
na roda da amizade, que anda de mão em mão, alimenta revoltas, e se saboreia sozinho, se eu me entendo
indiozinho caboclo e suave da mate :: a prestação silvícola, o jejuar da mata :: a recusa do prato simples
matrimonial, que se come com abóbora :: e esses machos que sempre me oprimiram, comendo suas jantas,
pequenos, terão suas cabeças cortadas, de modo gentil, saboroso e agreste :: eu sou um reizinho
fulão, fulador, folião, saboroso e agreste :: as mamas me apertam, me fazem sentir o cheiro gentil
da mata do vizinho, o cheiro do melzinho das abelhas :: eu sou esse bebezinho comendo, amigo das abelhas,
capaz de suportar nos ouvidos todo o furor de meus primos e suas produções, seus passar de veneno,
o mau cheiro das salada de maionese, e de suas mulheres, mal amadas :: e depois, quando vão para a cidade, e entopem o vaso dos sanitários
das cidades, com sua merda toda, e seus parcos salários :: na construção dessa cidade, uma dinamizadora,
alta, verde, de olhos azuis incompreensíveis :: na cidade baixa, depois de me reduzir ao pó :: vejo os trios elétricos,
os trens, as construções incompreensíveis, no modo como tudo provém da água, do ventre da mama,
mesmo nós, bravos pelejadores, e em como somos nuvem que passa, descarregada :: me ajeito no automóvel
que me trazia, todo o fim de ano, ou em ocasião de festa, do interior para a cidade, da água do rio para
a metrópole :: na tarde quente, o balanço da água, e de um vento que corta :: a rebentação, a mó da
cidade, no quarto, dormindo, ouvindo rock, e mesmo agora, a esperança, invejosa, de que eu seja um simples
bailador :: penso nessa bacia das águas, e no jantar bento de iansã, no seu "corre", no modo como me
projetou menininho manso, anelado, grudado aos livros, depois deles retirado e deixado ao relento,
para amanhecer qual a torta de um pasto :: "conheço todo o rio grande, qualquer estrada ou atalho" ::
me transformei em um bento pasto, firme e sossegado, para o pastoreio :: volto a sorrir intenso,
bento prado da revolução farroupilha esquecida que ao som dos beatles se abriu :: caio fernando plácido, sorrindo,
sossegado :: luminar sossegado, estrela sossegada :: atravesso o jacuí todo plácido, novo mantra do
bebezinho, sossegado :: vertente pura, sossegada :: liga-se a TV, não há mais um simples jornaldo almoço ::
há o banho plácido da estrela que me conecta a borges, o centauro :: sinto hoje em satolep, sou o barão
varado do triunfo, amanhecido em balas de plástico, embaladas a plásticos, em saquinhos, amarradas ::
marquinhos, o enforcado, varando ao fundo das águas, deixando-se afogado pelo batismo dos santos
óleos, inesquecido e comendo, orixá menino, guerreiro, caio fernando foi meu pasto, e sou minuzzi,
o carregado, o trilho elétrico para toda a vazão do antigo gado, mugindo galanteios, romântico pasto
alegre :: sinto hoje, longe de porto alegre, que sou um despacho, um bode em sacrifício, coberto
com o milho das bibocas, o vício alegre de perdoar um filho, o galanteio avantajado ::
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Ela preside os ritos de iniciação para a plena sociabilidade. Ela dá aos jovens condições de abandoná-la na hora certa e institui os ritos que os libera. Ártemis também é a deusa do parto.
vegeTal
por que não posso me transformar em uma árvore? ::
"Os primeiros seres vivos que deram origem as plantas são desconhecidos. Mas teriam sido seres unicelulares capazes de realizar fotossíntese e viviam dentro do mar, se deslocando dentro de massas de água que os carregavam, e possivelmente desenvolveram sensores captadores e direcionadores ao foco de luz para realizar a fotossíntese."
sendo a fotossíntese o principal processo da estrutura vegetal, não seria a arTe, para mim, uma espécie de
fotossíntese? :: será possível levar adiante esse tipo de analogia? :: talvez não apenas a arte, mas o processo
geral de geração de "sentidos alimentadores", "nutritivos"? :: "a luz do abacate"? :: ou mais: não será possível
gerar um discurso de inspiração vegetal ou biológica, orgânica, molecular? :: não será maior seu poder restaurador
(o lado restaurador do abacate?) :: na realidade, todo o processo que complexifique, que gere cadeias de significados...
o próprio caso do jornalismo, que busca clarificar, ou da ciência...
"Os primeiros seres vivos que deram origem as plantas são desconhecidos. Mas teriam sido seres unicelulares capazes de realizar fotossíntese e viviam dentro do mar, se deslocando dentro de massas de água que os carregavam, e possivelmente desenvolveram sensores captadores e direcionadores ao foco de luz para realizar a fotossíntese."
sendo a fotossíntese o principal processo da estrutura vegetal, não seria a arTe, para mim, uma espécie de
fotossíntese? :: será possível levar adiante esse tipo de analogia? :: talvez não apenas a arte, mas o processo
geral de geração de "sentidos alimentadores", "nutritivos"? :: "a luz do abacate"? :: ou mais: não será possível
gerar um discurso de inspiração vegetal ou biológica, orgânica, molecular? :: não será maior seu poder restaurador
(o lado restaurador do abacate?) :: na realidade, todo o processo que complexifique, que gere cadeias de significados...
o próprio caso do jornalismo, que busca clarificar, ou da ciência...
segunda-feira, 10 de dezembro de 2018
um pouco de tudo
vai nos identificando
com o pedaço que
nos cabe no mundo,
força a nós destinada,
um fazer de barro,
cru, depois cozido,
depois lavado
pela chuva,
um ninho,
uma taipa,
uma choça ::
e o pássaro
residente
em nossa
toca compreende
o estado natural
das coisas,
seu estar,
seu ficar,
seu processo
de sorrir
com os braços
abertos
ao vento ::
seu
espaço
negro
de
ficar,
contido,
reforçando
as tramas
da cabana
que absorve
luz o dia
inteiro
e se cura
ao abrigo
do poder
obscuro
do obscuro
curanDeiro,
cozinheiro,
senhor dos
sopros
no milharal ::
coisa boa,
coisa útil,
coisa tátil ::
panela
de barro,
acha de
lenha,
coisa musicalmente
que imita
um divino
espírito
sanTo
da floresta ::
artE :: caiaNa dos criOUlos
domingo, 9 de dezembro de 2018
++
++
plaNTa :: macaúBa
Sereno só quando o olho cega,
Quando o sol se põe e
Quando durmo ao seu lado.
Amplio vagarosamente este ato.
Tempo, instante, oráculo divino,
Nossos sonhos, profecias dos
Céus, mais que intensos, doídos,
Curvados ao pé do altar.
Escuto as palavras de cada dia,
Como se fossem sentenças.
Sereno só quando quando a
Tua boca me alcança o ouvido
Me encontra a alma e me alimenta
O cérebro.
Para meu amor, Marcus Minuzzi.
++
++
((sílVia goulARt
arTE ::
ágOra :: ancestraLIdade e corpo brinCante
a forma sexual resume o processo de produção e reprodução da vida :: e o planeta terra, antes de qualquer
coisa, é um organismo vivo, um processo intenso de produção e reprodução de vida, e, portanto, sobretudo,
um espaço de sentido sexual intrínseco :: a vontade de fazer sexo
não é outra coisa que não a vontade de reproduzir-se e de, portanto, continuar vivo :: o episódio do médium
joão de dEus, contra o qual pesam várias acusações de abuso sexual em um ambienTe religioso até então absolutamente
insuspeito, recorda-nos de uma situação problemática e fixa, constante, dizendo respeito ao controle dessa
vontade de vida :: se o prazer que nos proporciona a vida é buscado sem limites, nega-se o sentido de cultura
ou civilização, pelo qual devemos aprender a serenar nossos desejos :: o caso de joão de dEus é típico,
pois produz a constatação, também constante, de que o masculino ama reproduzir-se e espalhar sua semente ::
do ponto de vista das pulsões inconscientes, o masculino é essa força que não merece ser extinta, pois isso comprometeria
a continuidade da vida, mas sim "domesticada" ::
sempre neguei o comportamento masculino de colecionar conquistas sexuais de um ponto vista quantitativo ::
com o tempo, compreendi que o desejo sexual tanto é melhor controlado quanto aprendemos a "trabalhá-lo"
sem simplesmente negá-lo ((como se ele fosse a fonte de um prazer apenas espúrio ou pecaminoso)) :: na verdade,
ele é, mais do que tudo, a fonte de toda a vida que nos cerca :: nietzsche condenava veementemente a cultura católica por sua
prática de "jogar lama" exatamente naquilo que é a fonte da própria vida :: em outras palavras, por transformar a sexualidade humana
em simples pecado, por demonizar o desejo :: a verdade sobre o caso joão de dEus ainda é obscura, mas a se confirmarem
todas as denúncias, creio que se estabelece, antes de tudo, o sentido do medo que nós seres humanos devemos
ter de nós mesmos, e o modo como devemos tratar esse sentimento :: o medo é, antes, proteção diante do que não
se conhece ou se controla :: é como o fogo :: ser imprudente na relação com esse elemento da natureza pode ser fatal :: é como no caso da tecnologia, onde descobertas ou invenções pode representar tanto paz
como violência :: o caso atual da internet é notório :: e a violência, o desastre, o indesejado, surgem quando não aprendemos
a lidar de maneira adequada com fenômenos que muitas vezes, evidentemente, extrapolam nossa compreensão ::
a postura obscurantista, tão em voga atualmente, surge justamente dessa ignorância e da incapacidade ou resistência
em se superar essa ignorância ::
tratar a sexualidade humana como um tabu, coisa que a extrema direita, no bRasil e no mundo vem
fazendo de maneira
bastante assustadora, impede o desenvolvimento espiritual do ser humano enquanto coletividade :: os tempos
são obscuros justamente pela prevalência de um medo desmedido, que se sobrepõe à coragem de exploração de novos territórios
de ciência e sabedoria :: nossa imaginação geralmente é quem dá conta dessa ambiguidade inevitável :: constatar que mesmo um
homem supostamente santo sucumbiu à força do desejo, que, a propósito, anda colada ao receio do desamparo e da solidão,
nos coloca em pleno estado de cultivo de soluções para o convívio, que se desenvolve sobretudo de modo inconsciente ::
há um zelo permanente por parte de nossas forças imaginativas mais divinas que responde por tais vigílias :: e uma humanidade
cada vez mais conectada, de certo modo, corresponde a um sentido desse "sonhar juntos" cada vez mais intenso ::
cada vez que esquecemos dessas terríveis dificuldades compreendidas pela vida em sociedade, cada vez mais
interconectada, entramos em "trabalho de parto" para dar origem a formas culturais redentoras :: o valor dos
arquétipos inconscientes, como nos informa a teoria junguiana, evidencia-se em situações como o atual momento
histórico :: aliás, o rito de sentir medo e sonhar, em conjunto, primeiramente em uma performance conduzida
pela comunicação de massas (cinema, televisão, rádio, imprensa, livros), e agora por meio da internet,
intensificou ao longo das últimas décadas :: somos agora a sociedade sonhadora por excelência, para que nossos
arquétipos inconscientes formulem poderosos mitos que dêem conta de um processo constante de humanização,
onde o amor e a beleza acabam por vencer o ódio, a insegurança, as atrocidades :: sempre tenso, esse processo,
antes de tudo, inspira esperança, revelando uma fonte salvífica inesgotável, que nos faz no mínimo desconfiar
da existência de um sentido superior e protetor, daquilo que temos por hábito chamar de dEus ::
coisa, é um organismo vivo, um processo intenso de produção e reprodução de vida, e, portanto, sobretudo,
um espaço de sentido sexual intrínseco :: a vontade de fazer sexo
não é outra coisa que não a vontade de reproduzir-se e de, portanto, continuar vivo :: o episódio do médium
joão de dEus, contra o qual pesam várias acusações de abuso sexual em um ambienTe religioso até então absolutamente
insuspeito, recorda-nos de uma situação problemática e fixa, constante, dizendo respeito ao controle dessa
vontade de vida :: se o prazer que nos proporciona a vida é buscado sem limites, nega-se o sentido de cultura
ou civilização, pelo qual devemos aprender a serenar nossos desejos :: o caso de joão de dEus é típico,
pois produz a constatação, também constante, de que o masculino ama reproduzir-se e espalhar sua semente ::
do ponto de vista das pulsões inconscientes, o masculino é essa força que não merece ser extinta, pois isso comprometeria
a continuidade da vida, mas sim "domesticada" ::
sempre neguei o comportamento masculino de colecionar conquistas sexuais de um ponto vista quantitativo ::
com o tempo, compreendi que o desejo sexual tanto é melhor controlado quanto aprendemos a "trabalhá-lo"
sem simplesmente negá-lo ((como se ele fosse a fonte de um prazer apenas espúrio ou pecaminoso)) :: na verdade,
ele é, mais do que tudo, a fonte de toda a vida que nos cerca :: nietzsche condenava veementemente a cultura católica por sua
prática de "jogar lama" exatamente naquilo que é a fonte da própria vida :: em outras palavras, por transformar a sexualidade humana
em simples pecado, por demonizar o desejo :: a verdade sobre o caso joão de dEus ainda é obscura, mas a se confirmarem
todas as denúncias, creio que se estabelece, antes de tudo, o sentido do medo que nós seres humanos devemos
ter de nós mesmos, e o modo como devemos tratar esse sentimento :: o medo é, antes, proteção diante do que não
se conhece ou se controla :: é como o fogo :: ser imprudente na relação com esse elemento da natureza pode ser fatal :: é como no caso da tecnologia, onde descobertas ou invenções pode representar tanto paz
como violência :: o caso atual da internet é notório :: e a violência, o desastre, o indesejado, surgem quando não aprendemos
a lidar de maneira adequada com fenômenos que muitas vezes, evidentemente, extrapolam nossa compreensão ::
a postura obscurantista, tão em voga atualmente, surge justamente dessa ignorância e da incapacidade ou resistência
em se superar essa ignorância ::
tratar a sexualidade humana como um tabu, coisa que a extrema direita, no bRasil e no mundo vem
fazendo de maneira
bastante assustadora, impede o desenvolvimento espiritual do ser humano enquanto coletividade :: os tempos
são obscuros justamente pela prevalência de um medo desmedido, que se sobrepõe à coragem de exploração de novos territórios
de ciência e sabedoria :: nossa imaginação geralmente é quem dá conta dessa ambiguidade inevitável :: constatar que mesmo um
homem supostamente santo sucumbiu à força do desejo, que, a propósito, anda colada ao receio do desamparo e da solidão,
nos coloca em pleno estado de cultivo de soluções para o convívio, que se desenvolve sobretudo de modo inconsciente ::
há um zelo permanente por parte de nossas forças imaginativas mais divinas que responde por tais vigílias :: e uma humanidade
cada vez mais conectada, de certo modo, corresponde a um sentido desse "sonhar juntos" cada vez mais intenso ::
cada vez que esquecemos dessas terríveis dificuldades compreendidas pela vida em sociedade, cada vez mais
interconectada, entramos em "trabalho de parto" para dar origem a formas culturais redentoras :: o valor dos
arquétipos inconscientes, como nos informa a teoria junguiana, evidencia-se em situações como o atual momento
histórico :: aliás, o rito de sentir medo e sonhar, em conjunto, primeiramente em uma performance conduzida
pela comunicação de massas (cinema, televisão, rádio, imprensa, livros), e agora por meio da internet,
intensificou ao longo das últimas décadas :: somos agora a sociedade sonhadora por excelência, para que nossos
arquétipos inconscientes formulem poderosos mitos que dêem conta de um processo constante de humanização,
onde o amor e a beleza acabam por vencer o ódio, a insegurança, as atrocidades :: sempre tenso, esse processo,
antes de tudo, inspira esperança, revelando uma fonte salvífica inesgotável, que nos faz no mínimo desconfiar
da existência de um sentido superior e protetor, daquilo que temos por hábito chamar de dEus ::
psicoloGia esquerda direita ::
sábado, 8 de dezembro de 2018
planTa :: carqueJinha
a região incandescente do sonho é quem elabora a paZ :: e o bRasil nunca encontrará seu rumo sem
compreender o adorno caboclo que há em sua cultura :: façamos o que quisermos de nosso destino,
mas despregá-lo do mito da negra ama de leite representa um equívoco :: as parteiras, as lavadeiras,
a docilidade das cozinheiras :: o tempo consagrado às funções mais abstratas do conhecimento,
como a ciência, a religião, ou a literatura, pode tornar tudo menos violento :: no entanto, nada é
mais forte que a sabedoria dessas mães que trabalham :: pensei que desenvolverei meu talento
natural para a literatura pelo resto da vida quando fui surpreendido pelo duro corte da violação
de meus direitos como intelectual e professor :: forma dura de revelar os sagrados dons da cozinha,
a partir de meu reaprendizado como pessoa :: nunca reaprendi tanto, longe das horas fartas de leitura,
como espaço de realização das tarefas aparentemente simples, ou mesmo brutas, de cozinhar
e limpar :: providenciar o atendimento das refeições, para a satisfação das necessidades daqueles
que se criam para o desenvolvimento e no desenvolvimento das cidades - nossos filhos :: o padrão
de intectual que conhecia até então caiu-me pelas mãos e ficou devidamente atirado no chão ::
descobri que os conflitos não são devidamente abrandados na esfera literária habermasiana :: ou que
a cultura é simplesmente feita de artes e formas devidamente engajadas como o humano puro
filosófico :: antes, o laço com a vontade limpa de poder, dona realmente dos poderes puros de pacificação, prende-se
ao tempo passado na mais terna doação do servir :: a cozinha é básica e nutritiva, neutra e socialmente
benéfica :: a partir dele, não há quadro que não se enquadre, não microcosmo que não se integre ::
no bRasil, a brandura do nacionalismo vigente em instituições como o samba e o futebol provém
das mãos santas das negras mães que permitem o acesso de todos :: o samba tem feitiço de benzeção
com ervas, operando milagres e curas espirituais evidentes, para a nação :: o gostoso da satisfação
matrimonial nas cidades provém do milagre das agruras pelas quais passam as mulheres, em definitivo
anonimato, sem vontade de brilho, sem confusões, sem adultério :: como lidaremos com esse legado
é a pergunta que faço :: como incorporar o samba novamente ao ambiente nacional, em seu sentido
amplamente comunitário, que tanta falta faz hoje às favela dominadas pelo tráfico? :: a nazificação
avança :: o novo prefeito de são paulo apagas as "sujeiras" e as brincadeiras dos problemáticos
recantos da cidade :: o que fazer com tanto sentimento de ódio e de branquificação? :: estou
abruptamente dicionarizado por tais elementos do bRasil caboclo, redentores, que formam uma escola ::
a nitzscheana vontade de poder encontra árvore bonita no bRasil, a ser desenvolvida, em formas
amigas de renovação do que buscou paulo freire ::
blogs :: aqui me quedo ++ brasil com s
artE ::
quarta-feira, 5 de dezembro de 2018
arTE :: plínio marCos
samba rural paulista
a sociedade, de maneira infalível, sempre faz a repressão do indivíduo :: a quantidade de obrigações
é tão grande, a pessoa é tão suprimida, o tempo inteiro, que se não procuramos e achamos um casulo,
não viramos borboleta :: permanecemos no estágio de larva, ou verme :: todos nos cobram, explícita
ou implicitamente :: os pais, os filhos, os avós, os ancestrais :: o mercado, a economia :: a escola,
a cultura, a geopolítica e até mesmo os fatores genéticos da espécie :: a leveza está em saber voar em meio a tantos ruídos
e atribulações :: está em não viciar-se em substâncias nocivas :: está em poder fortalecer vínculos
com os desígnios que nos são atribuídos - e não perecer :: ou, como diria frEud, somos feitos de
carne, mas precisamos nos comportar como se fôssemos de ferro :: ao que eu acrescentaria,
de ferro e arte >::
reAlidade
arTE ::
<>
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><
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eu crio realidade :: sobr
etudo
ica do lado de foRa :: ++
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eu crio realidade :: sobr
etudo
realidade interna :: o oPressor f
ica do lado de foRa :: ++
<>
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
ágoRa :: mestrEs de capoEira
reminiscência do charme,
oitocentas morenas são
formas únicas de
dor e união,
fazendo rodar
o miúdo, a prosa,
a sensação de poesia,
som-marujo-homem ::
navegante sensação ::
artE :: bulE bule
"Segundo o mestre Moraes, em seu depoimento, o toque, na “pedagogia do africano”, é fundamental. “Ele toca o aluno para passar o sentimento... ele não toca unicamente para consertar o movimento... ele passa muito mais a vontade de ver o aluno aprendendo, do que ensinar o movimento correto”. Essa forma tradicional de ensinar passa pela proximidade que deve existir entre o mestre e o aprendiz. Uma proximidade corporal em que o afeto, a atenção e a disponibilidade do mestre mostram-se integralmente." ((p. 90
ágoRa :: sambas de roDa da bahiA
como posso produzir assim,
sonÂmbulo, encabulado? ::
talvez apenas olhando a presença
nativa de zeUS ::
seus olhos que são colheitas,
pontuadas de ovelhas
que são sonhos ::
velho zEus pai e seus
exércitos que são velhas
soluções de provimento,
cor, saúde,
sangue e abundância ::
como descobrir
senhores estoques,
atividades anuais e
febris, produção? ::
mobilização diurna
de um olimpo
negro atávico,
ampliado
em seu prazer
inenarrável
de dormir
por sobre as
cordas
do implacável
absurdo,
inverossímel ::
quimeras
conduzem-me ::
nego o cansaço,
e sou pai,
para produzir ::
sou avô,
para macerar ::
sou belo seio,
como bela coisa,
ou belo monte,
para doar-me ::
sou poderosa
divinação ::
divinosa
poderação,
antes que tardia
liberdade,
poema para
a sociedade ::
e estou aqui,
apaziguador
como as águas
servis de um
gesto inteiro
do grande cordeiro,
terra empapada
de sangue,
delícia monumental
que não tem fim ::
toda a gente está
me olhando,
e eu estou a espelhar
ordenhas
notabilíssimas,
instáveis,
auríferas
e generosas ::
ó vozeirões das
geraes
estupendas
e brutais,
profundas
montanha dos
meus brasileiríssimos
vinhos ::
vou rezar
por meu carro
não pago,
minhas
dúvidas e dívidas,
meus sapatos
rotos,
meu rosto
da falange
que abriga
pai cambinda
ou pai
malaquias, doutos
pretos
velhos,
seus ermos
que definem
nossa sorte
em um país
abrigador
de vastas
liturgias
da natureza ::
arTe ::
domingo, 25 de novembro de 2018
<<>>
<<>>
>><<
>><<
artE :: celso adOlfo
<<>><<>>>><<>><<
falar poeticamente é falar de
maneira am
orosa t
anto sobre o bem como sobre o mal ::
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
ministÉrio
+
@
@
+
áGoRA :: história do pT
planTa :: ouriCuri
arTE :: noveLLi
sem arte, não há ministério em favor do legítimo e agradável :: a voz leve que há em mim grita para que plantemos valores, como em hortas de amores sensoriais :: horas breves, fulgores matriciais, de alegorias cívicas :: tudo é boníssimo, tudo bonifica :: e os algozes que nos reduzem a cinzas também celebram um culto inteligente, se há arte :: não há pena sem prumo, havendo arte :: não há perda, pois tudo roda, se acumula, em grande fertilidade e mandinga :: oremos pela arte e suas permutas, como emanação por vezes dura, de pedra, apoiada na condição humana ::
+
+
+
@@++
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
não caNso
fome glauber em seu maNIfesto
um cansaço, de coração :: abelhas é que fazem o bom, porque incansáveis são :: estou há bons anos nesse solo químico de marquinhos, esquizofrênico, ouro em patas de insetos, para lembrar sobre os quiméricos versos :: estou aniversariando rezas pessoais pós-atômicas, estou amigo da escola virulenta, aporias, sonhos, aporias, conversas de bar em bar com as horas regulares e completas do anseio :: estou um juramento com o pé na estrada :: estou parado e ouvindo coisas :: estou bem amigo de sensações, costuras, colmeias ::
planTa :: cymbopogon citratus
@@@@
@@@@
Pra alegrar eu tenho a viola
Pra cantar, minha intenção @@
++
Pra esperar tenho a certeza
Que guardo no coração ++
@@
Pra chegar tem tanta estrada
Pra correr meu caminhão ((vandrÉ ::
+++++++
(ver racionais, "o homem na estrada"
°•○●●●●●●○○□
+++SOU REI E O TREM NA ESTAÇÃO ALENTA O SONHO DE REVELAR A FORTIDÃO DO POVO+++"
sábado, 17 de novembro de 2018
soM
planTa ::
ovo azul neste som
![]() |
tabaCo |
ovo azul neste som
solanáceas
segredo com
moles ouros ::
vão se acentuando os mistérios, até não sobrar nada do que seja facilmente reconhecível :: plenamente
amazônico :: somente os bíblicos conseguem voar, ultrapassar as barreiras do som, que precisam ser
ultrapassadas ::
somente os magos, os iogues, os estoicos :: na longa barba do profeta, a carne profetizada de cristo ::
no sal que ele engole, um mito amado e aberto :: na cruz, no bode, no diabo :: no bandeirante, no paulista,
no sagrado manto da bahia :: no calor do rio de janeiro :: as coisas que se escondem por debaixo dos
estados :: os perfumes da maçonaria francesa :: as visões de veloso caetano :: tudo isso é símbolo trágico
vivo no passado-presente-futuro :: algumas coisas voam; outras, falam :: a crucificação indígena :: a bolada :: roberto
carlos :: tudo é museu de uma só carne :: algumas coisas voam; outras, falam :: há mais de um pensamento ::
esse pensamento mágico :: ((set. 2014
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
seriedaDe-mundo
planTa :: umBu
sensação do munDo, que essa trupe inspira, pássaros livr
es, ousadia necessária, índios fugindo, fusão indígena
com o batuque afro-origem :: afro-origem, afro-gama-mus
ical, tudo insinuadinho, seguindo caminho das pedras,
tudo contra-mourão,
anti-bolsonaro, tudo abrigo, choupana, ca
bana, maloca em si, absoluto
bRasil, pura revoltade afoxé e ++ aruanã
artE :: celso menDEs
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
veneração ao não estar aqui soziNHo
enriqueCEr o cotidiano por meio do aproveitamento máximo da informação contida nos múltiplos fragmentos
que entontecem e deixam atordoado, por aquela sua repetição ao infinito :: como na ideia da organização da massa
de dados que nos apodrece se dela não cuidamos, porque dela devemos cuidar, infinitamente, mesmo como indivíduos sitiados, ou
fatalmente previstos enquanto coveiros de nossa própria sorte :: estou a pé, pensando com força em sinais,
possuindo conexões com o minério e o pão mítico :: estou a pé, como na janta de nossos ancestrais, nosso
regalo apocalíptico, saber aproveitar a janta, a caminhada, o café, o almoço, o ritmo :: tudo é pão farto nessa
mesa :: e nessa andança ao infinito desde que partimos de neanderthal, o medo oprime, a desconfiança,
a doença, a chaga, a autorização farsesca, deflagrada a partir de nós mesmos, de que devemos ser amigos em torno
de um legado político, sócio-convicto, estorvo para as sensações, produção filial, coragem, poder, super
hominização mundial, a veneração ao não estar aqui sozinho ::
a profeciA
Serenai vossos desejos
Aprendendo a rezar em um só coro.
Estamos em festa.
A casa é promessa.
A onda é apascentadora.
Lírios serão colhidos.
Bicos dourados, sons da floresta.
Espelhos d’água aguardam seu triunfo.
A dama de honra espera o cavalheiro.
A joia cristalina está guardada na face do anjo.
Rostos americanos assombram o céu do Brasil.
A nova pátria acorda mesclada de ciência e paz.
Serenai vossas fronteiras.
A negra amamenta Nova York.
As torres estão nuas,
O povo será novamente batizado.
Glória aos homens de modos serenos.
Glória aos homens nus e sem sapatos.
Glória às mulheres mulatas, pretas
E mestiças de pouca lábia.
De pouco viço, mal polidas, encantadas.
((Sílvia Goulart
Marcadores:
estados unidos; americanos; profecia
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
não à simpliFicação
a vida nega a simplifiCação :: tudo pode ornar, tudo pode tornar-se pele, ou pArte :: é como artisticamente enfeitar uma
coroA, sonhar possíveis pinGentes :: mas para isso é preciso trabalhar, gostaR do antigo rito, tornar tudo
a posse de um antigo anjo psíquico :: nunca terminar, nunca acabar, nunca fechar o sentido, nunca interromper
o ouro das sensações benfazejas primitivas :: a simplificação é entender que determinadas formas são desnecessárias,
sujas, atordoantes, dignas de serem recalcadas :: a morte é atordoanTe, mas o próprio emblema do cristo
ativa o pensamenTo não excludente, pois ativamos com elE a componenTe sacrificial do miTo :: o boi aberTo
ao novo, o pai coberto de alvuras grandes, o pai novo e recoberto, salvaguardado, amplo, contido ::
link :: a lenda do santo graal; arthur bispo do rosário; por uma américa inteligente; manto de pequenos entulhos industriais; o boi gordo
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
americanisMO
acho que uma parte significativa disso que está colocado corresponde ao famoso complexo de vira-latas
característico dos brasileiros :: os estados unidos, a partir de uma invencível capacidade tecnológica de fascínio,
mandam no mundo :: escutando meia hora de música sertaneja, caipira de raiz, e refletindo sobre a identidade
a que esse estilo se refere, concluo isso :: o jeito caipira de ser não fascina, muito pelo contrário, acaba ficando
em considerável desvantagem, por representar nenhum requinte se comparado às peripécias dos norte-americanos
e sua masculinidade assertiva, que chegou a luA, produziu o cinema de hollywood e faz inúmeras guerras
mundo afora :: enquanto no bRasil o masculino empreende outras formas de convencer, por certo muito
mas astutas dadas as condições historicamente difíceis de sobrevivência do país :: por isso o sertanejo caipira
é um apelo à vivacidade extraída da carência, da falta, da pobreza :: nessa maquinação realmente incrível
em termos de produção alegórica, consegue abstrair a condição escrava do país, dando um incrível salto
em direção à beleza :: é simples, é caboclo, é divinamente belo :: é um potencial de sobrevivência, em meio
às agruras de uma economia gloBal que castiga os que produZem por meio da sua força de traBalho :: nesse contexto,
os poucos bRasileiros que ainda resistem na trincheira da brasilidade vÊem seus compatriotas desfazendo-se
de suas cantorias românticas, suas calças remendadas, seus panos puídos, enquanto alegoria da fonte que os trouxe
até aqui, na história, para se deixarem levar pelo americanismo fajuto e imposto, imitado, onde o pensamento
próprio se esvai, em nome de um falso brilho, uma roupa rica em poder mas pobre de espírito ::
característico dos brasileiros :: os estados unidos, a partir de uma invencível capacidade tecnológica de fascínio,
mandam no mundo :: escutando meia hora de música sertaneja, caipira de raiz, e refletindo sobre a identidade
a que esse estilo se refere, concluo isso :: o jeito caipira de ser não fascina, muito pelo contrário, acaba ficando
em considerável desvantagem, por representar nenhum requinte se comparado às peripécias dos norte-americanos
e sua masculinidade assertiva, que chegou a luA, produziu o cinema de hollywood e faz inúmeras guerras
mundo afora :: enquanto no bRasil o masculino empreende outras formas de convencer, por certo muito
mas astutas dadas as condições historicamente difíceis de sobrevivência do país :: por isso o sertanejo caipira
é um apelo à vivacidade extraída da carência, da falta, da pobreza :: nessa maquinação realmente incrível
em termos de produção alegórica, consegue abstrair a condição escrava do país, dando um incrível salto
em direção à beleza :: é simples, é caboclo, é divinamente belo :: é um potencial de sobrevivência, em meio
às agruras de uma economia gloBal que castiga os que produZem por meio da sua força de traBalho :: nesse contexto,
os poucos bRasileiros que ainda resistem na trincheira da brasilidade vÊem seus compatriotas desfazendo-se
de suas cantorias românticas, suas calças remendadas, seus panos puídos, enquanto alegoria da fonte que os trouxe
até aqui, na história, para se deixarem levar pelo americanismo fajuto e imposto, imitado, onde o pensamento
próprio se esvai, em nome de um falso brilho, uma roupa rica em poder mas pobre de espírito ::
miThos
“O grego conheceu e sentiu as angústias e horrores
da existência: para que lhe fosse possível viver, era necessário que se interpusesse o fervilhante
esplendor do sonho olímpico. [...] Como esse povo de emoções tão delicadas, de desejos tão
impetuosos, esse povo tão excepcionalmente capacitado para o sofrimento, teria podido suportar a
existência, se não a tivesse contemplado em seus deuses?”
(NIETZSCHE, O Nascimento da Tragédia)
caso a realidade se torne ainda mais horrível, será que precisaremos de mais e melhores mitos? :: o bRasil, mais
uma vez, ou com mais intensidade,
aberto à alma do argonauta, pela mão de jaiR bolsonaro? :: que estranhas especiarias precisaremos enconTrar,
que droGas do sertÃo, para que se redimA agora nossa vontade de viver? :: a venezuelA amplia nossa alma, o pavor
do anúncio de uma possível guerra :: um sambóDromo com ardor para a américa latina, em seus países vorazeS por uma gama angélica
de dionisismoS ::
(NIETZSCHE, O Nascimento da Tragédia)
caso a realidade se torne ainda mais horrível, será que precisaremos de mais e melhores mitos? :: o bRasil, mais
uma vez, ou com mais intensidade,
aberto à alma do argonauta, pela mão de jaiR bolsonaro? :: que estranhas especiarias precisaremos enconTrar,
que droGas do sertÃo, para que se redimA agora nossa vontade de viver? :: a venezuelA amplia nossa alma, o pavor
do anúncio de uma possível guerra :: um sambóDromo com ardor para a américa latina, em seus países vorazeS por uma gama angélica
de dionisismoS ::
domingo, 28 de outubro de 2018
++ todo o mal cauSado ::
eu chegava ao mundo com a ditadura em pleno vigor, em 1971 :: acho que adoeci dessa coisa, a textura
por ela implantada nos relacionamentos, uma espécie de fraqueza, decorrente ((hoje eu sei)) dos
métodos de vida então vigentes :: forças essenciais então caladas, carrancas, burrices, velhos homens
armados, uma falta de sol :: o corpo sente-se aprisioNado, os ciclos vitais tolhidos, uma forma de fraqueza
de espírito :: daí então olho aquelA cara do bolsoNaro, seu espíRito ridículo, hipócrita :: ontem, naquela
reporTagem do jornal nacioNal :: a vida do capitão mostrada por dentro :: só faltou uma burka cobrindo
sua esposa, micheLLe :: as coisas abafadas, caras fechadas, portões trancados, escuridão, neuRa total ::
o viado do bolsonaro dando uma de bonzinho, fingindo, sob todos os aspectos, quando todo
mundo sabe que seu proJEto é voltar, do jeito que der, ao reinado do ódio, do pavor que precisa acima
de qualquer coisa calar o diferente, o "inimigo" :: tenebrosa retórica militar entreguista ::
bolsoNaro, vc é um boçal como há muito tempo eu não via :: bolsOnaro, tragicamente teu semblante
faz parte do machismo reinante nesse paíS, escondido no coração da maioria dos homens que estão por
aí, marcando passo no atraso e na involução :: bolsonAro, a gente ainda vai te colocar frente a frente
com o sentido amoroso da existência e fazer vc se arrepender de toda a covardia, de toda a mentira,
de todo o mal causaDo ::
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
olha o haddad aí, gente, a viva alma do ser pensante brasileiro ::
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olha o haddad aí, gente, a viva alma do ser pensante brasileiro :: discreto, bem educado, poético,
até :: mais que bem educado :: o mais gentil cavalheiro que o bRasil há muito tempo não vê, para
encarnar a difícil mudança que se anuncia no mundo inteiro: a chegada da hora e da vez das mulheres ::
o fim da violência doméstica, o fim daquele homem que trai, bebe e bate na mulher :: um verdadeiro
pai - o haddad é um verdadeiro pai, aquele pai que faz falta na imensa maioria dos lares, onde
as mães educam os filhos sozinhas, onde as mães, muitas vezes, sustentam a casa sozinhas ::
@@
a gente sabe que o bRasil não é um país triste :: pode ser um país difícil, sofrido, mas não é um país
triste :: a alegria reina na nossa alma :: e sabe por quê? :: porque a nação foi construída com base
na união :: pode-se dizer que o país é desigual, que tem muito racismo :: mas essas coisas não são
maiores do que a união a gente construiu, do que o senso de brasilidade, aquela noção de que
nossa alegria e nossa criatividade superam tudo :: o bRasil por isso é um país que se anuncia como novidade
para o mundo ::
@@
mas o bRasil, agora, precisa resolver se continua seu caminho de pátria da felicidade, de um mundo mais
voltado para amorosidade e a paciência do feminino, ou se cai num abismo bastante difícil de ser superado :: jair bolsonaro nega a braSilidade porque vai contra justamente
aquilo que temos de mais importante :: ele simplesmente bota no lixo nossa alegria de viver, nosso senso
de brincadeira, o sumo de nossa cultura ::
eu não acredito no capitalismo ou no socialismo :: minha ideologia é a da mistura cultural :: faz algumas
décadas já que o mundo entendeu que precisa se voltar para a superação das diferenças culturais,
para que essas culturas, cada uma com sua contribuição, ajudem a resolver os problemas da vida :: e o bRasil
é o mais perfeito laboratório para essa situação ::
@@
mas para tanto, é preciso deixar para trás essa agressividade masculina, machista, beligerante,
preocupada só em fazer a guerra, e que lembra quem? :: o bolsnaro, é claro ::
precisamos de um novo tipo de homem, isso tem que ficar claro :: bolsonaro representa um masculino
mal-educado, afoito, que quer resolver tudo na porrada :: dá até vontade de rir, se não fosse profundamente
trágico :: ele não tem como ser menos ridículo, menos machão, menos caricato? ::
bolsoNaro tambem se diz cristão, e afirma constantemente que o Brasil precisa de dEus :: bolsonaro
era católico e há cerca de dois anos converteu-se e agora é evangélico neopentecostal ::
abrir-se ao novo é compreender o que está acontecendo, é acolher, sem medo, as mudanças :: a presença
das igrejas evengélicas neopentecostais no bRasil é uma novidade que não precisa ser negada ::
as igrejas evangélicas mostram um outro modo de expressar a fé, e, sendo o bRasil o país da diversidade,
devemos aproveitar essa contribuição e adicioná-la em nosso borbulhante caldeirão cultural :: mas não
devemos aceitar que essas igrejas venham justamente atacar a brasilidade porque isso é simplesmente
destruir a nação :: jair bolSonaro é evengélico, fala muitas vezes como um evangélico, reúne-se
com os evengélicos e seus líderes, e não para, no entanto, de ter uma atitude pouquíssimo democrática ::
muitas vezes temos a impressão de que ele e seus eleitores, de tanto falarem em dEus, acabam
ficando com o próprio diaBo no corpo ::
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recuso qualquer caminho que negue a bRasilidade :: o bolSonaro vai dificultar todo nosso processo
de construir aqui uma pátriA nova, diferente, oxigenadA, onde a beleza e a alegria sejam mais importantes
que o dinheiro :: onde a simplicidade vale muito :: onde a mulher é tão ou mais importante do que o homem,
porque a humanidade vive um momento crucial, de virada, de reencontro com o feminino :: a virada é possível ::
a rede de comunicação constituída pelas pessoas que mantêm longe a ideia de um governo policialesco,
autoritário, ignóbil, porque formado por pessoas ignorantes e absolutamene mal-intencionadas,
vai permitir que o bRasil não ingresse nessa onda de retrocesso ::
domingo, 7 de outubro de 2018
bolsonaro, antropofagia e a cisão da identidade brasiLeira
a crueldade desse processo eleitoral, sob certo sentido, reside na aproximação entre católicos e evangélicos e suas diferenças
em termos de mitos doutrinadores :: todos seríamos mais felizes caso essa cisão não houvesse
historicamente ocorrido :: lembram do episódio do chute na santa (um bispo da universal alvejou uma imagem
de nossa senhora aparecida), em 1995? :: pois é :: o começo dessa tensão explícita que hoje vivemos
se encontra mais ou menos por ali :: a grande questão é saber se a natureza antropofágica do bRasil,
no sentido de uma maior facilidade para a assimilação de diferenças, voltará a vingar, para nos livrar
do que já demonstra ser uma grave fratura na identidade nacional :: essa natureza em prol da
miscigenação, aliás em muito
contestada, e apontada como mito falacioso, aprumou a bRasilidade hoje conhecida, e que ainda sustenta
nossa identidade, mesmo que de modo menos eficiente :: o solavanco atualmente vivenciado compreende um processo difícil
e doloroso, além de emocionante e dramático :: na verdade, a existência do coiso-bozonaro empresta
tons épicos a esse momento da história :: e, diante da epicidade, não nos resta outra alternativa
que não seja a de se admirar, antes de qualquer coisa, com o vulto grandioso do destino, da história, do devir, de deUs,
do que seja... :: acredito que a nacionalidade bRasileira poderá aprontar algo novo para o mundo, a partir desta nossa guerra interna, entre católicos e evangélicos,
e que ocorre até mesmo de maneira branda :: cisões assim, em outras paragens, chegam a resultar em milhares de mortes... :: no caso do bRasil,
tamanha tensão, que assumiu uma dimensão inédita e importante nos últimos quato anos, nem de perto
se chega a essa situação :: meu palpite é que uma nova nação surgirá desse processo, certamente fortalecida
e revigorada, não cindida, mas autora de uma nova grande façanha antropofágica, como aquela
que amalgamou por aqui europeus, indígenas e africanos :: rezo para isso, acredito nessa
possibilidade, no mito da pátria cordial, o que não implica
aceitar o fascismo, muito pelo contrário :: a saída para a crise é o estudo do processo civilizatório
bRasileiro, sua consideração arrojada, conforme novos critérios de cientificidade, que levem em conta
o quanto os elementos culturais africanos e indígenas devem ser levados a sério, revelando a evidÊncia
de sua importÂncia para o próprio futuro da humanidade :: considerando sua melhor solução cultural no que diz respeito
ao antagonismo natural entre masculino e feminino :: somente assim conseguiremos serenar
os ânimos da pátria conflagrada :: não há como retomar a antiga identidade, já bastante contestada
justamente por sua revolucionária visão, sem a incorporação da populosa legião neopentecostal :: lutar contra os evengélicos é promover uma espécie guerra santa absolutamente
inviável :: no entanto, o neopentecostalismo precisa ser docilizado, para que pare de grunhir, latir
ladrar, diante dos mistérios insondáveis envolvidos na miscigenação brasileira, sua potÊncia poética
pacificadora, que envolve o reconhecimento da diversidade, baseada sobretudo em uma nova visão
sobre a sexualidade humana :: todos os deuses cantam e procriam por aqui, não existindo "pecado
do lado de baixo de equador", como se diz na canção popular :: aos poucos, essa compreensão
pode ir se clarificando, gerando novos parÂmetros de sociabilidade, onde tudo é mais gostoso
e menos proibido, com base na inteligência, na sagacidade, no amor e na arte :: edir macedo que
se cuide? :: não, mas que se prepapre, pois "nada será como antes, amanhã" ::
quinta-feira, 4 de outubro de 2018
bolSonaro é o estado islâmico brasiLEiro
estamos sob ataque :: o bRasil é um território a ser dominado, por suas riquezas, e o "mito" bolsonaro cumpre
essa função, com seu projeto fundamentalista cristão, complementando o serviço realizado, a mando dos estados uNidos, pela mídia,o judiciário e, mais sutilmente, o exército ::
creio existir uma comparação que não é descabida para esse caso: a de que a campanha de bolsonaro, nesse momento, atua como uma espécie
de estado islâmico :: e nas fake news virulentamente espalhadas pela canditadura de bozo
contra haDDAd nos deparamos com o estilo absurdamente anticivilizado daquele grupo terrorista :: o fenômeno das
fake news bolsonarianas é novo em termos de eleições presidenciais no bRasil :: não apenas por seu aspecto tecnológico (o uso das mídias sociais),
mas especialmente pelo recurso intenso a uma munição bárbara, selvagem, digna do mais feroz fundamentalismo ::
o que mais espanta nele é a naturalidade com que o ato bárbaro é cometido :: são fake news grosseiras, de conteúdo sexual, por exemplo,
cuja dispersão corrompe o jogo democrático :: e imitam, de certo modo, aquelas tenebrosas execuções levadas
a cabo pelo estado islâmico, que, sem nenhum pudor civilizacional, perfila seus prisioneiros para
serem decapitados em frente a câmeras de vídeo :: é o espalhamento do terror, a vigência do absurdo,

a eliminação completa de qualquer sentido humano que possa nos socorrer :: tenho para mim que a prece dos evengélicos neopentecostais
movimenta, com seu ardor tão irracional quanto até mesmo malévolo, essa fórmula imensamente anticivilizada de se chegar
ao poder :: o pastor malafaia e sua verve religiosa, na verdade demoníaca, entre outras figuras,
forja e alimenta esse desespero :: o pensamento moderno, representado pelo PT e os demais partidos políticos, jamais chegaria a esse nível de irracionalidade ::
o neopentecostalismo alimenta-se da busca pelo poder total, absoluto, promovendo um desmonte
da ideia de estado laico - verdadeira regressão no tempo, de pelo menos uns 300 anos :: não é uma simples relação com o sagrado
que se estabelece com o povo e o país :: busca-se pelas igrejas evangélicas os poderes econômico e
político, para além do poder cultural (religioso) :: no bojo desse avanço ameaçador, reside a própria ameaça de tomada
desse nosso território nacional, extremamente rico, especialmente por meio do desmantelamento da esquerda progressista :: desse modo, o fundamentalismo cristão
executa uma parte importante do plano de acabar de vez com o PT, depois do golpe jurídico midiático que depôs dilMa e prendeu luLa :: essa força religiosa enormemente reacionária,
que se esmerou para substituir nossa força popular mais autêntica, vinculada a uma identidade miscigenada
(consolidada entre as décadas de 30 e 80 do século passado), agora encontra-se a ponto de para colocar
em seu lugar o pensamento evengélico neopentecostal, teocrático, monoteísta e patriarcal,
por meio da vitória de bolSonaro :: evidentemente, precisamos aprender a resistir a tal ameçA, para além do segundo turno dessas eleições ::
sexta-feira, 28 de setembro de 2018
bolsoNaro é louco
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bolSonaro e sua consumação genital transgressora: pulsão maldita que produz a queda da civiliZação |
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bolsonaro navega por águas obscuras e profundas do ser humano,
certamente flertando com a loucura :: talvez ele
seja uma espécie gênio do mal, necessariamente desequilibrado
:: seu preconceito é puro impulso incestuoso mal trabalhado ::
de acordo com a psicanálise, a solução cultural que se dá à pulsão
instintiva do incesto pode ser
muitas vezes insuficiente, fazendo com que o sujeito não meça suas
chances de conseguir prazer :: daí a posição
fálica inerente e desrespeitosa do maldito candidato :: suas palavras,
seus gestos :: é como se ele estivesse sempre pronto
para executar uma consumação genital transgressora, proibida :: daí também
a sensação de que ele é
o crime em pessoa, um processo ambulante de dissolução das barreiras da
civilização, contaminando a imaginação daqueles que
psiquicamente são próximos a ele ou que,
cansados do esforço exigido pela complexa sociedade brasileira
(multicultural e pertencente ao capitalismo periférico), resolvem
atalhar o caminho cansativo, oneroso, representado pela cultura,
e buscam o prazer fácil obtido por meio da agressão, do retalhamento, da
ditadura :: é como
bater em uma mulher para que ela permita o sexo, no lugar de cumprir com
os rituais de acasalamento ::
é como aliviar a dor causada pelo convívio social, que é própria da vida
humana, e fatalmente necessária à evolução ética,
para alimentar a ilusão de que essa dor cessará, estabelecendo-se o
paraíso imediato de um país sem conflitos, sem contradições :: é como
cessar com a dramaticidade da existência, estancando com o próprio fluxo
da história :: proposição
totalitária por excelência, como nos casos do nazismo e de alguns
socialismos reais, que já nasceram
com os dias contados :: na hipótese terrível de uma eventual vitória do
“coiso” nas urnas, ressurge perante
os olhos da humanidade, ao vivo e a cores, como se dizia na época da
televisão, o difícil abismo, uma espécie de buraco negro, do qual emergem os
significados
mais noturnos e misteriosos da alma de tudo :: experiência radical, como
aquela tutelada por
adolf hitler, que, ao ser heroicamente vencida, transformou-se em um
novo patamar de humanização,
especialmente pela ação da contracultura juvenil da década de 60,
considerada pai e mãe da revolução digital,
no bRAsil, creio, essas poções vitais de poesia virulenta e paixão podem
representar algo novo, quiçá a consumação
de nosso mito fundador, aquele, da democracia racial :: como compreender
tais processos verdadeiramente
épicos? ::
qual a divindade que os conduz? :: já que somos todos, de certa
maneira, frutos da cultura pop internacional gestacionada no pós-guerra,
ocorre-me tentar ilustrar
essa situação a partir não da teologia ou da filosofia, propriamente
ditas, mas de seu uso pela cultura
pop ela mesma :: na canção “o trem
das sete”, raul seixas logra alcançar a grandiosidade de uma interpretação
nietzschiana perante esses dramáticos processos :: vale citar quase toda
a letra ::
“Ói,
olhe o céu, já não é o mesmo céu que você conheceu, não é mais
Vê, ói que céu, é um céu carregado e rajado, suspenso no ar
Vê, ói que céu, é um céu carregado e rajado, suspenso no ar
Vê, é
o sinal, é o sinal das trombetas, dos anjos e dos guardiões
Ói, lá vem Deus, deslizando no céu entre brumas de mil megatons
Ói, lá vem Deus, deslizando no céu entre brumas de mil megatons
Ói,
olhe o mal, vem de braços e abraços com o bem num romance astral”
certamente
é espantoso deparar-se com a eternidade do mal, seu “romance astral” com o bem :: ninguém esperava a volta do fascismo,
do mesmo modo como, no futuro, nos espantará seu ressurgimento sinuoso, inesperado :: no
entanto, é dessa
intensa relação
que brota a imagem delicada do destino, do porvir, na letra de raul pintada com
a imagem
do trem,
o veículo mágico que avança, nos levando em direção ao desconhecido ::
![]() |
filósoFo pop e a metáfora do trem: a dança astral entre o mal e o bem, por raUl seiXas |
"A diferença entre líderes fascistas e os seus liderados repousava, segundo
Adorno, na capacidade dos primeiros colocarem o seu inconsciente para fora, sem
censuras, acionando e mobilizando as forças do inconsciente das audiências (acting
out). O discurso anti-semítico, por exemplo, era de modo evidente uma transgressão à
norma politicamente correta da indesejabilidade do preconceito na vida social; os
líderes, no entanto, nunca esconderam o desejo de atacar e culpabilizar os judeus por
todos os males da Alemanha ( o de terem vendido segredos de guerra à Tríplice Entente
e de se capitalizarem com a Primeira Guerra, por exemplo). Os liderados, por sua vez,
receberam os estímulos porque tinham necessidade psicológica de encontrar bodes
expiatórios para descarregar a ira e a frustração diante das misérias de suas vidas, não
importando a verdade ou falsidade de se atribuir aos judeus a inteira responsabilidade
pelo status quo social." +(+ trecho de arTigo sobre a obra de aDorno a respeito da "personalidAde autoritária" ><
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